quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

No serial and neither serious rhymes

No serial and neither serious rhymes

The dangerous cactus of the campus
Be conscious
and very cautious
against the dangerous
and thorny cactus
planted around the campus

Less anxious and more curious
Be less anxious
and less careful
be more adventurous
and more curious:
take the bus
which goes to the circus

Venus
Be a victorious
versus
the vicious
Go to Venus!

Vinil
Nowadays the vinil
is a very old and unfashion utensil

The will
After the bride´s veil
the woman will
is the baby wail

to be continued…


Rimas não seriadas e nada sérias

Os perigosos cactos do campus
Esteja ciente
e muito precavido
contra os perigosos
e espinhentos cactos
plantados em volta do campus

Menos ansioso e mais curioso
Seja menos ansioso
e menos cuidadoso
seja mais aventureiro
e mais curioso:
pegue o ônibus
que vai pro circo

Vênus
Seja um vitorioso
contra
o vicioso
Vá para Vênus!

Vinil
Hoje em dia o vinil
é um utensílio muito velho e fora de moda

A herança
Depois do véu de noiva
a herança da mulher
é o choro do bebê

a continuar...

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Yesterday, today, anyday or everyday

ay rhyme serie

Yesterday, today,
and any or everyday


In that bay
there is a quay
where any ship in founder or in astray
safely can stay lay

Whose that just pay their pray
to saints and gods made of clay,
especially those weared in gray,
are under cursed and damned dismay.

She was at my doorway
and suddenly, as a ray,
she runaway.
Why? She won’t say.

The musician just will can display
a good and perfect play
after day after day
of hard essay

The mommys of the Square of May
carry their tears on golden trays
because this is the only way
to, by someway,
avoid it to spray.

No matter if today
is mon, tues, wed, thurs, fri, sat or sun day,
because for me, nowadays,
someday, anyday and everyday,
as how will be tomorrow and was yesterday,
is always a holiday.

You can be sure that, allway and anyway,
I’m always trying to stay,
the highest time I can, well far away
from the dirty and aversing ashtrays,
or, at least, these meetings I try to delay.
And I know myself I won’t betray
and my health I’ll prevent to decay
in order to might celebrate more and more birthdays.


Ontem, hoje,
e qualquer ou todo dia


Naquela baía
há um cais
onde qualquer navio à deriva ou extraviado
pode aportar e ficar a salvo.

Aqueles que pagam suas orações
apenas para santos e deuses feitos de barro,
especialmente os vestidos de cinza,
estão sob amaldiçoada e danada desesperança.

Ela estava à minha porta
e de repente, como um raio,
correu pra longe.
Porque? Ela não quis dizer.

O músico somente poderá apresentar
uma boa e perfeita audição
depois de dias e dias
de duro ensaio.

As mães da Praça de Maio
carregam suas lágrimas em bandejas de ouro
porque esse é o único meio
de, por algum modo,
evitar que elas derramem.

Não importa se hoje
é 2a., 3a., 4a., 5a., 6a., sábado ou domingo,
porque para mim, hoje em dia,
algum dia, qualquer dia e todo dia,
assim como será amanha e foi ontem,
é sempre feriado.

Podem estar certos de que, de todo e qualquer jeito,
eu estou tentando ficar,
o máximo de tempo possível, bem distante
dos sujos e nojentos cinzeiros,
ou, pelo menos, esses encontros eu tento adiar.
E sei que não vou me trair
e que a minha saúde irei garantir e preservar,
de modo a mais e mais aniversários poder celebrar.

domingo, 14 de novembro de 2010

Walking across the zodiacal's wall

all & ing rhyme series

Walking across the zodiacal’s wall

After all,
at last, they are acting
like an unique being,
in a game of ball.

At her last call,
she was claming,
and all doing,
for a good deal.

It was equal
to be emerging
without any feeling
from a long fall.

Thus Mr. Goal
was going,
even without be hearing,
to the hospital.

A guy of good ideal
that stays just imagining
is like to stay joking
with a jackal.

One know-it-all
who is just keeping
his way to go living
can be very lethal.

Someone considered as magical
can be making
simply nothing
beyond of the normal.

whoever that takes over an ordeal
is just obeying
the core order to go passing
over any kind of “passionitic” sentimental.

A quizzical
can be just questioning
what a hell somebody wants to remain running
for his new revival.

This signal
is saying,
or just signifying,
something about anything extremely typical.

Maybe the universal
understanding
of for why the world is valueing
so much the vandals.

If you want to eat a good x’all
isn’t enough to stay xeroxing
the way he goes yawning
because you’ll be damnly at an yaw.

After fall from the wall,
where he was challengly walking,
the kid’s eyes were spinning as if zooming
all the belt of the zodiacal.


Caminhando através da parede zodiacal

Depois de tudo,
enfim, eles estavam agindo
como uma só pessoa,
num jogo coletivo.

Em sua última chamada,
ela estava clamando,
e tudo fazendo,
por um bom acordo.

Isto era igual
a estar emergindo,
sem sentimento algum,
de uma longa queda.

Assim o Sr. Objetivo
estava indo,
mesmo sem estar ouvindo,
para o hospital.

Um sujeito de boa índole,
que fica apenas imaginando,
é como ficar brincando
com um chacal.

Um sabe-tudo,
que está apenas mantendo
seu jeito de ir vivendo,
pode ser muito letal.

Alguém considerado como mágico
pode estar fazendo
simplesmente nada
além do normal.

Qualquer um que domine um trauma difícil e doloroso
está apenas obedecendo
à ordem interior de ir passando
sobre qualquer tipo de paixonite sentimental.

Um olhar estranho e misterioso
pode apenas estar questionando
porque diabos alguém quer continuar correndo
atrás de uma nova versão de si próprio.

Este sinal
está dizendo,
ou apenas significando,
algo a respeito de alguma coisa extremamente típica.

Talvez o universal
entendimento
de porquê o mundo está valorizando
tanto os vândalos.

Se você quiser comer um bom xis’tudo
não adianta ficar imitando
o jeito dele ir bocejando
porque você estará desgraçadamente desarrumado.

Depois de cair do muro,
aonde ele estava desafiadoramente caminhando,
os olhos do menino giravam como que ampliando
todo o cinturão do zodíaco.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

To anyone alone at the aerodrome

ome & one rhyme series

To anyone alone at the aerodrome

Stand up alone
In front of the arriving room’s window-pane of the aerodrome
he/she was waiting for anyone

And while he/she was giving her/him welcome
he/she felt a soft shaking in his bones
and an icy thrilling in the backbone

Then he/she knew that a single heap of bones
never could become
a real backbone

Or why a human clone
never comes
with genetic retranscription errors in the cells type cone


A dome done to be a dungeon

At the cathedral, looking at the darkness inside its dome
they wonder that that thing had been built and done
to be just like a cell of a dungeon

Back to the ground, he noticed that everyone
had already gone
to their respective homes

And when she turned off the old gramophone,
which was playing a famous hit by Lennon,
to pick-up the phone,
in front of the mirror she realized she wasn’t so handsome


His june’s income tastes lemon

He works like a lion
but until june
his income
still has a soft taste of lemon

And no matter if he is screaming at a microphone
or at a megaphone
because he won’t be listen by none
in this crazy merry-go-round of the money
But he knows that if, by anyway, on the fight he resumes,
Instead of postpone,
he has big chance to overcome


Someone playing saxophone and xylophone

At least, someone, alone
shone
playing saxophone
and xylophone
by the very right tune and tone

For, without union,
everything would be undone
everyboby would be unwelcome
nobody would have any won
and all would be a big zone!


Para qualquer um(a) sozinho(a) no aeroporto

Sozinho(a) parado(a)
em frente à vidraça da sala de desembarque do aeroporto
êle/ela estava esperando por qualquer um(a)

E enquanto ele/ela estava dando-lhe boas-vindas
ele/ela sentiu um suave tremor nos seus ossos
e um gélido arrepio na espinha dorsal

Então êle/ela soube que um simples monte de ossos
nunca poderia se tornar
uma verdadeira espinha

Ou porque um clone humano
nunca vem
com erros de retranscrição genética nas células tipo cone


Um domo feito para ser prisão

Na catedral, olhando a escuridão dentro do domo,
eles imaginaram que aquilo tinha sido construído e feito
para ser como uma cela de uma prisão subterrânea

De volta ao chão, êle notou que todo mundo
já tinha ido
para as suas respectivas casas

E quando ela desligou o velho gramofone,
que estava tocando uma famosa canção do Lennon,
para atender ao telefone,
frente ao espelho ela caiu na real: que ela não era tão bonita


Seu salário de junho tem gosto de limão

Êle trabalha como um leão
mas até junho
seu salário
ainda tem um suave sabor de limão

E não importa se êle está gritando ao microfone
ou ao megafone
porque ninguém irá ouvi-lo
neste louco carrossel do dinheiro

Mas êle sabe que se, de algum modo, retornar à luta,
ao invés de postergá-la,
êle tem grande chance de vencer


Alguém tocando saxofone e xilofone

Pelo menos, sozinho, alguém
brilhou
tocando saxofone
e xilofone
no afinamento e no tom corretos

Porque, sem união,
tudo seria desfeito
todos seriam mal-vindos
ninguém ganharia nada
e tudo seria uma grande zona!

domingo, 24 de outubro de 2010

The young's tongue was wrong

ong rhyme serie

The young’s tongue was wrong

Just among
and always along
to the people he belongs,
something good he could be doing.

Even that it was just to ring the gong
when he was going
to meet King Kong
in Hong Kong.

Where he had a long
and oblong
lounge,
very good to the health of his lungs.

There hes was a volunteer of an ONG
and in the pool he used to plunge
after to had played his ping pong,
before that the bell had rung.

If he hadn’t to say “so long”
he would have sang
a strong
song.

But his tongue,
too long,
was wrong,
because he was still very young.


A língua do jovem estava errada ou
A jovem lingua estava errada


Somente entre
e junto sempre
ao povo a que pertencia,
alguma coisa boa estar fazendo ele poderia.

Mesmo que fosse apenas para tocar o gongo
anunciando o encontro com o King Kong
quando ele estivesse indo
para Hong Kong.

Onde ele tinha um longo
e retangular
apartamento,
muito bom para a saúde dos seus pulmões.

Lá ele era voluntário de uma ONG
e na piscina ele costumava pular
depois de ter jogado seu ping pong,
antes mesmo do sino tocar.

Se ele não tivesse que dizer “até logo”
ele teria cantado
uma forte
canção.

Mas a sua língua,
tão comprida,
estava errada,
porque ele era muito jovem ainda.


