Diário Lisboeta – 4o. dia – 17/05/2011
O dia todo: O telejornal da RTP1 (Rádio e Televisão Portugal) dessa manhã estava muito bom (acho que é porque já estou me acostumado com a língua, de novo!). Mas ouvi e li uma notícia que me pareceu meio absurda! A moça bonita falou e também apareceu naquela “tarja de rodapé”(*) da TV (falar nisso, tem uma “arte” sobre “rodapé” de telejornal, que eu vi na Tate Modern de Londres, e ainda não contei, que é muito legal... mas vou contar depois, porque tenho muito mais coisa pra falar de hoje. voltemos pra Lisboa).((*) isso deve ter um nome, no jargão de TV, mas eu não sei qual é) Então, a moça do telejornal disse e apareceu escrito: “Foram identificadas 30.000 (isso mesmo, trinta mil!) empresas fantasmas em Portugal” Fiquei pensando: como é que pode um país desse tamanico, com uma economia também não muito grande, ter 30.000 empresas fantasmas?! (três mil em MG ou RJ eu até acho razoável que possam existir, mas 30.000 em Portugal!!) Por essas e outras é que, infelizmente, esse país está quebrado! A propósito, chama atenção a quantidade de cartazes nas ruas com propaganda política conclamando o povo a “lutar e resistir” contra a ingerência do FMI e da UE (“UE é miséria!”,”FMI é fome”, “Mova-te, resista!”). O telejornal tava muito bom, mas, tive que desligar pra ir pro meu “trabalho”. Às ruas! À Lisboa! Na verdade, à Sintra, pra onde fui hoje. (e quando desligava o televisor, pensava cá comigo mesmo: Sintro muito, mas tenho que ir pra Sintra! – nossa! essa doeu fundo, né, Bê?! – por falar nisso, tem mais “Bê”, no final dessa edição, ou melhor, nas fotos do dia, vejam lá no “Livro de Caras”). Sintra é pertinho, fica só a uns 40 km de Lisboa (só que o “trem de alta velocidade”, que sai da estação do Rossio, também pertinho do hotel, demora mais de 1 hora!). Por falar em Rossio, antes de pegar o trem, ou, ainda antes, procurando a estação, fui pedir informação pra um mui simpático e velhinho senhor engraxate na Praça de Figueira. E como os meus tênis estavam meio empoeirados mesmo, resolvi pagar a informação engraxando-os. (e, de quebra, aquela era uma boa oportunidade, também, para poder trocar a poeira da minha Quinta brasileira pela poeira de outras Quintas portuguesas) Bati um papão com o Sr. Manoel, o engraxate (o nome dele é esse mesmo! e juro que antes de perguntar fiquei pensando: será que é Joaquim ou Manoel? e não é que era mesmo! tô começando a acreditar que essa estória desses nomes não é mero folclore não). Como a informação era sobre trem, falamos mais é sobre trens! (do Brasil a Portugal). O sr. Manoel disse que a graxa era E$1,50, mas eu paguei E$4,0. (conversas assim, são impagáveis!) (mas, quase que eu tive que falar pra ele: Sintro muito sô Manel, tenho que ir pra Sintra!). Sintra é uma cidade muito interessante, é meio que uma espécie de Ouro Preto,só que muito mais antiga e com arquitetura moura e medieval. Andei pelo centro histórico, mas, os pontos (literalmente) altos de Sintra, são o Castelo dos Mouros e o Castelo de Pena, que ficam à oeste da cidade, em dois picos de montes, um ao lado do outro, distantes cerca de 300 metros. O dos Mouros é uma antiga fortificação de defesa. O de Pena, também conhecido como Palácio, é uma antiga fortaleza-residência, para proteção da família real (dom Manoel II utilizou até 1910). O panorama que se vê do alto dos dois é simplesmente extasiante, deslumbrante! Subi até os pontos mais altos das torres mais altas dos dois castelos (tenho uma certa obsessão / compulsão por lugares altos, sempre procuro por eles! acho que é porque sou baixinho! é uma espécie de compensação) Do ponto mais alto do Pena dá até pra ver o Cabo da Roca (apenas 7 km abaixo, em linha reta), que, segundo os meus conhecimentos de geografia e cartografia, é o ponto mais ocidental, mais à oeste, do continente europeu, ou seja, é onde a Europa está mais próxima da América (USA).(acabei de confirmar isso no meu guia de Portugal, em inglês: “the Cabo da Roca is the most westerly point in Europe”).(por falar em guia, é muito engraçado, tenho um guia de Londres, em português, que comprei em BH, e tenho um guia de Lisboa, em inglês, que ganhei na TAP, em Londres!) Achar brasileiro em Lisboa não é nada extraordinário, muito pelo contrário, é muito comum. Lá no Castelo de Pena encontrei um menino de Salvador (cerca de 25 anos), que também tava viajando sozinho (ele “mochilando” e eu “cochilando”). Tiramos umas fotos, fizemos parte do tour pelo castelo juntos, batendo papo. Mas como ele tava mais interessado na parte interna do castelo, e eu na parte externa, acabamos nos separando e não nos vimos mais. Mas, horas depois, quando entrei no trem pra voltar pra Lisboa, lá estava ele de novo. É o Renan Pinheiro, jornalista esportivo da Globo Bahia (TV Bahia) e violeiro , lá de Salvador. Voltamos pra Lisboa conversando ainda mais (ele fala pra cara...mba!) Também, quer o quê? O cara é repórter de futebol de beira de gramado! Tem que falar muito mesmo! Falamos de viagens, cidades, pessoas, música, reportagens, blogs, jornalismo, televisão, arquitetura, engenharia, futebol, bavi, galo, mulheres, namoradas, cerveja, riqueza, pobreza, política, e dos cambau! Quando eu falei pra ele do Marcelinho Fonseca e da ex dele, a Alexandra (que trabalha ou já trabalhou na Globo), ele disse que chegou a conhecê-los! (não acreditei muito não, acho que ele é muito novo pra ter se relacionado com o Marcelin por lá, mas, como ele foi muito incisivo... tudo bem. diga aí, Marcelin: conheces o gajo?!) Combinamos de nos comunicar via FB, pra beber e ouvir música lá no Bairro Alto, hoje ou amanhã. Por falar em beber, quanto à história do Bê, que eu falei lá no início de hoje (cês podem ter esquecido, mas eu não!), é o seguinte: o senhor Bernardo Krauss, o vulgo Bê – meu digníssimo primeiro genro, casado com a minha amantíssima primeira filha, a Mainha –, anda escondendo o leite! Ou melhor, anda escondendo o refrigerante! Porque ele é dono de uma fábrica de refri aqui em Sintra! (ver foto comprovadora, de um banner publicitário dele, num bus-stop de Sintra, postada lá no tal “Livro de Rosto”). Engraçado, revendo esse texto, reparei que hoje eu comecei, entremeei e terminei o diário falando de coisas que têm a ver com televisão e publicidade. Assuntos que não têm absolutamente nada a ver comigo!
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