Alguém irremediavelmente viciado em escritas e estrelas, projetando palavras interiores em espaços exteriores.
segunda-feira, 25 de maio de 2015
Bacalhau II
Bacalhau II
Quanto tempo dura um bordado de linha quase de algodão feito numa toalha de pano, duvidosamente de algodão, de uma mesa de restaurante cujos pratos principais são à base de bacalhau?
E quanto tempo dura a tinta de uma caneta bic e um guardanapo de papel, ambos quase totalmente sintéticos, rabiscados sobre uma mesa de restaurante cujos pratos especiais são à base de bacalhau?
Com certeza o tempo de duração, ou de vida útil, da toalha é muito maior do que o do papel (em dezenas de anos ou até mais de um século!)
Pois é isso que as fiéis e leais bordadeiras do Minho sempre pretenderam fazer e ofertar, consciente ou inconscientemente, aos casais de amantes e namorados de Braga: estender, ampliar e solidificar as suas juras e promessas de amor transpondo-as, transferindo-as, de míseros, fugazes, descartáveis e biodegradáveis poucos meses e anos de papel para mais ricos, perenes, duráveis e recicláveis anos e séculos de pano.
Desconfio que as tais bodas de papel, bodas de pano e as outras consecutivas bodas mais sólidas, caras e brilhantes têm tudo a ver com as tradições das namoradeiras e das bordadeiras de Portugal.
(para quem quiser entender as origens, as causas e os antecedentes e, ainda, os preâmbulos, os prelúdios e os precedentes deste post, leia meu post anterior: o “Bacalhaul” ou “Bacalhau I”)
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