A jovem língua estava errada

Todo mundo estava cansado de saber que somente entre o povo a que êle pertencia, ou, pelo menos, um pouco mais sócio-geograficamente junto à sua tribo, êle poderia estar fazendo alguma coisa que preste, alguma coisa boa.
Mesmo que fosse apenas para tocar o gongo para o alerta geral avisando que era chegada a hora de todos irremediavelmente terem que ir encontrar e reverenciar o King Kong, quando ele estivesse indo embarcar no navio para Hong Kong – em viagem de negócios, que fique bem claro!
Aliás, como é bela e saudável essa cidade, onde ele possuía, e ainda mantinha, um longo e retangular apartamento, muito bom para a saúde dos seus pulmões – aliás, para os de qualquer um.
Lá ele era voluntário de uma ONG, e na sua piscina octogonal, estilo mongol, do século III d.C., ele sempre costumava pular depois de já ter jogado seu ping pong, antes mesmo do sino tocar, anunciando a liberação geral.
Entretanto, e à guisa de mero entretenimento, se não tivesse subitamente que dizer “até logo”, ele teria ficado e até cantado uma forte, altaneira e reconfortante canção para a galera daquela geral.
Mas, infelizmente, a sua língua – língua de trapo que ainda não sabe trapacear –, tão nova, tão limpa e já tão comprida, estava totalmente errada, porque ele era muito jovem ainda.
Tinha que engolir muito sapo antes de começar a sapear, pois que, mesmo sem ter pés, até agora só lhe cabia sapatear, visto que ainda não tinha pernas para correr, muito menos para espernear.

sábado, 2 de outubro de 2010

The widow at the window

ow rhyme serie

The widow at the window

Anyhow,
after to be hitten by the cupid’s arrow,
he slowly began at the wind blow
waving crazy and solemnly bows,
inclining his brow and bending his eyebrows,
even to the winged cows and to the crows.

By this way, at least, he’d learn how
just to follow the flow
of that wave which grows
from the low hollow
with such a so softly glow.

And to do it, now he knows,
it is enough to mow
a bit of grass of the meadow,
mix it with a little of marrow,
and eat it with marshmallow.

Undoing it, he never could cross ‘n’ overthrow
neither a miner’s river narrow and shallow,
even when it not overflows,
to get the margin to lay his head on a pillow,
over his beloved’s lap, at the tree’s shadows.

Beyond this, he could have to confront a row,
a very big human row,
full of people too much mad and slow,
trying to do an insane thing, somehow:
how to throw,
on a ground covered by snow,
seeds to sow!
It’d be easier than to swallow just a swallow?

After all, he became very well aware of how
and why he never should let to tomorrow
to show all his love’s vow
to the smily willow widow
whose smiles at him, in the yellow window.

A viúva na janela

De qualquer modo,
depois de ser alvejado pela flecha de Cupido,
êle começou a flutuar ao vento, lentamente,
fazendo loucas reverencias, solenemente,
com a testa inclinada e as sobrancelhas arcadas,
até para os corvos e para as vacas aladas.

Assim, pelo menos, êle aprendia,
como apenas seguir o fluxo
daquela onda que crescia
do profundo vazio abaixo
com uma tal irradiação de luz e calor tão macia.

E para fazer isso, agora êle sabia,
bastava moer
e, com marchimelou, comer
um feixe de capim do pasto,
misturado com um pouco de tutano de gado.

Não fazendo isso, êle nunca poderia nada,
tal como atravessar e conquistar
nem um raso e estreito rio mineiro,
mesmo quando este não transbordar,
para chegar à margem e sua cabeça poder deitar
à sombra das árvores, num travesseiro
posto no colo maneiro da mulher amada.

Além disso, ele poderia ter que confrontar
uma grande e barulhenta fileira humana,
cheia de gente muito louca e devagar,
tentando, de algum modo,
fazer uma coisa insana:
tal como lançar,
numa terra coberta de neve,
sementes para semear!
Seria mais fácil do que comer um passarinho?

Enfim, êle ficou muito bem ciente
de como e porque êle nunca deveria,
para a viúva esbelta, graciosa e sorridente,
que, só para êle, da janela amarela, sorria,
deixar para amanha, por enganado supor, poder mostrar suas promessas e juras de amor.

Ele viu a viúva na janela dela

De qualquer modo, depois de ser alvejado pela flecha de Cupido, êle começou a flutuar ao vasto vento, lentamente, fazendo loucas reverencias, solenemente, com a testa inclinada, os olhos fechados e as sobrancelhas arcadas, até para os corvos depenados e para as vacas aladas.
Assim, pelo menos, êle aprendeu, de uma vez por todas, a como e quando apenas seguir o fluxo natural daquela fantástica onda que crescia e avançava do profundo vazio abaixo, transbordando com tão intensa e suave irradiação de luz e calor.
E, para fazer isso, agora êle sabia plenamente a fórmula: bastava moer um feixe de capim do pasto misturado com um pouco de tutano de gado leiteiro, cozinhar com marchimelou, e depois comer.
Não fazendo isso, êle nunca poderia nada, tal como atravessar e conquistar nem um raso e estreito rio mineiro, mesmo quando este não estivesse na cheia máxima, para chegar à margem e poder deitar a sua cabeça cansada à sombra das árvores, num travesseiro posto no colo maneiro da mulher amada.
Além disso, ele poderia ter que se confrontar com uma grande e barulhenta fileira humana, cheia de gente muito louca e devagar, tentando, de algum modo, fazer uma coisa insana: lançar, numa terra coberta de neve, sementes para semear!
Seria mais fácil do que engolir um passarinho?
Seria mais fácil ser engolido por um passarinho?
Enfim, êle ficou muito bem ciente de como e porque êle nunca deveria – pois estava enganado, supondo que podia – deixar para amanha para apresentar as suas promessas e juras de amor para a bela, jovem, esbelta, graciosa, sonhadora e ardente viúva, que, só para êle, da janela amarela, piscava insistentemente sorridente.

He saw the widow at her window

Anyhow, after to be hitten by the Cupid’s arrow, he started to slowly blow in the wide wind, solemnly making crazy reverences, with the brow inclined, the eyes shutt and the eyebrows bended, even to the plucked crows and to the winged cows.
Thus, at least, he learnt, at once for all, how and when to just follow the natural flow of that fantastic wave that was growing and advancing from the deepth hollow below, overflowing with such a so soft and so intense broadcasting of light and warmth.
And, to do this, now he plenty had awareness about the formula: it was enough to mow a beat of meadow’s grass mixed with a small part of cow’s marrow, bake it with marchimelou, and, afterwards, eat it all.
Doesn’t doing this, he never could nothing, such a thing like to cross and overthrow neither one narrow and shallow miner’s river, even while this weren’t at his maximum overflow, to get the margin and to might lay his tired head in the trees’ shadow, on a pillow placed over the fresh, sweet and soft lap of the beloved woman.
Beyond this, he could has to confront a big and row human row, full of people very crazy and slow, all of them trying, somehow, to do an insane thing: to throw, on a ground covered by snow, seeeds to sow!
Would be it easier than to swallow a little swallow?
Would be it easiest to be swallowed by a little swallow?
At last, he became very well conscious about how and why he never should – for he was wrong, when he supposes he could – let to tomorrow to show his love’s promisses and vows to the willow, beautiful, young, graceful, dreamer and hot widow, who, just to him, from the yellow window, was smily and insistently blinking.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Quando o amor vai embora...

Quando o amor vai embora

Quando o amor vai embora, sempre deixa para trás…
Garrafas, copos e pratos vazios, sobre a mesa espalhados
Lençóis, colchas e travesseiros, sobre a cama embolados
Camisas, calças e vestidos amarrotados
Cabelos molhados e desarrumados
Caídas pelo chão, pequenas embalagens de plástico quadradas
Sobre as cadeiras e os sofás, toalhas molhadas jogadas
Música ainda ligada e luzes apagadas
Portas e janelas fechadas
O cheiro de um no corpo do outro
O sabor de um na boca do outro
O suor dos dois na pele de ambos
Um homem e uma mulher vagando pela cidade
Uma indelével sensação de felicidade
Dois corpos completos, entregados
Duas almas leves, levitando
Dois espíritos integrados
Dois amantes amando
Dois namorados

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

A deep silence

A deep, imense, absolut, unsoundable and indecipherable silence


It is like to be traveling for centuries across an imense and depressing darkness of an inhospitable and frozen intergalactical time-space, distant some million light-years from home. Suddenly, it comes, and it could be seen, just ahead: a giantly ball of light, a sweet and embracing warmth; no one knows what, from where, or why for, it was. In the begining it was just an infinitesimal point, afterwards a magnific esphere in expansion, overruning, ruling and commanding the empty space and all the bodies, living or inert, in the surroundings.
A star, a sun, a comet, an asteroid, a pulsar, galaxies in collision, an white-hole, an armagedon, a cataclysm, anyone celestial bollid, a recent born and giantly self illuminated and illuminating gaseous planet, a new big-bang, the apocalypse?!
It doesn’t matter...
What is really worthy is just the majestic and vibrant light, the caressly and tepid warmth, given like a delicious kiss of love, the life entering by the pores, by the cells and molecules, invigorating, retonicing and realiving body and soul; the repouse, the quiet, the calm, the tranquility, the home, the final destiny, the target hope, the happiness, at last the peace...
And all of these were been fitted, commanded and ruled by... the love.
An absolut, imense, deep, unconditional, perennial, eternal e infinite love.
Simply the love that, coming from her, feeds and sustains all in me.
“She” – because, without any doubt, it concerns about a being, an entity or a manifestation from female’s origin, essence and qualities – stays there for a good and beneficent time, in the space of my view’s and life’s field; or, better than this, I am who really remain there, paralysed, astonished, foolished, in love and bewitched, such as Mercury gravitying around the Sun, blowing on this pleasant and very special time-space created and maintained by “her”.
However, when I already was liking, desiring and loving still more this wonderful, when I already even dare to think that I could hold her for more time, or still for ever...
Unwarnly, unlogically, suddenly, and, even so, inresponsibly and infantilly, “she” simply goes away... (probably to another galaxy, to another star system, to another planet, all of them strangers for me and to which I don’t belong – maybe because their gods and saints never call my unknown and insignificant name)
She went on distancing, extinguishing, disappearing in the space and in the time, until to be completely vanished, leaving behind her just a terrible and dark vaccum, an emptyness, a nothing, nothing but only the old, ancient and too much already very well known icy coldness.
And all that remained were just a deep, frozen, imense, absolut, ruling, unbrokenable, unsoundable, inpenetrateable, miserable and indecipherable silence.
Apart from a great and unconsolationable longing...

Portas opostas

Portas opostas / Portas, oh... portas!

Ela estava atrás da porta da frente e
Ele estava em frente à porta de trás

Ela foi pra trás da porta de trás e
Ele foi pra frente da porta da frente

Ela voltou pra porta da frente e
Ele voltou pra porta de trás

Agora ela está em frente à porta da frente
Como ele está atrás da porta de trás

Tão logo ela entrou pela frente
Tão bem ele saiu por trás

Enquanto isso, alguém parado ao lado da porta lateral perguntava:
Portas, a quem importas?! Portas, porque são postas?!


