e assim é o natal e o ano novo
e o carnaval e o dia do ovo
(o pascoal) e o dia do bobo
(o tal de abril) e etcetera e tal
também é o da mãe e o do pai
o dos avós e o das crianças
(dias de (des)esperanças?)
e por aí se vai...
Alguém irremediavelmente viciado em escritas e estrelas, projetando palavras interiores em espaços exteriores.
domingo, 31 de dezembro de 2017
sexta-feira, 22 de dezembro de 2017
Calafetação
Calafetar, Calafetação, Calafetagem
Sempre temi, evitei pronunciar ou mesmo escrever, tais estranhas, suspeitas e ambíguas palavras. E sempre fugi delas, quase como o diabo foge da cruz.
Mas, ontem não teve jeito, tive que encara-las frente a frente, sem sinônimos ou antônimos nem eufemismos de apelação.
Pior, tive que efetua-las calado, calar e efetuar, experimentar e sentir as suas existências na vida real e não só nos livros e nos dicionários, praticando-as de fato, com as minhas próprias mãos!
Pois, ontem, eu tive que calafetar, fazer uma calafetação ou calafetagem, para vedação da junção, do buraco, entre o tronco da árvore e o telhado da casinha na árvore, que estou construindo pros meus netos. (ver fotos: essa é tal calafetação)
Mas, o que vem ao caso, a questão que não quer calar, e muito menos calafetar, é a estranheza, o susto, a suspeita é a desconfiança que estas palavras de calafetar e suas derivadas sempre calaram em mim!
E, enquanto eu calafetava, a minha mente não se calava e constantemente se perguntava:
Será que calafetação serve pra calar algum tipo de afetação? Calafetar é pra calar algo que me afeta? Calafetagem é uma espécie de sacanagem que se deve calar? Calafetagem é uma insuspeita, enrustida, dissimulada é inconfessável cafajestagem?
Já sabia, mas, para calafetar de vez minhas especulações mentais, corri pro meu dicionário online pra me certificar e aliviar. Lá está e copiei;
"Significado da palavra calafetar:
v.t. (verbo transitivo)
Vedar com estopa, introduzida à força, as junturas, buracos ou fendas de uma embarcação, para impedir penetração da água.
Entupir com estopa, feltro, pano ou papel qualquer fenda ou buraco para impedir a entrada do vento ou do frio.
Encher com piche ou outra substância as juntas dos soalhos, telhados etc."
Atenção! Favor não confundir calafetação com calefação. Está última significa o aquecimento de ambientes muito frios, introduzindo calor por algum meio. E uma boa calafetação normalmente não depende de nenhuma calefação. Mas, o inverso pode ser verdade, pelo menos nas regiões de frio mais intenso: uma boa calefação pode depender de uma boa calafetação, inclusive da ordem de execução da ação: primeiro se faz a calafetação e depois a calefação.
Só falta cair uma boa chuvarada, daquelas que calam toda a criação, pra eu poder ver se ficou boa a minha calafetação, ou se vou ter que refazer a calafetagem (aí é sacanagem!)
Material utilizado: Espuma Expansiva para Calafetagem (ou calafetação)
quinta-feira, 21 de dezembro de 2017
águas
águas
águas transparentes
em sol de solstícios fulgurantes
águas sem limos,
só pra amigos íntimos
ou bem chegados parentes
águas translúcidas
onde se perde a palidez e a lucidez
água tranqüila
com um bom copo de whisky,
vodka, cachaça ou tequila
água plácida
ph no ponto, nada ácida
nem alcalina
é só água de piscina
água azulina,
sem querosene nem gasolina,
só no fundo parado da minha piscina
água tão serena e límpida
só na minha piscina nada olímpica
só pra quem nada olimpicamente nada
ou pra quem olimpicamente nada nada
segunda-feira, 11 de dezembro de 2017
telhados
Da serie: registros fotográficos pra arquivar nas nuvens de chuva:
Meus telhados molhados, ensolarados, avermelhados, fuligenados, nublados, empoeirados, acinzentados, empreteados e esverdeados.
