Londoner Daily – 4th day – 08/05/2011
Morning: Hoje amanheceu com um solão quente de domingo, mas com aquele ventinho gelado... peguei logo uma blusa. E como hoje é domingo, e eu estou muito cansado de tanto ter andado nesses primeiros três dias, resolvi fazer um programa mais light, sem ter que andar muito: de manhã vou pegar o Sightseeing Tour Bus, onde a gente só fica sentado, e, a tarde, vou pra um lugar chamado Notting Hill, que fica aqui pertinho, na 2ª. Underground Station depois da Paddington (na District Line, sentido Wimbledon). Mas, antes, claro, tomei meu big breakfast no hotel, onde conheci melhor a moça muito simpática que me serve o café todos os dias: a Marcinha, uma mocinha italianinha muito bonitinha, e baixinha, pra quem eu falei, inclusive, sobre a minha filha italiana, a Aninha. Fui pro ponto do Big Bus Tour (o do Sightseeing) que fica na esquina do meu pub, e sabe quem eu encontrei Lá? Quem?! Quem?! Ah, o Arnaldo de Morais, lá de Goiânia. Gente fina (15 anos de Londres), que me falou tudo sobre o sightseeing tour e muitas outras coisas mais dessa terra. A viagem do Sightseeing (3 horas, saída e chegada no meu ponto) é muito incrível. É o mesmo ônibus Double deck vermelhão, mas sem capota. Fui no deck superior, claro, que é totalmente aberto e permite uma visão muito melhor de tudo, no 1º. assento da frente à direita (ver foto). Este tour passa por todos (todos, mesmo!) pontos importantes, monumentos e edificações, do centro de Londres. Mas, como, na verdade, eu estava mesmo era descansando, pois já tinha visto tudo aquilo nos dois dias anteriores, comecei a pensar e a reparar em outras coisas, como, por exemplo, na quantidade de carro e ônibus com placa ou numeração 52. Acho que todos os carros de Londres têm placa com 52, pois eu vi esse número em todas! (ver fotos). E, por falar em carro e ônibus, durante essa viagem eu fui pensando muito, também, sobre o incrível, admirável, respeitável e venerável Alto Espírito de Conservação e Manutenção dos ingleses! (só consigo chamar isso dessa forma) Eles praticam isso há décadas, há séculos, não só com os seus patrimônios históricos, tipo prédios e monumentos, mas, inclusive (o que me faz admirá-los ainda mais!) com seus ônibus, seus carros, seus trens, seus metrôs, e suas máquinas em geral! Por exemplo: um velho carrinho Austin 1951 (tipo os taxis, que não são baratos, mas são um barato!, andando aos montes por toda a cidade), não é nenhuma lata-velha, não! Dá pra notar perfeitamente que ele é super bem conservado e mantido, assim como um antigo ônibus double deck vermelhão ou um “antiquado” vagão de metrô (que podem ter 40, 50, ou mais, anos de uso). Todos estão circulando e funcionando perfeita e satisfatoriamente! Limpos, engraxados e muito bem cuidados! Em suma, o que eu quero dizer é que essa boa cultura inglesa do não desperdício, do reutilizável, ou do utilizável sempre, é que deveria ser seguida por todo o mundo (principalmente o ocidental), e não a cultura do descartável, do usa-e-joga-fora, que certos países da América insistem em manter. (os ingleses constituem o povo mais ecologicamente correto do planeta!) Muitos andam FALANDO um discurso ecológico, sem FAZER nada de concreto, enquanto outros já FAZEM isso muito bem há décadas, sem FALAR nada! Mas, deixemos a política ecológica e voltemos ao que interessa. Ou melhor, voltemos pra rua:
Afternoon: Como eu já disse, nessa tarde decidi andar menos e ir pra um lugar mais perto, e, então, fui pra um lugar chamado Notting Hill, que fica a uns 2 km logo a oeste de Kensington / Paddington. Subi do Underground, ganhei a rua, encarei esse lugar, e descobri imediatamente que Notting Hill é simplesmente o meu lugar predileto em Londres! (é uma espécie de Ipanema/Leblon de Londres, só que sem praia, lógico). Andei e vaguei por essas ruas ainda mais a vontade e familiarizado com tudo! Na saideira entrei num pub, claro, que elegi como o meu pub predileto em Notting Hill, o The Churchill Arms” (ver fotos). Um pub incrível, todo decorado com coisas da 2ª. Guerra Mundial. Até os bêbados freqüentadores pareciam todos ser ex-combatentes de guerra. Lá tomei as minhas primeiras big and dark Guinness (por recomendação da Aninha). Estava ótima, maravilhosa. Saí livre, leve, solto e levitando de Notting Hill! Mas, antes de ir embora tirei umas fotos de um ônibus vermelhão double deck, novinho em folha, da linha 52! Que é, claro, o meu ônibus predileto e exclusivo em Londres! Não é à toa que ele faz o trajeto de Notting Hill pro centro (Ladbroke Grove / Notting Hill Gate / Willesden). E esse ônibus é tão importante que já apareceu em vários filmes, inclusive no próprio “Um lugar chamado Notting Hill” (com a minha autorização, é lógico!). De volta a Paddington, fui jantar no Sussex Arms, meu pub predileto no. 1 (um belo de um legítimo english steak with ale pie and other good things, regado com another Guinness). E não é que tem uma garçonete nova lá, a Miriam, que é também de Patos de Minas!!! Ô terra danada pra mandar gente pra Londres!!! Não conversei muito com ela não porque ela é muito nova de casa (3 meses), ainda tá aprendendo o serviço, e não pode ficar de bate-boca com os clientes (mas bem que ela queria, coitada). Enquanto jantava, fiquei de bate-boca foi com o John, o sujeito ao meu lado no balcão (a propósito: se você quiser comer realmente bem em Londres, vá para um pub e sente numa banqueta no balcão. Nunca numa mesa, nem nas mesinhas! É lá, no balcãozão, que estão as melhores e mais baratas comidas, além das melhores cervejas, das melhores pessoas e, claro, das melhores conversas!) Mas, voltando a conversa pro John do balcão: Ele é um senhor (+-65 anos) indiano britânico (já falei, como tem indiano aqui!), ou seja, filho de indianos mas nascido em Londres, onde sempre morou. Conversamos de tudo: da terra do Pelé à terra de Ghandi. Ele conhece o Rio e eu, então, disse pra ele que um dia ainda vou conhecer a Índia (um dos meus países prediletos!). Como ele disse que há muito tempo não vai lá, só faltou a gente ter saído do pub combinando fazer essa viagem junto! Isso, sim, seria uma boa conversa de bêbado!!!
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