Opposite doors / Doors, oh… doors!

She was behind the front door and
He was in front of the back door

She went to behind the back door and
He went to the front of the front door

She come back to the front door and
He come back to the back door

Now she is in front of the front door and
Like he is behind the back door

As soon as she got in by the front
As well he got out by the back

In a while, someone stood up beside the lateral door were asking:
Doors, to whom cares?! Doors, why are it sett?!

The admiration and the beatification

ion rhyme serie

The admiration
for the beatification
of an insane civilization
in irremediable damnation


If you have some admiration
at least an appreciation
or, worse, claim for the beatification
of this insane civilization
of savage competition
you irremediably are in damnation
If you dispense a great consideration
to the constitution
pay your contribution
to the corporation
and maintain good relation
with the institution
you’re donating your blessed production
in service of the domination
and you’re in order to the destruction
of the future generation
If you have enough satisfaction
just thinking about million, billion and trillion
to the yourself’s greatness before of the nation
for you nothing more is about question
But if you fell some indignation
or have a different opinion
about what is a real union
beyond to be a man with emotion
you’re a man of vision
And I can give you a good suggestion:
change your direction
increase your participation
and together we’ll can do the revolution
which will set the foundation
of a new world of peace, love and cooperation
equality, fraternity, solidarity and salvation
world of a new creation

(based on a marxist-leninist-trotkist-bolchevist-guevarist folder of the 1960s)


A admiração
pela beatificação
de uma insana civilização
em irremediável danação


Se você tem alguma admiração
ao menos uma apreciação
ou, pior, clama pela beatificação
dessa insana civilização
de selvagem competição
você está irremediavelmente em danação
Se você dispensa grande consideração
para com a constituição
paga sua contribuição
para a corporação
e mantém boa relação
com a instituição
você está doando sua abençoada produção
a serviço da dominação
e está de acordo com a destruição
da futura geração
Se você tem suficiente satisfação
pensando apenas em milhão, bilhão e trilhão para sua própria grandeza
antes da da nação
para você nada mais está em questão
Mas se você sente alguma indignação
ou tem uma diferente opinião
sobre o que seja uma real união
além de ser um homem com emoção
você é um homem de visão
E eu posso lhe dar uma boa sugestão:
mude sua orientação
aumente sua participação
e juntos nos poderemos fazer a revolução
que irá estabelecer a fundação
de um novo mundo de paz e cooperação
amor, igualdade, fraternidade e salvação
mundo de uma nova criação

(baseado num panfleto marxista-leninista-trotkista-guevarista dos anos 60)

The ambassador´s ancestors

or orn orm rhyme series

The ambassador’s ancestors


The ambassador
of the Republic of Anchor
realized that one of his ancestors
was the very real author
of the famous book “The Bornt
of a Bachelor”

The colored pop-corns’ collector

Throwing away his true handle-calculator
he announced he wouldn’t like to be a competitor
a conductor, a conqueror
or an anything’s creator.
He just would like to be a collector
of colored pop-corns.

The door of the dictator director

The door
of the dictator
director
never is so as well accessible as the one of the good doctor

The Emperor of the Equator

The editor
of “The Emperor
of the Equator”
commited a great error
when he decided to take an escalator
to try to reach the highlands of the exterior

So forlorn on the floor

He was so forlorn
looking down to the floor!
Which was the main factor
that had let him at this form?
At last, what he was waiting for?

The governor’s horror

The horror
of the governor
was due becouse he cann’t succed to be a good generator
of any kind of glamor
What was for him a matter of honor

The horns of the inspector

At the sound of their horns
the inspectors
and the instructors
invaded the building’s indoor
to catch the inventor
of impostors

Junior was taking Knorr

Junior
was taking his soup Knorr
as well as was his mentor
but as he was a minor
he was sat on the inferior
floor

A liquor with a neighbor

After so hard a labor
lay down in rested langor
and have a drink of liquor
with your best neighbor
But remember to leave the odor
of the operator
outdoor

The major and the mayor

Neither the major
nor
the mayor
endangered to look by the mirror
after to break the main motor

The professor and the projector

The such a poor
professor
didn’t succeed to make a better lesson perform
becouse the damned pupils had broken the protectors
of the slides projector’s
platform


The razor radiator

The crazy and uncontroled radiator
passed as a sharpened razor
between the receptor
and the reflector
and striked against the refrigerator

The stubborn sailor

The survivor
sailor
was stubborn
in front of his superior
while he sworn
that he never more will go to sail again under such a storm

The sculptor and the scissor

The sculptor
handle a scissor
and with a great scorn
his own hairs shorn
in front of the astonished spectators

The tailor’s terror

It had been with a sudden and enormous terror
that the poor and dreadly tailor
saw when the great and legendy Thor
took his hammer and, like a tractor,
studed a big and sharpened iron thorn
in the middle of the breast, in the heart, of the traitor

The victor visitor

The visitor
was the very verdictor
who gave the vector
to the victor

Warriors like worms

Underground warriors
Normally use to be worn
With such a kind of uniforms
Which turn them seemed like worms

Yours… yore!
It was up to you, yours, only yore, but just at the zero-hours!

Os ancestrais do embaixador

O embaixador
da República de Âncora
descobriu que um de seus ancestrais
era o verdadeiro autor
do famoso livro “O Nascimento
do Bacharel”

O colecionador de pipocas coloridas

Jogando fora a sua fiel calculadora de mão
ele anunciou que não queria ser um competidor
um condutor, um conquistador
ou um criador de coisa nenhuma.
Êle queria apenas ser um colecionador
de pipocas coloridas.

A porta do diretor ditador

A porta
do diretor
ditador
nunca está tão bem acessível como a do bom doutor

O Imperador do Equador

O editor
de “O Imperador
do Equador”
cometeu um grande erro
quando decidiu pegar uma escada rolante
para tentar alcançar as terras altas do exterior

Tão triste e solitário no chão

Êle estava tão triste e solitário
olhando pra baixo, pro chão!
Qual era o fator principal
que o tinha deixado dessa forma?
Afinal, o que é que êle estava esperando?

O horror do governador

O horror
do governador
era porque êle não conseguia ser um bom tipo gerador
de qualquer tipo de glamour
O que era para êle uma questão de honra

As cornetas do inspetor

Ao som de suas cornetas
os inspetores
e os instrutores
invadiram o interior do prédio
para pegar o inventor
de impostores

Junior estava tomando Knorr

Júnior
estava tomando a sua sopa Knorr
tão bem quanto o seu mentor
mas como êle era de menor
êle estava sentado no piso
inferior

Um licor com o vizinho

Depois de um trabalho tão duro
deite-se em descansado langor
e beba um gole de licor
com o seu melhor vizinho
Mas lembre-se de deixar o mal cheiro
do operador
do lado de fora

O major e o prefeito

Nem o major
nem o prefeito
arriscaram olhar pelo espelho
depois de quebrarem o motor principal

O professor e o projetor

O tal pobre
professor
não conseguiu dar uma aula melhor
por que os danados dos alunos tinham quebrado os protetores
da plataforma
do projetor de slides

O radiador navalha

O louco e descontrolado radiador
passou como uma navalha afiada
entre o receptor
e o refletor
e bateu contra o refrigerador

O marinheiro empacado

O marinheiro
sobrevivente
estava empacado
diante do seu superior
quando êle jurou
que nunca mais iria navegar debaixo de tais tempestades

O escultor e a tesoura

O escultor
pegou uma tesoura
e, com grande escárnio e desprezo,
tosou os seus próprios cabelos
diante dos atônitos espectadores

O terror do alfaiate

Foi com repentino e enorme terror
que o pobre e horrorizado alfaiate
viu quando o grande e lendário Thor
pegou o seu martelo e, como um trator,
cravou um grande e afiado espinho de ferro
no meio do peito, no coração, do traidor

O visitante vitorioso

O visitante
foi o verdadeiro veredictor
que indicou o vetor
para o vitorioso

Guerreiros como minhocas

Guerreiros subterrâneos
normalmente costumam estar vestidos
com certos tipos de uniformes
que os tornam parecidos com minhocas

Seu... há muito tempo atrás!
Era com você, era seu, há muito tempo atrás, mas só nas 1as. horas!

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

água, fogo, água

água, fogo, água

sol, chuva, mar
mar, sol, chuva
chuva, sol, mar

sol, que aquece terras e águas
mar, que sob o sol se torna chuva
chuva, que cai na terra e volta pro mar
ciclos meteorológicos repetitivos
ciclos de vida instintivos

mar, que sob a ação do sol gerou as vidas primordiais
chuva, que ao cair na terra renova e fortalece seus ciclos vitais
sol, que o tenhamos por mais cinco bilhões de giros translacionais

sol, mar e chuva: três espetáculos temporais, dimensionais e sensoriais

mar, que nos chama ao infinito, à origem, ao lar
chuva, que nos acolhe no ficar e no sossegar
sol, que nos arremete ao eterno, ao sublime, ao amar

sol, energia vital
mar, útero primordial
chuva, alimento essencial

sou filho do sol e sou oitenta porcento água
por isso, como a chuva, sempre corro pro mar

minha terra, meu céu e minha chuva são mineiros
meus mares, nordestinos
meu sol, rio de janeiro
minha via, sem destino
minha lida, desatino
meu dia, fevereiro

água, fogo e água
ar, terra e ar
mar, sol e chuva
chuva, sol e mar

The absence of audience

ence ense rhyme series

The absence of audience

The absence
of audience
had been due to the single lack of adherence
between the benevolence
and the coherence

At such a conference,
happened a difference:
not like simple coincidence,
faulted, by the speaker, competence,
and, by the hearers, credence

It wanted a good defense,
at least one more dense
glance,
over the essence
of the existence

Hence,
probably they’ll consider the emergence
of this eminence,
instead of to try to continuously build fences
against any interference

The innocense and the nonsense

The loss of the innocense
can bring more independence
and give license
to the irreverence
of the nonsense,
against the magnificence
of the blind obedience
at the rules of the good science

In the presence
or in the occurrence
of any offense
is better to have prudence
and patience
to avoid bad sentences
and false references
of resilience
It is all about a just question of transparency
At last, the tense
tendencies
to the violence
and the truculence
can just mean transferences
to bad senses of conscience

A ausência de audiência

A ausência
de audiência
deveu-se à simples falta de aderência
entre a benevolência
e a coerência

Em tal conferencia,
aconteceu uma diferença:
não como simples coincidência,
faltou, ao orador, competência,
e, aos ouvintes, crença

Ela careceu de uma boa defesa,
pelo menos de um olhar
mais denso,
sobre a essência
da existência

Daqui pra frente,
provavelmente eles considerarão a emergência
dessa eminência,
ao invés de continuar tentando construir cercas
contra qualquer interferência

A inocência e a falta de senso

A perda da inocência
pode trazer mais independência
e dar licença
para a irreverência
do nonsense,
contra a magnificência
da cega obediência
às regras da boa ciência

Na presença
ou na ocorrência
de qualquer ofensa
é melhor ter prudência
e paciência
para evitar maus julgamentos
e falsas referencias
de resiliencia
É tudo apenas uma questão de transparência

Afinal, as tensas
tendências
para a violência
e a truculência
podem apenas significar transferências
para maus sensos de consciência

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Desventuras nas ilhas do pais de Maralice

Desventuras nas ilhas do país de Maralice

como uma breve paródia cheia de trocadilhas ou
como uma greve parada chega a todas as vilas ou
como uma lebre pesada checa suas tocas e trilhas.