Telhados suavemente inclinados levitando acima de paredes, muros e árvores; lançando raízes cada vez mais fortes e profundas no meu corpo e no meu espírito.
Quando deito e descanso os meus olhos e a minha mente neles, a poesia venceu, o amor ganhou, a vida está salva!
Telhados de 2, 4 e até 7 águas, todas em mim desaguardadamente a desaguar.
Sob estes telhados estou protegido, ungido, abençoado.
Estou plena e seguramente acolhido, abrigado, agraciado.
Posso entrar, descansar, dormir e sonhar em paz.
From the series: photographic records to archive in the rain clouds:
My roofs wet, sunny, reddish, smoldering, cloudy, dusty, greyish and greenish.
Roofs softly turned levitating above walls and trees; leting time over time deeper and stronger roots in my body and my soul.
When I lie and rest my eyes and my mind in them, the poetry has won, the love has triumphed, the life is saved!
Roofs of 2, 4 untill 7 waters, all of it unexpectedly draining over me
Under these roofs I am protected, anointed, blessed.
I am fully and surely welcomed, sheltered, graced.
I can come in, rest, sleep, and dream in peace.
muros
Da série: registros fotográficos pra se jogar nas nuvens:
Meus muros de pedra numa tarde de sol de primavera após cinco dias nublados e chuvarados
E eu não sei muito bem porque, mas esses muros sempre foram para mim pura poesia em pedra bruta.
From the series: photographic records to throw in the clouds:
My stone walls on an afternoon of spring sun after five cloudy and rainy days.
And I don't know very well why, but these walls have always been pure hard stone poetry to me.
domingo, 10 de dezembro de 2017
00:52
00:52
já marca
o relógio do celular
do novo dia que já vem vindo
apenas cinquenta e dois!
tudo pode ficar pra depois
desses últimos 52 minutinhos
é hora da última taça de vinho
da última coisa a pensar
do último lamentar
do último cantar
do último pesar
01:07
já marca
o relógio do celular
do novo dia que já vem vindo
apenas cinquenta e dois!
tudo pode ficar pra depois
desses últimos 52 minutinhos
é hora da última taça de vinho
da última coisa a pensar
do último lamentar
do último cantar
do último pesar
01:07
domingo, 3 de dezembro de 2017
só
da minha longa e solitária série:
só, somente só e solitário seriado
tem vezes que gosto de estar só
só não gosto de estar só só
e quando estou muito só
me sinto como traste
assim, meio frustre
estar somente só
é muito triste
é triste só
e é só
sô
sábado, 25 de novembro de 2017
desassombrado
Vivendo num mundo sem sombras! Sem sombra de dúvida! Onde todas as sombras desaparecem, somem, desvanecem. Quando nenhum homem ou nenhuma mulher consegue enxergar a própria sombra!
É a hora em que ninguém consegue perseguir a, ou ser perseguido por, sua própria sombra. É no dia perfeito, na hora exata, no momento preciso, em que todas as sombras se vão e tudo fica absolutamente claro, limpo, plenamente ensolarado, desasombreado, desassombrado! Aliás, neste instante extremo todas as coisas, tudo que é objeto material tridimensional (sem abas ou partes suspensas capazes de projetar impertinentes sombras extras) sobre a superfície do planeta, tais como essa garrafa de vinho já vazia (pois vinho quente não dá! só azia!) sobre a mesa, perdem o sabor e a sombra, desaboream, desasombream, deixam de projetar sombras, cores e sabores, ficam descoloridas e desassombradas!
