domingo, 15 de maio de 2011

Diário Lisboeta – 2o. dia

Diário Lisboeta – 2o. dia – 15/05/2011

Manhã: Fui dar umas voltas a pé pelo centrão histórico da cidade. Na verdade, parece mais é alguma coisa assim como uma mistura de Salvador/BA com São Luís/MA, com arruamento enquadrado, quadriculado, planificado e retificado. Em outras palavras (sob o ponto de vista arquitetônico e urbanístico): Aqui é tudo retinho, planinho e certinho. Em Salvador é tudo torto, cheio de ladeira e bagunçado (uma zona total). Não é pra menos que os portugueses, e os europeus em geral, quando chegaram no Brasil, perderam o juízo de vez! (que bom que isso aconteceu, porque hoje podemos curtir as diferenças!).(Faço uma retificação, mais “à tarde”, com relação a Alfama e ao Alto do Castelo, onde tudo é torto e zoneado, também!) Por falar em retificações e ratificações, vou fazer um breve paralelo particular entre Londres e Lisboa: na primeira, senti uma proximidade mais sentimental, emocional, histórica, temporal, espiritual, mental e cultural; já na segunda, sinto uma proximidade mais social, lingüística, geográfica, climática, carnal, sanguínea e temperamental. Nessa caminhada pelo centrão fui parar, obviamente, na beira do Rio Tejo, naquele magnífico estuário onde o rio encontra o mar. O rio-mar Tejo. Depois daquela friagem e nublagem do Thames, como é bom sentir o sol, o calor, o vento e o cheiro de praia e de mar, às margens do Tejo! Algumas coisas e lugares mais interessantes que eu vi no centro de Lisboa (ou Baixa / Chiado / Rossio): as praças do Comércio, da Figueira e de dom Pedro IV (o mesmo nosso Pedro I), Castelo de São Jorge, o Arco da Rua Augusta, os bondes de Lisboa, a Rua dos Sapateiros, o elevador e o Rio Tejo. Vejam algumas fotos comentadas, nel “Livro de Rosto” postadas.

Tarde: Fui pro Castelo de São Jorge, uma antiga fortificação da época dos Mouros (quando os árabes dominavam grande parte da Europa), de meados do século XI dC. É, literalmente, o ponto alto da cidade antiga. Ele fica praticamente ao lado do hotel. Só tem que subir umas 10 “escadinhas” (nome dado pelos portugueses pra uma grande escadaria com cerca de 90 degraus e mais ou menos 55º graus verticais de elevação!). (isso mesmo, Da. Maira e Aninha, que nem aquela em frente ao ap d’ocês, no Estoril – então, não é a toa que Estoril é nome de cidade de Portugal...), Mas, deixemos de derivação e voltemos por Castelo de São Jorge: subi os mais ou menos 900 degraus das “escadinhas” e cheguei, enfim, lá em cima, com respiração e pulsação absolutamente normais (é alto pra caramba. ah, se eu não tivesse preparo físico pra isso, jamais conseguiria). Vale a pena, pois o lugar tem uma vista magnífica, de 180º. graus horizontais, sobre a cidade antiga e o Tejo! Fiquei andando, subindo e descendo, por entre aquelas belas torres por cerca de 4 horas. Subi, inclusive, na mais alta das torres (com uma visual literalmente vertiginoso!) Sem falar que lugar é agradabilíssimo para se ficar a contemplar toda a velha cidade e o Tejo, rio-mar. Observação: Tô achando muito hard to stop de falar e, mainly, de pensar, in english aqui! Não tô conseguindo turn the key to the português! Every time eu pego myself, automaticly, pensando coisas like: Now I’m here, in the highest point of the highest tower of the castle! Assim como, pedir, em inglês, pras pessoas take a photo of me (aliás, desenvolvi, desde London, uma estratégia infalível pra pedir pras pessoas tirarem foto de mim: quando vejo elas – principalmente mulheres, lógico – esticando o braço pra tirar fotos delas mesmas, chego junto e proponho o troca-troca, no bom sentido, claro: Can I take a photo of you, and, afterwards, can you take a photo of me?) Terminando: infelizmente, essa visita ao Castelo de São Jorge teve um ponto negativo, ou, no mínimo, constrangedor. Sabe aqueles sons e barulhos da cidade, e músicas distorcidas, que a gente costuma ouvir nos lugares mais altos? Pois é, do alto desse ancestral Castelo também se ouvia, nitidamente. Mas, sabem o quê?! Autêntica música sertaneja brasileira (argh!!!) Sai pra lá redegrobo!!! (na verdade, bateu até uma saudadezinha de Fidalgo e da Beira do Rio) Descendo pelo outro lado do Alto do Castelo (pela Rua do Limoeiro) fui cair no afamado bairro de Alfama, onde, antes de partir de volta pro hotel, tomei uns belos de uns chopes, portugueses com certeza!

Cardápio da noite: um escalope de novilha ao molho de cogumelo, com salada e batata frita, mais duas tulipas de cerveja imperial (total: E$17). Aqui também come-se e bebe-se muito bem e barato.

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