De repente, devido a um inesperado e inusitado movimento sísmico-tectônico-vulcânico ocorrido em suas profundezas abissais, o Mar de Alice se viu (ou o mar de ali se viu) pontilhado de várias ilhas. Aqui e ali se despontavam muitas ilhas. Ilhas pontilhadas; porém, ilhas sem pontes, ilhadas. E, visto que o seu território nacional constituía-se predominantemente de águas, e não de terras, agora tínhamos, afinal, ilhas no país de Maralice.
Maria Alice ou Mara Alice ou Maralice – tanto faz uma ou outra das três, porque nenhuma delas é real mesmo! – era uma menina muito inteligente, viva e esperta (quase hiperativa), mas vivia muito afastada dos seus pais, como uma espécie de ilha dentro da sua própria casa, como uma ilha (de origem vulcânica) perdida no centro do seu país.
E um dia Maralice decidiu pular pra fora do buraco-ilha em que se metera.
Não sei se enganada pelo espelho, pelo pentelho coelho, ou por ambos, ela lá se foi a comprar gato por lebre, a comer mato por herbe, a sofrer de delírio nato, mesmo sem febre. Mas, apesar de tudo isso, foi também a pegar seu salvador pé-de-coelho no exato ato, antes que o mágico espelho quebre.
Entretanto, entrando no espelho, ela começou a ver tudo invertido, tudo ao contrário, como num imenso, hilário e permanente trocadalho e, por decorrência e conseqüência direta disso, quase se afogou na lagoa de água salgada formada por suas próprias lágrimas.
Numa corrida comprida, de um inesperado surto patriótico se acometeu e quase venceu o histórico Prometeu. Porém, na verdade, na veracidade, na velocidade e na voracidade, ela sabia muito bem que apenas vencera uma homérica corrida que a ninguém prometera. Ou venceu uma corrida que a ninguém prometeu (muito menos eu!)
Não passando pelo correto portão – de chegada ou de largada, tanto faz, pois sua história faz o mesmo sentido tanto quando lida do início pro fim quanto do fim pro começo ou do meio pras beiras –, assim como o Bill, pagou o pato pelo concerto da magna lagarta, pelo conserto da má largada ou da largada mal aconselhada. E enquanto o porco maluco bebia chá com pimenta, a rainha vermelha aprumou seu coque laranja e saiu a campo – campos cinzas, por sinal – pra contar pro polvo a estória da fuga da tartaralsa.
E no meio do banquete real – celebrado e devorado em homenagem póstuma aos derrotados e decapitados na corrida maluca (pois como dizia a rainha sem cor nem dor: “cortem-lhes as cabeças!) – surgiu novamente a fatídica e irritante pergunta que não quer calar: Uma torta de lagosta tem lá gosto de torta?! E isso poderia ser perfeitamente verdadeiro, a menos que não se fizesse o imprudente aliciamento da polícia, pois nem ela sabia ao menos reconhecer se o quadrado de ladrilhos era formado de ladrilhos quadrados – aqueles mesmos que foram roubados pela quadrilha quadriculada (ao sol quadrado já bem acostumada!), a mesma quadrilha que também roubou a torta de Alice e depois foi condenada e deportada para a ilha quadrangulada, onde acabou estrangulada.
No chá (mate) dançante de despedida – ou foi no xeque-mate decapitante da desdita? – os representantes oficiais de todas as ilhas estavam presentes:
O chapeleiro maluco, o alfaiate mascate, o mameluco guerreiro, o chapeluco maleiro e todos os piribes do carata; o caxinguelê, o sambista lelê, o ilê-ayê e o saci pererê; a chaleira voadora e o bule de pouca fé; a lebre de março, o coelho de abril, a neve de junho e o sol de dezembro; a rainha alvinegra, o vice-rei verde e rosa, os reis tricolores, o rei de copas, o valete de sala e cozinha, as damas de quarto e o coringa de paus (na verdade, todas as 52 bartas do caralho!); o cavaleiro andante, o cocheiro viajante, o cavalheiro caixeiro, Dom Quixote e os cinco marqueteiros e Dartanhan e os quatro lanceiros; o Dalama Lai e o Beis Dezessento; os cavalos de Tróia, as torres gêmeas, o gato xadrez, as damas de preto, o peão goiabeiro e o dono do tabuleiro; o leórnio e o unicão; o Zé carroceiro e o Zeca roceiro; o gato de bocas e o cachorro vira-casaca; a princesa valente, o príncipe adormecido e a gata bordadeira; o visconde leopoldinense e a saborosa marquesa de sabugosa; Big Foot e Treebeard; o José Russef, a Dilma Serra e a Marina Lima; a branca dos anões e as sete nevascas apocalípticas (devidamente acompanhadas, é claro, dos seus setes respectivos cavaleiros), os setes raios e seus também respectivos sete trovões; Alice Cooper, Ozzi Osborne e Lady Gaga; o coelhinho de natal, o papai pascoal e o professor pardal; Huguinho, Zezinho e Luizinho; o pato patológico e a maga macdonalda; o rato de minie-computador; tio Patovico e tia Ludinhas; os três potetas e os três parquinhos; o gagro, o mordo e o ogro; as cadeiras andantes, as mesas falantes e as pedras rolantes; Didi, Dede, Mussias e Zacarum; a dupla sertaneja Billy The Clinton & Billy The Gate; Mônicão, Cascli e Magaca; Humpty and Dumpty; Tweedledee and Tweedledum; e, claro, a própria Alice.
Mas, finalmente confesso, não estamos aqui para falar dela, Alice, e sua insana e destrambelhada trupe porque disso já bem o disse – de sobra, por lagarto e cobra –, o caro Lewis (por isso pagou caro, o Lewis?). Estamos aqui, sim, para falar das suas maravilhas, ou melhor, das suas mara vilhosas, visadas e ilhadas ilhas. Mesmo porque (dizem as más, topes, sarcásticas e causticas línguas!) tudo isso aconteceu e surgiu simplesmente porque Mara viu Lhosas!
Porém, não falaremos mais nada porque sobre isso tudo já foi dito, tudo disso dito foi, disso tudo já foi dito; tudo disso que já foi, disse todo que já foi dito, disse tudo todo que já foi, disse isso todo que já se foi...

Só sei dizer que no final foi muito grande o desapontamento de Alice!
Pois Alice já estava cansada de tanto aliciamento de maluquices!
De tanto pular de ilha em ilha, galho em galho, com tanta macaquice!

E, tudo isso acontecia porque a tudo isso amara Alice?
Ou será que era porque, entre todos, a má era Alice?
Por malícia, a própria má Alice teria imaginado tudo isso?
Mas, por tudo que Alice via não se poderia dizer que ali se delirava.
E, por tudo que ali se fazia não se poderia falar que Alice endoidara.

No fim da história, Alice resolveu ir embora do seu país.
Porque ali se continuava a ver coisas muito estranhas.
Ficaria ali se tão grandes maravilhas pudesse realmente ver.

My shy blue sky

y rhyme serie

My shy blue sky

After four or five days
of pouring rain
I’m beginig to beg and cry
just for a shy
blue sky

Why no goodbye?

Someone can say
but I don’t know why
she went away
without goodbye
One thing she cann’t deny
above of all she likes to fly

Survey to et’s navy

Every hooly day
contemplating
the starry night
my tired eyes
constantly
crazily
and addictly
use to survey
just for one identifyable
and friendly
et’s navy

The boy and the lady

In those large, soft and silky bed where the lady
lazy and insinuantly uses to lay
her beatiful, nude, sweet and warm body
the young, weak and shivery boy
forever would like to stay
and with her, die

The worker guy and the ray

The young worker guy
whom at the old boss doesn’t like to obey
can easily be fry
or fulminated by a ray
mainly if he, the young, is a gay


To buy and to carry

Today
as yesterday
everyday
and anyday
like usually is always
you must pay
to buy
and to carry

The mice and the bats

The little and innocent mice
looking at the sky
thought they could fly
like the nice butterflies
One alerted them they were crazy
and to do a thing like that
they must become bats
or to do like such a thing
they need create wings
Even so to fly
only at night

The yucky funny

A person too much funny
can easily turn just a zany
and laughly thereby
by other’s eyes
apart from be ugly
becomes yucky

The icy city

In a big and nice city
you can very well live
but be careful about the people icy
because in toch with them you can die
totally alone
dry
and frosty
too

The jury in grey

The body of the jury
all of them worn in grey
was stand up and ready
to immediately apply
an uncanny new law
an untoldable lie
All of them lay

The spy’s key

The spy
had the key
for many
supply

May’s ways

In may
the convoy
takes the way
that more easy
can convey

To unify the country

Every holly day
lovely
they claim and pray
to really unify
their country

Weary to essay

Nowadays
well in the morning early
they wake up weary
to essay
and to play
(me too)


Meu tímido céu azul

Depois de quatro ou cinco dias
de chuvas torrenciais
estou começando a implorar e chorar
apenas por um tímido
céu azul

Porque não adeus?