Foto: sábado, 25/11/17, 13h de verão, 12 no horário real, sol a pino, no prumo exato, no zênite perfeito, sobre este ponto do planeta (uma espécie de pré-solstício de verão, solstício que ocorrerá daqui há pouco menos de um mês)
quinta-feira, 23 de novembro de 2017
752 anjos
meus anjos da madrugada
com a luz apagada,
à luz de vela,
velam, zelam,
por mim sozinho,
eu e minha taça de vinho
(na verdade, é luz elétrica
eu só não disse,
pra não quebrar a métrica)
quinta-feira, 9 de novembro de 2017
Sidi Belyout
na estação
um trem parte na linha 1
outro trem chega na linha 2
no momento em que os dois vagarosamente se emparelham,
dois olhares rapidamente se cruzam
o dele, no trem que chega
com
o dela, no trem que parte
tivesse ele chegado no trem anterior
ou
tivesse ela partido no trem posterior
(volta a cena)
ela não teria partido
pois eles teriam se encontrado
inescapavelmente
no saguão da estação
(não volta a cena)
nunca mais se verão
(nem no inverno ou em qualquer outra estação)
Foto: Estação Ferroviária Casa-Port / Sidi Belyout, às 22:17h (by Brumbe, da sua janela marroquina)
domingo, 5 de novembro de 2017
Maroc
Maroc
Estar no Marrocos,
no Marrocos não estar.
Ir de Casablanca pra Marrakech,
ou de Marrakech pra Casablanca.
E aqui não ficar nem voltar,
de Beaga pra Bagda
ou de Bagda pra Beaga.
Ler de frente pra trás,
ou de trás pra frente, vê?
É tudo a mesma coisa!
Coisa mesma, ah, tudo é.
Talvez somente três coisas,
três coisas somente talvez,
andando pra trás ou pra frente,
sejam de fato diferentes:
O universo em expansão ou em contração.
A vida em evolução ou em involução.
O amor em profusão ou em retração.
No mais, tudo o mais,
tanto fez quanto tanto faz.
Voar from Morocco to London,
ou voltar from London to BH
Só sei porque viajar ousei
Ousei viajar porque sei, só
E bebendo um bom Boulaouane rouge, vindo do alto do minarete da Mesquita Hassan II, ouvi ao longe:
Ácarap raja iv zefem euq o damahco otirgo are
Era o grito, o chamado, que me fez viajar para cá:
"SOCORRAM ME SUBI NO ÔNIBUS EM MARROCOS!
SOCORRAM ME SUBINÔ ON IBUS EM MARROCOS!"
Já não sei se quero voltar
Voltar quero, és ies, mas, não já.
Foto: um ônibus em Marrocos (este realmente pedindo socorro!)
quarta-feira, 11 de outubro de 2017
coisas
perder coisas procurar coisas arrumar coisas guardar coisas consertar coisas manter coisas comprar coisas pagar coisas parcelar coisas adiar coisas antecipar coisas eliminar coisas acrescentar coisas prometer coisas omitir coisas juntar coisas separar coisas renovar coisas inventar coisas equacionar coisas solucionar coisas carregar coisas buscar coisas levar coisas entregar coisas pedir coisas pensar coisas imaginar coisas ouvir coisas falar coisas discutir coisas calar coisas ver coisas enxergar coisas coisar coisas...
Que coisa... às vezes sinto um grande cansaço das coisas!
by Brumbe, no meio das coisas
Que coisa... às vezes sinto um grande cansaço das coisas!
by Brumbe, no meio das coisas
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Miscellaneous / Miscelaneos
segunda-feira, 9 de outubro de 2017
sem beira nem eira
sem eira nem beira (*)
(no limits, no borders)
A escrita, o escrever,
é a minha única e verdadeira
companheira.
A que me segue e é (per)seguida na vida por esta estrada inteira.
Mesmo que eu não esteja nem um pouco à sua altura.
Ainda que ela mesma pouco e mal me ature.
Falar, entregar, desaguar,
faltar, completar, desabafar,
tropeçar, cair,
levantar, seguir,
sem eira, beira ou fronteira,
sem tapumes nem vitrines,
nem cercas ou barreiras.
Descer, ou ao menos ousar pretender,
ir ao âmago, ao fundo, de qualquer coisa, enfrentar os infernos.
