quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Palavras, palavras e palavras.


Palavras, palavras e palavras.

Por afeto, carrego em mim o espírito das palavras escritas.
Mas, de fato, não me apego tanto assim a estas inscritas.
Algo maior, superior, me atrai nas não faladas nem escritas.

palavras pétreas, palavras plásticas, palavras de papel,
palavras doces, palavras amargas, palavras de mel,
palavras duras, palavras bite-eletrônicas, palavras de fel.

Desconfio das minhas faladas,
digito e gosto dessas escritas,
mas, me dedico às não ditas,
estas, sim, minhas amadas.

palavras de Buda, palavras de Shiva, palavras de Moisés,
palavras de Cristo, palavras de Kardec, palavras de Maomé,
palavras de Maria, palavras de Madalena, palavras de João e Zé

As faladas são expostas, extrapoladas e podem ser mal interpretadas.
As escritas são restritas, circunscritas e podem até ser bem vistas.
Mas, as não ditas são silenciosas, criteriosas, misteriosas, imperiosas.

(Brumbe balançando suas palavras de 2014)
(Para quem não sabe o quê é o “estranho” objeto da foto: é uma antiga balança de dois pratos, aparelho utilizado para pesar produtos vendidos a granel em armazéns e mercearias até meados do século XX)

(Não sabe o quê significam as palavras “armazém”, "mercearia" e nem “granel”?! Depois explico, com outras palavras)

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