Alguém pode dizer
mas eu não sei porque
ela foi embora
sem adeus
Uma coisa ela não pode negar
acima de tudo ela gosta é de voar

Pesquisa por naves ets

Todo santo dia
contemplando
a noite estrelada
meus olhos cansados
constantemente
loucamente
e viciadamente
costumam procurar
apenas por uma identificável
e amigável
nave et

O menino e a senhora

Naquela larga, suave e sedosa cama onde a senhora
preguiçosa e insinuantemente costuma deitar
seu belo, doce e quente corpo nu
o jovem, fraco e tremulo menino
para sempre gostaria de ficar
e com ela, morrer

O trabalhador e o raio

O jovem trabalhador
que não gosta de obedecer ao velho chefe
pode facilmente ser frito
ou fulminado por um raio
principalmente se ele, o jovem, for gay

Para comprar e carregar

Hoje
como ontem
todo dia
e qualquer dia
como usualmente é sempre
você tem que pagar
para comprar
e carregar

Os camundongos e os morcegos

Os inocentes e pequenos camundongos
olhando para o céu
pensaram que podiam voar
como as belas borboletas
Alguém os alertou que eles estavam loucos
e que para fazer uma coisa como aquela
eles teriam que virar morcegos
ou que para fazer uma coisa assim
eles precisavam criar asas
Mesmo assim para voar
somente à noite

O engraçado chato e inconveniente

Uma pessoa demasiadamente engraçada
pode facilmente tornar-se um engraçado bobo
e agindo risível assim
aos olhos dos outros
além de feio e repelente
vira chato e inconveniente

A cidade gelada

Numa grande e bela cidade
você pode viver muito bem
mas tenha cuidado com as pessoas geladas
porque em contato com elas você pode morrer
totalmente sozinho
seco
e congelado
também

O júri de cinza

O corpo de jurados
todos vestidos de cinza
estava de pé e pronto
para imediatamente aplicar
uma misteriosa nova lei
uma incontável mentira
Todos eles mentiam

A chave do espião

O espião
tinha a chave
para muitos
suprir

Caminhos de maio

Em maio
o comboio
pega o caminho
que mais facilmente
pode pegar

Para unir o país

Todo santo dia
amorosamente
eles clamam e oram
para tentar unificar
o país deles

Cansado de ensaiar

Hoje em dia
bem de manhã cedo
eles acordam cansados
para ensaiar
e para tocar
(eu também)

terça-feira, 8 de junho de 2010

Star-Being Theory

Star-Being Theory

Teoria do Ser-Estrêla


Certas antiqüíssimas filosofias místico-espirituais do oriente, talvez o hinduismo, o budismo ou o zen-budismo, proclamam e professam, há milênios, que não só a Terra, mas também o Sol, a Lua, as estrelas, os cometas e todos os astros do cosmos, de todo o universo, são seres vivos de fato. Não apenas simbólica, figurativa ou metaforicamente falando, mas realmente vivos, sensíveis, ágeis, pensantes e inteligentes, como nós, seres de carne e osso, só que com outras composições físico-materiais, é claro. E, mais que isso, além de constituírem seres viventes individuais, eles se comunicam, se relacionam, se influenciam, interagem entre si, formando verdadeiras comunidades cósmicas, universais, inclusive estabelecendo hierarquias de poder e comando entre eles. É dito, também, que a vida no nosso universo somente ocorre e se manifesta plenamente, em sua expressão máxima, mais perfeita e sublime, nesses níveis cósmicos, nas esferas astronômicas, e não no nosso nível terreno, animal, humano – e que nós estaríamos aqui, vida após vida, em constante processo de evolução, como seres espirituais, para um dia ascendermos, transcendermos, desse nível mundano para aquele, universal.

Então, um dia, nós todos, nos tornaremos estrelas?!

Há tempos venho pensando sobre isso: se existem bilhões ou trilhões de estrelas e planetas no universo e se também existem, muito provavelmente, bilhões ou trilhões de seres viventes como nós nesse mesmo universo, será que não há uma relação direta, biunívoca, uma real relação de vida, entre esses dois tipos de seres, entre os seres como nós e esses seres astronômicos, entre o microcosmo e o macrocosmo? Isso me lembra um famoso e antigo ditado místico-religioso que diz que “assim como é em cima, é embaixo”, ou vice-versa. Como esse nosso universo é, sábia e sabidamente, regido pelas dualidades, pelos pares, duplas, opostos ou não, é perfeitamente plausível que os seres desse universo possam ter dois tipos de vida: essa aqui, embaixo, e outra lá, em cima. Ou que essas vidas possam se refletir, se manifestar e se incorporar sob duas formas concretas e distintas: uma, aqui, no micro, e outra, lá, no macro. E, ainda, que as duas, por meio de alguma forma ou canal misterioso, se relacionem, se comuniquem, se influenciem e interajam entre si.

Visto que na Terra, assim como em todo o nosso Universo, tudo está em constante movimentação, expansão e evolução, essas duas formas de vida também assim estariam. Desse modo, é bastante provável, e possível, que as formas de vida micro estejam se desenvolvendo e evoluindo em direção aos seus respectivos pares de formas de vida macro, para se tornarem iguais, ou, melhor ainda, para se unificarem, no estágio final desse processo evolutivo, em uma só vida, num único ser vivo. Outro modo, ou outro ponto de vista, que explicaria a mesma coisa, seria o de definir o micro, o homem, como uma minúscula parte que, temporária e periodicamente, se separaria do macro, o astro, e se incorporaria, encarnaria, como um outro ser individual, nos níveis de baixo, para viver e cumprir certas etapas do processo evolutivo que somente seriam possíveis nos mundos do microcosmo.

Partindo, agora, para uma linha de raciocínio um pouco mais ousada e detalhada entre os dois cosmos, o micro e o macro, é possível até tentar estabelecer uma relação e uma classificação hierarquizada entre os seus respectivos habitantes ou entidades, conforme apresentado resumidamente na seguinte correlação (cada uma das coisas do Macro teria seus respectivos pares no Micro, e vice-versa):

Macro:
1- estrela
2- planeta
3- satélite
4- cometa
5- meteoro
6- meteorito
7- poeira cósmica

Micro:
1- ser-inteligente (homem/mulher)
2- elefante, vaca, cavalo, tubarão, baleia e similares
3- leão, cachorro, gato, tigre, peixe-boi, golfinho e afins
4- pássaros e peixes de grande porte
5- pássaros e peixes de pequena escala
6- mosquito, borboleta, pernilongo, bezouro e parentes
7- vermes, germes, ácaros, vírus e bactérias em geral

É muito instigante, e até preocupante, constatar que, segundo essa teoria, assim como a poeira cósmica pode envolver uma estrela, e, seu baixo corolário, como germes e bactérias, podem viver sobre a pele do homem, outros interessantes relacionamentos físicos ou orgânicos desse tipo podem ocorrer, tal como, por exemplo, um ser inteligente, como o homem, que viva na crosta de um planeta, como a Terra, estar vivendo, na verdade, sobre o correlato cósmico do couro de uma vaca ou de um elefante – o ruim disso é que há um certo perigo de a vaca e o elefante acharem que esses vermes estão danificando os seus belos couros, e resolverem eliminá-los, exterminá-los, de alguma forma.

Por outro lado, pode ser muito excitante, e até gratificante, verificar que planetas, satélites e cometas podem estar gravitando e girando em torno dos homens, atraídos e magnetizados pelos parceiros cósmicos destes, as estrelas.

Finalmente, talvez cada um de nós, homens e mulheres desse mundo, tenha a sua própria e única estrela correlata, a sua parte cósmica, a sua estrela-guia, em algum ponto do universo, nos guardando e nos aguardando.

Talvez linguagens de expressão ou chavões e cliches tão comuns e corriqueiros como “ela é uma grande estrela”, “êle tem estrela”, ”nasce uma estrela”, “virou uma estrelinha”, ou “somos poeira das estrelas”, sejam muito mais profundos, concretos e verdadeiros do que jamais imaginamos.

Valeria, afinal, reformular, e ao mesmo tempo responder afirmativamente, a pergunta colocada no início: Então, um dia, todos nós retornaremos como estrelas; todos nos tornaremos estrelas.

Talvez você seja Sirius, talvez êle ou ela seja Vega...
Deixe sua estrela brilhar!

O gelo, a agua e o vapor.

O gelo, a água e o vapor

ou o sólido, o líquido e o gasoso



Uma boa forma de se demonstrar e explicar a questão da existência de multiversos, universos paralelos, universos sobrepostos, com níveis espaciais extratridimensionais ou universos com dimensões espaciais igual ou acima de quatro, é estabelecer uma analogia com os estados físicos da água: o sólido, o líquido e o gasoso, ou o gelo, a água e o vapor.

Antes, é preciso esclarecer que tudo, absolutamente tudo, que existe, seja nesse universo tridimensional, seja em outros universos com graus dimensionais acima ou abaixo desse, são formas de energia, em estados vibratórios diferentes, seja uma massa sólida, seja um liquido, seja um gás, um plasma, um éter, ou outra coisa qualquer, tudo são matérias, ou energias, vibrando em níveis ou escalas diferentes, o que lhes confere as características físicas que conhecemos, no nosso universo, como sólido, liquido, gasoso, plasmático, etéreo, etc.

Mas o principio básico, fundamental, de tudo isso sempre é o mesmo: são energias sob estados oscilatórios diferentes, vibrando em freqüências eletromagnéticas diferentes, exatamente como as ondas de rádio, tv ou celular, que estão aí a nossa volta constantemente, mas que não vemos nem sentimos, simplesmente porque tem comprimentos de onda, ou freqüência vibratória, além, ou aquém, da nossa capacidade de percepção físico-sensorial.

Vale lembrar aqui a famosa equação da Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein que postula que E = M x C*2 [Energia(E) é igual à Massa(M) vezes a Velocidade da Luz(C) ao quadrado], o que significa, também, que Massa e Energia são entidades físicas perfeitamente recambiáveis ou permutáveis entre si, ou seja, Massa pode se transformar em Energia e vice-versa. Em outras palavras: uma Massa se deslocando no espaço com velocidade ao dobro da velocidade da luz se transforma em Energia.

Voltando a analogia com os estados da água: o gelo é sólido, a água propriamente dita é liquida e o vapor dágua é gasoso, porém, tudo isso é essencialmente água, tudo isso é H2O. Somente estão sob estados físicos, ou estados vibratórios e energéticos, diferentes, onde os átomos e as moléculas de H2O estão oscilando em freqüências diferentes, o que nos dá a impressão sensorial de estarmos vendo ou sentindo coisas diferentes; mas é tudo água!

O universo, ou mundo, tridimensional que conhecemos é como o gelo: tem três dimensões, é mais denso, estável, palpável, é mais duro, sólido. Outros universos extra-tridimensionais, ou com quatro ou mais dimensões, podem muito bem se constituir e funcionar de forma menos densa, menos palpável, mais fluida, mais sutil, assim como a água em estado líquido e até como o vapor dágua em estado gasoso.

E um tal universo, ou nível dimensional, constituído e funcionando como o equivalente ao estado gasoso da água, o vapor, não seria de forma alguma visível para nós. Talvez pudéssemos apenas senti-lo de alguma forma, mas nunca vê-lo.

Um outro paralelo interessante é observar estes três estados, ou níveis dimensionais, sob o ponto de vista de deslocamento físico, ou da capacidade relativa de locomoção, nesses espaços: no sólido, ou gelo, muito lento; no liquido, ou água, mais rápido; no gasoso, ou vapor, muito mais rápido. Ou seja, quem pudesse passar do estado sólido para o estado gasoso, fazendo ou não escala no líquido, poderia se locomover muito mais fácil e rapidamente! Quem pudesse passar de um universo tridimensional para outro extratridimensão poderia se deslocar muito mais fácil e rapidamente.