Merecer estar ao nível do chão, da terra, à mesa, dos meus no mundo.
Subir em direção aos céus, às estrelas, às galáxias.
by Brumbe (5:20 to 6:37 am, 2017, october, 09) at least, back to the road (enfim, de volta à estrada)
english version, coming soon (versão em inglês, brevemente)
(*) homenagem à John Winston Lennon, no dia dos seus 77 anos.
(no limits, no borders)
A escrita, o escrever,
é a minha única e verdadeira
companheira.
A que me segue e é (per)seguida na vida por esta estrada inteira.
Mesmo que eu não esteja nem um pouco à sua altura.
Ainda que ela mesma pouco e mal me ature.
Falar, entregar, desaguar,
faltar, completar, desabafar,
tropeçar, cair,
levantar, seguir,
sem eira, beira ou fronteira,
sem tapumes nem vitrines,
nem cercas ou barreiras.
Descer, ou ao menos ousar pretender,
ir ao âmago, ao fundo, de qualquer coisa, enfrentar os infernos.
Merecer estar ao nível do chão, da terra, à mesa, dos meus no mundo.
Subir em direção aos céus, às estrelas, às galáxias.
by Brumbe (5:20 to 6:37 am, 2017, october, 09) at least, back to the road (enfim, de volta à estrada)
english version, coming soon (versão em inglês, brevemente)
(*) homenagem à John Winston Lennon, no dia dos seus 77 anos.
sábado, 30 de setembro de 2017
débeis e dúbias
débeis e dúbias
É muito triste quando
as palavras deixam de ser
fortes, calorosas, saborosas,
quentes, gostosas, amorosas,
reais,
fantásticas,
entusiásticas;
e passam a ser apenas
fracas, frias,
dúbias, débeis,
insípidas, inodoras,
virtuais,
burocráticas,
diplomáticas;
somente frágeis
palavras amigáveis.
by Brumbe (c), 30/09/17,
sentindo as palavras fraquejarem
É muito triste quando
as palavras deixam de ser
fortes, calorosas, saborosas,
quentes, gostosas, amorosas,
reais,
fantásticas,
entusiásticas;
e passam a ser apenas
fracas, frias,
dúbias, débeis,
insípidas, inodoras,
virtuais,
burocráticas,
diplomáticas;
somente frágeis
palavras amigáveis.
by Brumbe (c), 30/09/17,
sentindo as palavras fraquejarem
sexta-feira, 15 de setembro de 2017
without name
um desejo, um querer, uma fome,
uma coisa toda sem jeito,
sem graça, sem nome,
que jamais será satisfeito
a desire, an want, a hungry,
a thing without all mean,
with no grace, no name,
that never will be satisfied
uma coisa toda sem jeito,
sem graça, sem nome,
que jamais será satisfeito
a desire, an want, a hungry,
a thing without all mean,
with no grace, no name,
that never will be satisfied
to the bright
in the my last winter's night
graces to heaven, i might
acept or avoid any fight
and i'm going to the bright
it's already the time of my flight
na minha última noite de inverno
graças aos céus, eu posso
aceitar ou evitar qualquer luta
e eu estou indo para a luz
já está na hora do meu vôo
graces to heaven, i might
acept or avoid any fight
and i'm going to the bright
it's already the time of my flight
na minha última noite de inverno
graças aos céus, eu posso
aceitar ou evitar qualquer luta
e eu estou indo para a luz
já está na hora do meu vôo
terça-feira, 5 de setembro de 2017
ovos & vinhos
Ovinho
Topovo
Vinhovo
Ovotopo
Toponovo
Ovonotopo
Só um ovo quebrado
no topo do vinho já tomado
Só um vinho sob céu enluarado
debaixo de um ovo estrelado
Topovo
Vinhovo
Ovotopo
Toponovo
Ovonotopo
Só um ovo quebrado
no topo do vinho já tomado
Só um vinho sob céu enluarado
debaixo de um ovo estrelado
toalhas & sandálias
cds & dvds
suas toalhas
com todos os coraçõesinhos
sua escova de dentes
suas sandálias
e seus futuros chinelinhos
sua janela
e tudo dentro e fora dela
seu café, seu vinho
e todo o meu amor e carinho
até mesmo o chá
que um dia ainda vamos tomar
seus cds e dvds
sua lareira
tudo na minha casa
em todo o condado
e tudo mais que você queira
estarão sempre lá
te esperando
como esperado
suas toalhas
com todos os coraçõesinhos
sua escova de dentes
suas sandálias
e seus futuros chinelinhos
sua janela
e tudo dentro e fora dela
seu café, seu vinho
e todo o meu amor e carinho
até mesmo o chá
que um dia ainda vamos tomar
seus cds e dvds
sua lareira
tudo na minha casa
em todo o condado
e tudo mais que você queira
estarão sempre lá
te esperando
como esperado
domingo, 20 de agosto de 2017
de estação a estação
Tenho uma certeza na vida:
queria estar com você,
queria ficar com você,
queria amar você,
em qualquer situação,
sob qualquer condição,
de estação a estação,
pelo seu coração,
com todo meu coração,
para o resto da minha vida!
