Diário Lisboeta – 5o. dia – 18/05/2011
Ontem, quando eu falava do telejornal da RTP, lembrei de uma coisa que eu não falei de Londres, que eu falei que ia falar depois, e que vou falar agora (eu chamei aquilo de “telejornal da Tate Modern”, e é muito simples): Imagine uma grande sala fechada, meio na penumbra, com uma imensa TV tela plana lá na parede do fundo. Você passa pela porta, vê aquilo, e entra (se quiser pode até assentar numas cadeiras que tem lá). Na TV, no início do telejornal, aparece apenas um sério apresentador, sozinho, dando noticias (ele fala húngaro, russo, lituano, ou coisa assim, não importa). Em alguns segundos começa aparecer uma daquelas “tarjas rolantes horizontais” com notícias (escritas em qualquer língua, também não importa), no “rodapé” da TV. E o apresentador continua lá, claro. Mais alguns segundos, e começa a aparecer uma outra tarja dessas, só que na vertical, do lado esquerdo. Mais um tempo, e aparece outra tarja horizontal, acima da primeira. Daí a pouco, uma segunda tarja vertical, ao lado da primeira. E o apresentador, firme lá. Uma terceira tarja vertical aparece. E outra terceira horizontal, também. Mais uma horizontal e mais outra vertical. E assim as tarjas vão aparecendo aleatoriamente (em cores e caracteres totalmente diferentes entre si), na horizontal abaixo ou na vertical esquerda, sempre se acumulando, acima ou ao lado das anteriores. E o apresentador continua lá falando. Só que, com tanta tarja rolando, o quadro que sobra pra ele vai ficando cada vez menor, e ele vai ficando cada vez mais incomodado e aflito, tentando se ajeitar no quadro que sobra. Até que a tela fica tão cheia dessas tarjas que, no cantinho superior direito que ainda sobra, só aparecem os olhos do apresentador, como se ele estivesse nas pontas dos pés, fazendo esforço máximo para ainda aparecer. Uma última tarja aparece e, adeus apresentador! (mas ele continua falando).(explicaçãosinha longa, pra uma cena tão simples, né? é por isso que uma imagem vale mil palavras! pena que o vídeo do meu celular não é compatível com o vídeo do meu netbook, senão eu poderia gravar e colocar no yt ou no fb). Uma outra coisa que ainda não falei, de Lisboa, é sobre a origem dos nomes das ruas do centro histórico, que é bem interessante: elas levam os nomes das antigas artes e ofícios que nelas se praticavam até o século XIX, tais como: rua dos douradores, dos sapateiros, da prata, do ouro, do comércio, dos correeiros, etc (pois é, até “correeiro”. até eu que sou corrêa custei a entender o que é isso. carteiro é que não é! era o artesão que trabalhava com correias de couro, acessórios e afins). Outra diferença entre Inglaterra e Portugal, é o que se paga para entrar em museus, galerias de arte, exposições, palácios, castelos, etc. Enquanto na terra Shakespeare é quase tudo Free, na terra de Camões quase tudo é pago! (separe, em média, E$9 por ingresso, para entrar em qualquer lugar).
Mas, e aí, onde é mesmo que fui hoje??!!! Fui pra lugar nenhum, porque choveu o dia inteiro! (por isso é que eu tô escrevendo esse monte de coisa que não tem nada a ver com o dia de hoje) Mas, de repente, isso foi até bom porque a peregrinação pelos castelos de Sintra, ontem, foi meio violenta. Conseqüentemente, hoje não tem foto nova no “livro de caras”. (falando nisso, já que estamos escrevendo, e lendo, à toa mesmo, cês já conhecem aquela do “facebook baiano” (me desculpe aí, viu, ô pessoal de Salvador!): é um baiano dormindo numa rede com um livro aberto tapando a cara). Fiquei lendo os jornais de Lisboa lá no lobby do hotel. Destaque esportivo do dia: a final da Liga da Europa (“para ficar para a história”) entre dois times portugueses, o E.C. de Porto e o Sporting de Braga (segundo o jornal, “nunca uma final européia juntou duas equipas tão próximas – Porto e Braga são duas cidades do norte de Portugal, distantes apenas 47 km uma da outra). O jornal também diz que esta será “uma taça portuguesa, com certeza!” O jogo será hoje à noite em Dublin, Irlanda. Detalhe importante: mais da metade dos 22 jogadores mais freqüentemente titulares nos dois times são brasileiros (tais como: Hulk, Paulo César, Alan, Mossoró, Helton, Fernando, Paulão). À tardinha parou de chover, o tempo melhorou, e fui dar umas voltas (sorte é aqui, nessa época do ano, só anoitece às 21 hs) pra conhecer o Bairro Alto, que fica bem ao lado, e acima, da Baixa. Pra chegar lá é só pegar o elevador Santa Justa (tipo o Lacerda de Salvador). O Bairro Alto é o lugar da alta boemia lusitana. Como em quase toda Lisboa histórica, lá também só tem daqueles sobradões tipo neo-clássico / medieval / eclético. Muitos bares, restaurantes, livrarias e, até, certos sobrados meio suspeitos, parecendo bordel (e eu acho que são mesmo!) Talvez eu volte lá hoje ou amanhã à noite, com o meu novo amigo baiano. Pode ser uma ótima saideira de Lisboa! (mudei de idéia e postei 2 fotos novas lá no FB) Ah... e as confeitarias portuguesas, hein?! Quando voltava do Bairro Alto, não resisti e entrei numa pertinho do hotel – a Confeitaria Nacional. Comi um doce com uma cobertura de chocolate escuro amargo, huummm! Divinamente saboroso!!!
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