Enquanto um cubo de gelo está limitado a um determinado espaço tridimensional, a sua massa equivalente de água em estado liquido pode ocupar e se locomover por um espaço muito maior, ainda que quase apenas bidimensional; porém, a sua massa, ou energia, equivalente sob a forma gasosa pode ocupar e se locomover por um espaço tridimensional infinitamente maior, e de modo extremamente mais veloz! Seria quase como se os átomos e moléculas de H2O, no estado gasoso, pudessem estar simultaneamente em todos os pontos do seu espaço tridimensional!

Finalmente, vale ressaltar, também, que a luz, tal como a conhecemos, talvez tenha tais atributos e características inerentes apenas a esse nosso universo tridimensional, e que, portanto, a sua condição de “limitador de velocidade máxima” se restrinja única e exclusivamente a esse universo, e que isso não seja válido e nem se aplique, exata e necessariamente dessa forma, a outros universos extratridimensionais.

Beads in a dead head

eac to eat rhyme series

Beads in a dead head

Many beads
in a dead
head
doesn’t work as lead
‘cause you can’t them read

A beak like a peak

A big beak
strong as a teak
and tall as a peak
can also be too weak
unable to stanch a leak

A real deal

A real deal
with a real seal
dispels peal

A real meal

A real meal
like a veal
prayed with zeal
is able to heal

A beam of bean

A beam
of bean
doesn’t lean
and helps to wean

The dean’s jeans

What the old and very well ironed jeans
of the respectable sir doctor dean
without any sewing or seam
could, after all, mean
to the U’team?


A heap of meat

The butchers reap
a leap
of meat
in a heap

The first bear of the year

My hunter dear
if you meet a bear
don’t be fear
don’t rear
be near
give him a pear
‘cause he is the first of the year

A sear to wear

She had so much sear
to those cloth wear
that she hadn’t ear
justly to hear
the advises of the gear
Now she is on a sea of tear

The heat of the teat

The heat
of the teat
is like the ground’s hot peat

Feat and neat

When the drummers seat
at their drumms to perform a beat
they are doing a feat
and a neat

The deaf’s death

If you are deaf
to your heart
you have nothing to teach
but have everything to learn
Or soon you will walk to the death

Pérolas numa cabeça morta

Muitas pérolas
numa cabeça
morta
não servem como guia
porque você não pode lê-las

Um bico como um pico

Um grande bico
forte como pau-ferro
e alto como um pico
pode também ser muito fraco
incapaz de estancar da goteira o buraco

Um pacto real

Um pacto real
com selo real
dispensa alarde

Uma comida real

Uma comida real
como um filé-mignon
implorada com forte desejo
é capaz de curar

Um feixe de feijão

Um feixe
de feijão
não engorda
e ajuda a desmamar

O jeans do monsenhor reitor

O quê o velho e bem passado jeans
do respeitavel doutor monsenhor reitor
sem nenhuma costura ou rasgadura
poderia, afinal de contas, significar
para o pessoal da universidade?


Um amontoado de carne

Os açougueiros receberam
uma repentina carga extra
de carne bovina
toda amontoada

O primeiro urso do ano

Meu caro caçador
se você encontrar um urso
não tenha medo
não recue
chegue junto
dê-lhe uma pêra
porque êle é o primeiro do ano

Um tesão por vestir

Ela tinha tanto tesão
por vestir aquele vestido
que ela não teve ouvido
simplesmente para ouvir
os avisos da máquina
Agora ela está num mar de lágrimas

O calor da teta

O calor
da teta
é como o húmus quente da terra

Trabalho difícil bem sucedido
e prazeroso, simples e efetivo


Quando os bateristas sentam
nas suas bateras para executar uma batida
eles estão fazendo um trabalho difícil bem sucedido
e prazeroso, simples e efetivo

A morte do surdo

Se você é surdo
para o seu coração
você não tem nada a ensinar
mas tem tudo o que aprender
Ou logo você caminhará para a morte

segunda-feira, 3 de maio de 2010

LUIZA

LUIZA

Quem é LUIZA?!
Pode ser uma LUz de Imensa beleZA,
LUz que sempre nos guia, com firmeZA,
LUz que nos Indica o rumo, com presteZA,
LUz no InIcIo, no meIo e no fIm do camInho, com certeZA.
Ela é tudo isso e muito mais...
Nossa luminosa imagem de lindeza.
Nossa lúcida idéia de majestosa grandeza.
Nosso lugar inteiro, pleno, seguro, de fortaleza.
Luz que conhece a verdadeira fonte, origem
e identidade da sua natureza.
Luz que ilumina e harmoniza.
Luz que minimiza a nossa fraqueza.
Luz que o nosso corpo espiritualiza.
Luz que se sabe de imortal alteza.
Dona Luiza, Mãe Luiza, Dona Lulu, Vó Luiza...
que num reino de amor é plena luz.
Quanta delicadeza! Quanta sutileza!
Quanta nobreza! Quanta realeza!
Quanta gentileza!
Luz de inteligência que age com justeza e justiça,
nunca como juíza.
Lucidez intelectual que sempre nos valoriza.
É a Luz Ideal, que inescapavelmente nos magnetiza.
Luminar, que na Irmandade da Luz já se entroniza.
Luz de paz, amor e sabedoria,
que nos deu a primazia da sua companhia.
Longínquo e inesquecível Luzir,
que a gente agora só idealiza ou mentaliza.
Enfim, LU de perene luz, I de tanta intensidade
e ZA de eterna e infinita beleza.
Ou, simplesmente, como ela sempre foi, é e será,
LUz de IncrÍvel beleZA!
LUIZA!

Beefs indeed to feed

eed to eet rhyme series

Beefs indeed to feed

When you eat a beef
which indeed
use to feed
you give it a heed
‘cause you don’t need
never more to eat reed
Anymore in a reef
of bad seed
your soft teeth
will eat weed

Leeks peek at meeks

Usually a leek
choose a meek
to feed and to peek
just to avoid the reek
and the inconvenient seek
for all the week

Feel in the heel and keel

If do you feel
your own heel
you will keel
But if you peel
It you will reel

Been deem very keen

She has been
always deem
very keen
Almost a queen
she is seem
But she is really seen
complete and teem
just like a teen

Beep to deep beets

You must beep
to find beet
buried on deep
just below your feet
Or then go by jeep
to better keep
a good meet
And she will peep
and seep
until be weep

The beery deer’s jeer

To drink the best beer
with your friend berry deer
and have good jeer
Don’t have a leer
just have a peer
and don’t be queer
The deer is seer
and can turn and veer


Bifes que realmente alimentam

Quando você come um bife
que realmente
costuma alimentar
você lhe dá mais atenção
porque você não precisará
nunca mais comer capim
Não mais em um arrecife
de semente ruim
seus delicados dentes
irão comer mato

Cebolões flertam com fleumáticos

Geralmente um cebolão
escolhe um fleumático
para flertar e alimentar
apenas para evitar o odor
e a inconveniente pergunta
por toda a semana

Toque no calcanhar e caia de lado

Se você tocar
seu próprio calcanhar
você cairá de lado
Mas se você remove-lo
você irá cambalear que nem bêbado

Sendo considerada muito esperta

Ela tem sido
sempre considerada
muito esperta
Quase uma rainha
ela está parecendo
Mas ela é realmente vista
completa e totalmente
apenas como uma adolescente

Buzine para beterrabas profundas

Você deve buzinar
para encontrar beterrabas
enterradas nas profundezas
logo abaixo dos seus pés
Ou então vá de jipe
para melhor assegurar
um bom encontro
E ela irá piscar convidativamente
e se desmanchar
até ficar desorientada

A gargalhada do cabrito cervejeiro

Para beber a melhor cerveja
com o seu amigo cabrito cervejeiro
e dar boas gargalhadas
Não tenha olhar zombeteiro
tenha apenas olhar cuidadoso
e não seja extravagante
O cabrito é vidente
e pode virar e mudar de idéia

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Voo Cego

Vôo Cego

Pequena crônica de uma grande amizade (*)