queria estar com você,
queria ficar com você,
queria amar você,
em qualquer situação,
sob qualquer condição,
de estação a estação,
pelo seu coração,
com todo meu coração,
para o resto da minha vida!
terça-feira, 1 de agosto de 2017
Espíritos de Árvores
Espíritos de Árvores
Estou construindo, pessoalmente, no meu sítio, uma casinha na árvore pros meus netos. Como eu considero que as árvores são os seres vivos mais importantes desse planeta, no início da obra eu não só perdi permissão como também fiz uma longa meditação e uma oração (à minha maneira meio madeira!), solicitando que o espírito da árvore bem acolhesse e protejesse a casinha e os seus pequenos frequentadores.
Como a casinha é, claro, toda de madeira, hoje, com a obra já bem adiantada (ver foto), de repente me dei conta de que eu deveria também venerar, invocar e chamar os espíritos de todas as árvores que cederam madeira para a obra, para que se unam, se agreguem, ao espírito da árvore hospedeira. E, para mim, o objetivo, o sentido, maior dessa união da árvore viva com as árvores "mortas" é não somente que seus espíritos em conjunto abracem e abençoem a casinha, mas, principalmente, que as árvores "mortas" se sintam realmente, pelo menos em parte, renascidas, ressuscitadas, revividas, ao se integrarem ao corpo, troncos e galhos, da árvore que suporta a casinha.
E que as árvores do mundo todo sempre protejam os netos de todo mundo!
domingo, 16 de julho de 2017
paradoxais distâncias corporais
paradoxais distancias corporais
Nesse inverno, com todo esse tempo tão gelado, é que eles estão mais distantes, isolados, frios, separados!!
Será que no verão, com todo aquele calorão, eles estarão novamente juntinhos, agarradinhos, se aquecendo grudadinhos?!
Por isso admiro e respeito casais mais intermediais e mais equidistantes, constantes, equilibrados, regulados e balanceados, como o soturno e sortudo amigo Antono e a discreta e bela prima Vera.
Nesse inverno, com todo esse tempo tão gelado, é que eles estão mais distantes, isolados, frios, separados!!
Será que no verão, com todo aquele calorão, eles estarão novamente juntinhos, agarradinhos, se aquecendo grudadinhos?!
Por isso admiro e respeito casais mais intermediais e mais equidistantes, constantes, equilibrados, regulados e balanceados, como o soturno e sortudo amigo Antono e a discreta e bela prima Vera.
sexta-feira, 30 de junho de 2017
no horto
Só porque a babá tá doente,
aqui estou eu novamente,
depois de anos ausente,
em carne e osso presente,
pessoa em sangue e osso,
muito vivo e nada morto,
na tal Arena do Horto.
Eu que sempre me calo,
que pouco ou nada falo,
pra ver o meu GALO!!!
Eu, o atleticano-avô que veio
graças ao Galo Na Veia,
porque o atleticano-pai teve
que ficar em casa pra cuidar
das crianças e do bebê
e só vai ver pela tevê,
e, não sei se descontente
ou se feliz familiarmente,
depois de anos presente,
hoje estará daqui ausente,
só porque a babá tá doente.
segunda-feira, 26 de junho de 2017
sobre mesa de vidro
fruteira padrão:
manga
maçã
limão
banana
e mamão
Minha neta Clara (5 anos),
a Clarinha,
fez essa artesinha
sobre a mesa da cozinha.
Fiquei imaginando:
será um Caleidoscópio?
Melhor pensando:
é um Clareidoscópio!
sexta-feira, 23 de junho de 2017
idéias revis(it)adas
(revis(it)ada lembrança de alguns anos)
Meras e idiossincráticas idéias, inclusive a propósito de prescritas prosopopéias e oníricas onomatopéias
Ainda pretendo renascer, viver e morrer num planeta aquoso de Cassiopéia
onde a minha alma voe com cem mil asas, que nem mil aladas centopéias,
sonhando toda noite com o fantasma da bela e sensual deusa grega Atenéia.
Morar numa casa avarandada nos contrafortes do vulcão de Pompéia,
ou em outra, com deck e cais, na margem norte do Reno, na Basiléia,
ou ainda outra – uma cabana de beduínos, talvez – nos desertos da Eritréia.
(porém, em qualquer delas, apenas jardins e quintais de azaléias)
Ouvir cães, gatos, cobras e lagartos cantantes numa sinfônica prosopopéia
(ou apenas miaus, au-aus, sibilados e chiados, simples onomatopéias)
Comer somente mel de abelhas, retirado diretamente das colméias
e produtos naturais, orgânicos, vegetais, sob a forma de geléias.
Não ter a menor idéia de quem seja Gertrudes, Cleonice ou Dorotéia.
E no fim da vida, viver uma pequena e singela greco-romana epopéia
ou, ao menos, uma rápida, fugaz e mortal oriental odisséia.
Mas, tudo isso é pura, insana e alucinada falta de idéia!
Apenas algo que se semeia,
depois na mente permeia,
no espírito ricocheteia,
na alma bamboleia
e no cérebro manca e coxeia,
sempre após a meia-noite e meia.
by Brumbe © 2015
Picture: the greek goddess Ateneia
domingo, 18 de junho de 2017
quinta-feira, 1 de junho de 2017
kashmir
one day I'll go to Kashmir
with no ticket to return,
no tears and no fear
um dia irei pra Cachemira
sem passagem de volta,
sem choro e sem medo
R. Brumbe 01/6/16 - 01:34 am
listening Kashmir / Led Zeppelin
with no ticket to return,
no tears and no fear
um dia irei pra Cachemira
sem passagem de volta,
sem choro e sem medo
R. Brumbe 01/6/16 - 01:34 am
listening Kashmir / Led Zeppelin
quarta-feira, 31 de maio de 2017
Fronteiras Urbanas
Fronteiras Urbanas
Aqui em BH, assim como nas grandes cidades brasileiras, quando a turma ou a gangue de um bairro de classe "média" ou "baixa", como Floresta e Santa Tereza ou Pirajá e São Benedito, quer delimitar as suas ruas de frequência e influência ou o seu território de domínio, os seus digníssimos integrantes jogam um par de tênis velho na fiação aérea da rua, geralmente numa esquina, o que significa dizer, clara, botineira, chutada e pesadamente falando, que a turma de um lado não gosta e nem se enturma de jeito nenhum com a turma do outro lado, e nem admite invasões de território.
Já aqui nos bairros de classe "alta", como São Bento e Santa Lúcia (interessante: a maioria dos bairros de BH têm nome de santo ou santa, mas isso já é outra estória, pertence a outro território), ao invés de tênis velho, eles jogam é telefone velho! (vide foto) Um telefone permanentemente desligado, descartado, mudo, desconectado! Será que isso quer dizer algo similar ao que aquelas outras turmas dizem, ou seja: aqui a turma de um lado não se comunica de jeito nenhum com a turma do outro lado, e nem se permite que uma entre na conversa da outra?!