Conheci os dois por volta de 1968 quando ainda éramos garotos, estudantes, em torno dos nossos primeiros quinze anos, na Escola Técnica (atual CEFET-MG) da Nova Suíça, em BH. Portanto, eles são amigos de longa data, cerca de 40 anos, e hoje já são dois quase respeitáveis senhores sexagenários. Estudaram, mataram aula, gandaiaram, se revoltaram, se perderam, se embebedaram e se encontraram(?) na vida estudantil, juntos, até se formarem em engenharia, no IPUC (atual PUC-MG), um em 78 e outro em 79. Depois, casaram, constituíram famílias, mudaram da Floresta, onde nasceram, para outros bairros, e se tornaram até compadres: o primeiro é padrinho da caçula do segundo e o segundo é padrinho de casamento do primeiro.
Quem é o primeiro e quem é o segundo? Só por questão de ordem alfabética e cronológica: Roberto Corrêa (1952) e Rubem Faria (1954), ou, simplesmente, Roberto e Rubinho, como são conhecidos social, política e familiarmente até hoje – apesar do carinhoso sufixo diminutivo inho ter sido aplicado, aparentemente, de forma trocada (pelo menos no que diz respeito à estatura e ao porte dos dois), essa discrepância foi corrigida recentemente pela família do primeiro, que resolveu passar a chamá-lo, não se sabe bem porque, de Robertinho. A propósito e em tempo: até as suas primeiras esposas têm nomes parecidos: Maira e Mara, respectiva e respeitosamente.
O Roberto gostava, e ainda gosta, de Beatles, Led Zeppelin, Gênesis, Pink Floyd, Mutantes, Chico e Caetano. O Rubinho curtia mais era Roberto e Erasmo Carlos, Jerry Adriani, Golden Boys, Wanderléia, Charles Azinavour e Pepino de Capri (mais tarde êle apreendeu Beatles com o amigo). O primeiro sempre andava de forma mais desleixada, quase esfarrapada, inclusive as roupas, à moda hippie. O segundo, com calças e camisas sempre impecavelmente muito bem passadas, um dandy – tinha verdadeiro horror a calças jeans furadas ou remendadas. Um lia García Márquez, Aldous Huxley e Leon Eliachar, o outro, Nelson Rodrigues, Milan Kundera e José de Alencar. Um tomava Guaraná, o outro só Coca-Cola. Um gostava do Pasquim, outro do Estado de Minas / Caderno Esportivo. Enquanto um ia pro cinema, o outro corria pro futebol – vale registrar que certa vez, nos anos 1970, eles tentaram participar da criação e montagem de um grupo de teatro(!) (o Zangui-Zarra, ou uma zorra de nome assim!), junto com outros amigos; mas, é claro, isso não deu certo! (houve até repressão político-policial!) Seria uma concordância de interesses muito forte! Não podia dar certo!
Como é que personalidades tão contrárias, opostas, com desejos, perspectivas e expectativas tão diferentes, puderam criar e manter uma amizade por tanto tempo?! Vai ver é aquela mesma velha história: os opostos se atraem, se complementam, simplesmente porque precisam se completar.
E eles costumam ficar meses, até anos, sem se ver, sem nem mesmo conversar por telefone. Mas, encontram-se e conversam até hoje, ainda que bienalmente, e, quando isso acontece, comunicam-se e se tratam como se normalmente viessem se encontrando todos os dias: a introdução da conversa sempre é seu fedaputa, pra lá, seu sacana, pra cá, seu merda, seu porra-louca e por ai vai...
Eu poderia contar muitas histórias interessantes vividas por esses dois sujeitos, que certamente renderiam várias crônicas, tais como: os campings & happenings no Parque do Rio Doce, na Serra do Cipó e em Lagoa da Prata; as viagens de férias pra Guarapari e Marataízes; as barricadas humanas nas entradas da Escola Técnica, em 1968, contra a invasão da escola pelo exército; as panfletagens antiditadura na avenida, nesse mesmo interminável ano; os bailes e festas, da Floresta até o Bonfim; as noites de sábado no Caniço (o point florestino da época); as viagens carnavalescas a Ouro Preto, Viçosa e redondezas; as noitadas de bebedeira nos butecos de Santa Tereza; as primeiras namoradas; os primeiros casos de iniciação sexual... (melhor parar por aqui)...
Mas, uma das melhores histórias, uma das mais interessantes, arrepiantes e hilariantes, até mesmo meio apavorante e terrificante, ainda que bastante edificante e gratificante, é essa aqui, que intitulei de Vôo Cego.
Foi lá pelos idos de 1976, quando os dois ainda eram totalmente solteiros e, conseqüentemente, completamente doidos, inconseqüentes e irresponsáveis. Conheceram um novo colega de escola, o Roberto Não-sei-mais-de-que (talvez seja Carneiro, Cordeiro, ou bicho assim) que era brevetado, isto é, tinha brevê de piloto de avião, pelo menos de Teco-Teco (ou só restrito a isso mesmo!), o qual nem por isso era menos maluco e irresponsável, muito pelo contrário!
Um certo dia, provavelmente depois de uma ácida, sulfúrica e tóxica aula de química, o Xará (como era chamado pelo Roberto) ou “Comandante” (como foi codinomeado pelo Rubinho) – alias, foi êle mesmo quem me contou esse caso – os convidou pra dar um passeio, uma voltinha, de avião. Eles toparam!!! E num belo sábado à tarde, com um maravilhoso “céu de brigadeiro”, lá foram eles pro aeroclube do Carlos Prates. Alugaram um monomotor Cherokee, de quatro assentos, piloto mais três, para um aeroturismo de uma hora sobre a cidade. Os dois Robertos, o piloto e o pretenso e falso co-piloto, foram nos bancos da frente, e o Rubinho foi sozinho no de atrás. Levantaram vôo do Carlos Prates e seguiram rumo leste: Prado, Barro Preto, Centro, Savassi, curvaram pro norte: Sion, Serra, São Lucas, Santa Efigênia, viraram pro oeste: Santa Tereza, Floresta, Horto, Sagrada Família, mais pro norte: Planalto, São Gabriel, Jaraguá, Pampulha, e retornaram – por outros caminhos que não lembram mais ou que já foram apagados da memória devido ao susto e pavor ocorrido na volta.
A certa altura (literalmente, que altura!) dessa volta, o “Comandante” resolveu perguntar se um dos dois caros amigos gostaria de pilotar o avião, um pouquinho só!?... Ao que o irresponsável, deslumbrado e animadinho Robertinho disse alegremente Sim, eu quero! Enquanto o preocupado, apavorado e arrependido Rubinho, suando frio e às bicas, disse peremptoriamente Não, de jeito nenhum! Sucedeu que o também totalmente alucinado “Comandante” deu mais ouvido ao sim do seu xará e, por alguns poucos segundos, talvez um minuto e pouco – para desespero total do Rubinho –, o manche (ou era volante, mesmo?!) esteve nas mãos do Roberto. E o Xará-comandante disse que nesse lapso de tempo não aconteceu nada de mais, apenas um leve tremor nas asas e na cabine, muito provavelmente provocados pela própria tremedeira do passageiro no banco de trás.
Aterrisaram sem problemas – logicamente após esperarem alguns bons minutos (pro Rubinho, uma eternidade!) até que não houvesse nenhum outro Teco-Teco levantando ou pousando. Tudo sob o controle dos bons e bem treinados olhos do “Comandante”, visto que esse era o único meio de comunicação (olhometro!), tanto ar-terra quanto ar-ar! Rádio, radar ou coisa assim?! Nem pensar! Não tinha pára-quedas e nem ao menos cinto de segurança!
Tempos depois, o Robertinho amigo do Rubinho me disse que na cabeça dele ainda há uma infame, insólita e tenebrosa pergunta que, desde aquele episodio, não quer calar: Se por desgraçada ventura aquele avião caísse, o que será que o Rubem faria enquanto o Roberto corria?!
Pois é, a vida costuma ser assim mesmo: às vezes voamos cegamente levados pelas mãos dos outros, sem termos a menor idéia do que estamos fazendo ou do que está acontecendo. Mas, o que importa mesmo é podermos chegar, bem e ilesos, em terra firme e segura, aprendendo e apreendendo o bom e o melhor daquilo que já passou, já voou para tempos distantes.

(*) Esse texto foi integralmente avaliado, aprovado e autorizado pelos dois amigos.

domingo, 18 de abril de 2010

Santo Milagreiro

Santo Milagreiro

O tal santo da casa nunca faz milagres
O santo dos milagres vem é de fora
Sao milagreiro é santo-de-fora
Santo-de-casa é santinho
Fica sempre quietinho
Santo do pau-oco
Sossegadinho
Apagadinho
Folgadão
Murcho
Caído
Meio
O santo-de-fora é que é milagreiro
Milagreiro é santo estrangeiro
É um santo de pau-inteiro
Inteiro de pau-santo
É santo pauleiro
Um fogueteiro
É andarilho
Arruaceiro
Um tanto
Rueiro
Inteiro
Todo

After all, the animal's arrival.

all and al rhyme series

After all, the animal’s arrival.

After all,
we never will see the great arrival
of a man really actual,
who could seems something more than an animal.
And that’s all.

Inside of a big blue ball
under the aurora boreal
they consummated their bridal,
what was very beneficial
for the proper place of their burials.

To make a call
for a carnival
inside a cathedral
isn’t just comical,
it’s also criminal.

To make a good deal
you can just give a dial,
but avoid to have dubious attitudes in dual,
because, then, you’ll been disloyal
and any agreement can become dramatical.

The editorial,
in its part most essential,
comparing to the others is equal
and isn’t so eventual,
because it treats about the eternal
problem of stamp extramarital.

All these things called by names like ecclesiastical,
ecumenical,
evangelical,
or existential,
are so vagues, empties and ethereals
that seems something from origin’s extraterrestrial.

The Big Final
of the (FFF) Football
Federal
Festival
at next sunday, 06/06/06, will fall.

The final goal,
as it usually happens, in general,
took a half of the crowd to an ecstasy global
and the other half to a depress glacial.

The governmental
entity is committing a gradual
mistake of order grammatical,
and it’s so deeply guttural,
that it seems genetical.

Standing at the hall
of the hospital
she waits for a heal
of her habitual
crisis hysterical.

If the ideals
of two individuals
are so identicals,
this can’t be incidental
but, perhaps, intentional.

For write and jaw
as a crazy jackal
the arrogant boss of the journal
had to face the judicial
and, after, was arrested to the jail.

A perfectly legal,
and seemly loyal,
politician of the “right liberal”,
acting in defense of the citizens of the local,
can be politically correct and logical,
but, also, extremely lethal.

In front of the mall,
the orchestra of martial’s
was performing a magical
piece of the musical
dedicated to someone’s memorial.

To have a numeral
instead of to have a nominal,
nowadays is perfectly normal
and accepted as natural.
It cannot be official
and neither even original,
beyond to be, maybe, just occasional,
but it always means a very great overall:
when someone succeed to surpass an ordeal.

It wouldn’t be considered professional,
been as principal
activity or as punctual,
any kind of practical
of order political.

To the revival
of an unreal
and affected power as Royal,
he ruled like a racial
rascal

Pulling the seal
she found a small
and very special
signal
which provides hers survival.

That trial
had been typical
of a tradicional
and tropical
country ruled by the tyrannical.

For an universal
and unilateral
decision, cannot be unequivocal,
because it is unusual
and unnatural.

The hierarchy was so vertical
that neither the vassals
and neither even the vandals
could once in the life, at less, eat a good veal,
even one virtual.

Behind the waterfall,
touching wall-to-wall,
he found an wherewithal
as a kind of windfall.


Depois de tudo, a chegada do animal.

Depois de tudo,
nós nunca veremos a grande chegada
de um homem realmente real,
que possa parecer alguma coisa mais que um animal.
E isso é tudo.

Dentro de uma grande bola azul
sob a aurora boreal
eles consumaram seu casamento,
o que foi muito benéfico
para o próprio lugar do seus enterros.

Fazer uma chamada
para um carnaval
dentro de uma catedral
não é apenas cômico,
é também criminoso.

Para fazer um bom contrato
você pode apenas dar um telefonema,
mas evite ter dúbias atitudes duplas,
porque, então, você estará sendo desleal
e qualquer acordo pode se tornar dramático.

O editorial,
em sua parte mais essencial,
comparando com outros, é igual
e não tão eventual,
porque trata do eterno
problema de cunho extraconjugal.

Todas essas coisas tratadas como eclesiásticas,
ecumênicas,
evangélicas,
ou existenciais,
são tão vagas, vazias e etéreas
que parecem alguma coisa de origem extraterrestre.

A Grande Final
do (FFF) Festival
Federal
de Futebol
vai cair dia 06/06/06, no próximo domingo.

O gol final,
como acontece, em geral,
levou metade da torcida ao êxtase global
e a outra metade à depressão glacial.

A entidade governamental
está cometendo um gradual
erro de ordem gramatical,
tão profundamente gutural,
que parece ser genético.

Parada na entrada
do hospital
ela espera pela cura
da sua habitual
crise histérica.

Se os ideais
de dois indivíduos
são muito idênticos,
isto pode não ser acidental
mas, talvez, intencional.

Por escrever e falar tanto
como um louco chacal,
o arrogante chefe do jornal
teve que encarar o judiciário
e, depois, foi levado para a prisão.

Um perfeitamente legal,
e aparentemente leal,
político da “direita liberal”,
agindo em defesa dos cidadãos do local,
pode ser politicamente correto e lógico,
mas, também, extremamente letal.

Em frente ao shopping,
a orquestra marcial
estava tocando uma mágica
peça do musical
dedicado em memória de alguém.

Ter um número
ao invés de ter um nome,
hoje em dia é perfeitamente normal
e aceito como natural.
Pode não ser oficial
e nem mesmo original,
além de ser, talvez, apenas ocasional,
mas sempre significa uma grande cobertura: alguém
conseguir superar uma experiência difícil e dolorosa.

Não deveria ser considerado profissional,
seja como atividade principal
ou como ação puntual,
qualquer tipo de prática
de ordem política.

Para reviver
um irreal
e pretensioso poder Real,
ele governou como um desonesto
racial.

Puxando o selo
ela encontrou um pequeno
e muito especial
sinal
que possibilitou a sua sobrevivência.

Aquele julgamento
foi bem típico
de um tradicional
e tropical
país governado pela tirania.

Pois uma decisão
universal e unilateral
não pode ser inequívoca,
porque não é usual
nem natural.

A hierarquia era tão vertical
que nem os vassalos
e nem mesmo os vândalos
podiam, ao menos uma vez na vida, comer um filé,
mesmo um virtual.

Atrás da cachoeira,
tateando de parede a parede,
ele encontrou suprimento suficiente
como uma espécie de inesperado presente surpresa.

Uma pessoa, um lugar, uma hora.

Uma pessoa, um lugar, uma hora

A pessoa certa, no lugar certo, na hora certa… é a salvação plena, absoluta, milagrosa.

A pessoa certa, no lugar certo, na hora errada... é um sonso, perdido no tempo.

A pessoa certa, no lugar errado, na hora errada... é uma pobre vítima intencional.

A pessoa certa, no lugar errado, na hora certa... é um bobo, perdido no espaço.

A pessoa errada, no lugar certo, na hora certa... é um mero espectador eventual.

A pessoa errada, no lugar certo, na hora errada... é um mero espectador atrasado.

A pessoa errada, no lugar errado, na hora certa... é uma pobre vítima acidental.

A pessoa errada, no lugar errado, na hora errada... é a danação total, final, irremediável.


A person, a place, a time

The right person, in the right place, at the right time... is the plenty and miraculous salvation

The right person, in the right place, at the wrong time... is a goof, lost in the time

The right person, in the wrong place, at the wrong time... is a poor intentional victim

The right person, in the wrong place, at the right time... is a fool, lost in the space

The wrong person, in the right place, at the right time... is a mere eventual witness

The wrong person, in the right place, at the wrong time... is a mere later witness

The wrong person, in the wrong place, at the right time... is a poor accidental victim

The wrong person, in the wrong place, at the wrong time... is the final, irremediable damnation

Ram'on the hill

Trinta e sete anos depois… achei isso nos meus antigos alfarrábios manuscritos em papel:

Ram’on the hill
(Ramon na montanha, parodiando “The fool on the hill” dos Beatles)

Ramon subiu na montanha, e a única coisa que êle queria era apenas sentir sua mãe natureza, ama-la, vive-la e contempla-la em paz, mas as máquinas lá embaixo não deixavam.
Lá de baixo, da cidade grande, subiam até êle milhões de decibéis diabólicos e ele, assim, não conseguia o silêncio necessário e essencial para poder ver, ouvir, sentir, amar e contemplar a sua querida mãe.
Ramon então desceu à cidade, encarou a maquinaria toda, e disse: Cumequié?! Vocês não vêem que eu quero silêncio?! Ou são cegas e surdas, suas imbecis?!...
Depois, Ramon subiu novamente à sua montanha, virou pra sua mãe e disse: Mãe, oh mãe, não deixes que a matem assim! Diga alguma coisa, mãe! Faça alguma coisa!
Então, Ramon sentou-se numa pedra encima da montanha, apoiou os cotovelos nos joelhos, escorou o queixo nas mãos, fechou os olhos e não viu mais nada. Sentiu o frio da noite, ouviu o silêncio das máquinas, saboreou o perfume da terra, amou a e à luz da lua, contemplou não sei mais o quê, e morreu em paz.
Uma companhia qualquer de mineração fez explodir uma gigantesca carga de dinamite, e Ramon e sua amada montanha vieram abaixo. Pobre Ramon, não sabia que a sua montanha era 80% (oitenta por cento) minério-de-ferro puro de alto valor industrial.
Vai virar ferro e aço japonês ou alemão que depois serão transformados em chassis, motores, latarias e carcaças de ônibus americanos, caminhões italianos e carros brasileiros que, reincorporados então sob a forma desses estranhos animais, fantasmagoricamente se rematerializarão lá embaixo, na cidade grande, pra incrementar ainda mais a demoníaca e infernal poluição atmosférica e sonora.

Escrito num dia qualquer de julho de 1973, na Floresta, em BH, mais ou menos na mesma época em que grande parte da Serra do Curral foi detonada pelo mesmo motivo que a montanha do Ramon.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Em torno da ponte

Em torno da ponte

embaixo da ponte
bebo da água
que me leva à fonte

encima da ponte
pego a estrada
que vai pro horizonte

ao lado da ponte
fico parado
enquanto o rio passa

paralelo à ponte
construo outra
redundante

sob a ponte
cavo um túnel
como variante

sobrevoando a ponte
lanço a carga
detonante

agora só há lados
desconectados
sem pontes

Around the bridge

under the bridge
I drink from the water
that lead me to the font

upon the bridge
I take the road
that goes to the horizon

at the side of the bridge
I stay stoped
while the river flows

parallel at the bridge
I build another
redundant

tubing the bridge
I dig a tunnel
as a variant

flying over the bridge
I throw the load
detonanting

now there are just sides
disconnecteds
without bridges

Agindo como um doido clamando por nada

ing rhyme serie

Acting
as a mad being
claiming
for nothing


He was really acting
as a mad crazy being,
while he was calling
attention at what he was doing
as soon as it was emerging
from his freak feeling.

Apart from to where he was going,
what they were there having
were very well inspiring
him, without any joking,
to always be keeping
his mad way of living.

Even making
anything else but nothing,
he was only obeying,
as much as the time was passing,
without any questioning,
the order to go away, running.

Someone could exit by there saying
that he was just taking
some suspicious understanding
about how to stay himself valueing
as the time keep walking.

However, he was just xeroxing,
yet that been slowly yawning,
the world’s zooming.


Agindo
como um doido
clamando
por nada


Ele estava realmente agindo
como uma pessoa louca, desvairada,
enquanto chamava
atenção para o que fazendo estava,
tão logo isso emergia
da sua sensibilidade descontrolada.

Exceto por onde êle caminhava,
o que eles estavam fazendo lá
muito bem o inspirava,
sem brincadeira alguma,
a sempre manter
seu louco modo de viver.

Mesmo realizando
coisa alguma além de nada,
êle estava somente obedecendo,
tanto quanto o tempo estava passando,
sem nenhum questionamento,
a ordem de seguir em frente, correndo.

Alguém poderia sair por aí dizendo
que êle estava apenas tentando adquirir
algum suspeito conhecimento
sobre como se valorizar, se sobressair,
enquanto o tempo continuava passando.

Todavia, êle estava apenas imitando,
ainda que vagarosamente bocejando,
a rápida corrida do mundo.


Agindo como um doido clamando por nada
versao completa

Ele estava realmente agindo e se comportando como uma pessoa louca, desvairada, enquanto chamava a atenção para o que estava fazendo – não importava o que, onde, quando, como, pra que e nem porque –, tão logo isso emergia das profundezas da sua sensibilidade descontrolada.
Exceto por onde êle caminhava – e veja bem que ele, como todo doido, andava bastante –, o que eles estavam fazendo por lá, o inspirava e incentivava muito bem (sem gozação ou brincadeira alguma) a sempre querer manter esse seu louco modo de viver; pois, na sua santificada inconsciência de louco, êle sabia muito bem que somente assim poderia continuar a ser visto e ouvido com alguma sensatez (do ponto de vista dêle!)
Mesmo realizando coisa alguma além de nada, êle sabia que estava somente obedecendo – tanto quanto o tempo, inextricavelmente, estava passando –, sem nenhum questionamento, dúvida ou vacilo, a ordem de sempre seguir em frente, rápido, correndo!
Alguém, maldosamente, poderia sair por aí dizendo que ele, malandramente, estava apenas tentando adquirir algum suspeito tipo de conhecimento, de alguma neometafísica técnica pseudoparapsicológica, ou coisa que o valha, sobre como se valorizar, se sobressair, ou mesmo sobreviver, enquanto o tempo continuava passando.
Todavia, mesmo que ainda hoje poucos, ou ninguém, acreditem, êle estava apenas tentando imitar, ainda que vagarosamente bocejando e quase caindo de sono, a rápida e louca corrida do mundo.
Mas, nesse triste e derradeiro estágio de insanidade, êle já se parecia ainda mais com um velho, decrépito e desvairado muslin fundamentalista, no meio do deserto, clamando a deus... por nada, e pregando... para ninguém.
Tudo agora era apenas um sol escaldante, miragens estonteantes, areia até o horizonte e pedras aos montes.

Acting as a mad being claiming for nothing
full version

He was really acting and behaving as a crazy person, a real freakish, while he was calling the people’s attention to what he was doing – doesn’t matter what, where, when, how, for what, neither why –, as soon as this was emerging from the depths of his uncontroled sensibility.
Apart from where he was walking – and look well that he, like every madman, walks a lot –, what they were doing by there, were very well inspiring and incentiving him (without any joking) to always want to maintain this his crazy way of life; for, in his saintly unconscience of a crazy, he knows very well that only thus he could continue to be seen and listen with some senseness (from his point of view!)
Even didn’t holding any thing beyond of nothing, he knows that he was just obeying – as much as the time was inextricably going by –, without any questioning, any doubt or any vacillation, the order to always go ahead, fast, quickly, running!
Somebody could malevolently goes around there saying that he trampingly was just trying to acquire some suspicious kind of knowledge, from some neometaphysical ‘n’ pseudoparapsychological technic, or such a thing like this, about how to be valued, to be distinguished or, even, to survive, for while the time was continuesly passing.
However, even that yet nowadays less, or nobody, were believing, he was just trying to imitate, still that slowly yawning and almost falling on sleep, the speedy and crazy race of the world.
But, at this sad and last stage of insanity, he already was still more resembleding like an ancient, decrept and freakish fundamentalist muslin, in the middle of the desert, claiming in god... for nothing, and preaching... to nobody.
All now just was a scaldly sun, mirages stupendous, sand till the horizons and heaps of stones.