Aqui em BH, assim como nas grandes cidades brasileiras, quando a turma ou a gangue de um bairro de classe "média" ou "baixa", como Floresta e Santa Tereza ou Pirajá e São Benedito, quer delimitar as suas ruas de frequência e influência ou o seu território de domínio, os seus digníssimos integrantes jogam um par de tênis velho na fiação aérea da rua, geralmente numa esquina, o que significa dizer, clara, botineira, chutada e pesadamente falando, que a turma de um lado não gosta e nem se enturma de jeito nenhum com a turma do outro lado, e nem admite invasões de território.
Já aqui nos bairros de classe "alta", como São Bento e Santa Lúcia (interessante: a maioria dos bairros de BH têm nome de santo ou santa, mas isso já é outra estória, pertence a outro território), ao invés de tênis velho, eles jogam é telefone velho! (vide foto) Um telefone permanentemente desligado, descartado, mudo, desconectado! Será que isso quer dizer algo similar ao que aquelas outras turmas dizem, ou seja: aqui a turma de um lado não se comunica de jeito nenhum com a turma do outro lado, e nem se permite que uma entre na conversa da outra?!
segunda-feira, 15 de maio de 2017
duas mães
Primeiro Dia das Mães
com as duas filhas mamães
simplesmente, calorosamente,
singularmente, ruidosamente,
zelosamente, amorosamente,
felizmente e alegremente
como é certo das mães
por conta dos filhos
Obrigado por serem mães!
Obrigado pelos seres netos!
Obrigado eterno e infinito!
com as duas filhas mamães
simplesmente, calorosamente,
singularmente, ruidosamente,
zelosamente, amorosamente,
felizmente e alegremente
como é certo das mães
por conta dos filhos
Obrigado por serem mães!
Obrigado pelos seres netos!
Obrigado eterno e infinito!
terça-feira, 2 de maio de 2017
portal
é o portal,
o frontispício,
a boca devoradora,
da minha lareira,
que estará logo acesa
queimando fogo inteira,
torrando boa e má madeira,
pra incendiar ou acalmar,
arrebatadora, acalentadora,
o meu mental
e invernal
hospício
(como é fim, era meio e princípio)
Belchior
Belchior, bem como muitos outros músicos e músicas daquele tempo, foi assim como uma espécie sublime, divina, poética, harmônica, contagiante e instigante, de algo como um pano-de-fundo, background, alicerce e suporte, que inspirou, motivou, alegrou, alentou, deleitou, incentivou, incendiou e justificou toda uma geração brasileira (a minha) profundamente sonhadora, contestadora, idealista, batalhadora, guerreira, guerrilheira, sofrida, torturada, martirizada e revolucionária.
O que eu sinto com a morte dele?
O mesmo que senti quando morreram recentemente muitos outros assim:
É que toda aquela geração já vai morrendo também.
O que eu sinto com a morte dele?
O mesmo que senti quando morreram recentemente muitos outros assim:
É que toda aquela geração já vai morrendo também.
sábado, 22 de abril de 2017
nin de passarin III
Nin de Passarin III
A roda de carroça, a casa no mato, a cama de tronco, a janela do chalé e os nin de passarin.
A roda no mato, a casa da carroça, a cama do chalé, a janela de tronco e os passarin nos nin.
A roda do chalé, a casa de tronco, a cama no mato, a janela da carroça e os nin de passarin.
A roda de tronco, a janela da casa, a cama da carroça, o chalé no mato e os passarin nos nin.
A roda na cama, o mato na janela, o chalé da casa, o tronco na carroça e os nin de passarin.
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sexta-feira, 21 de abril de 2017
tantas
já morri tantas vezes
que nem sei
já nasci outras tantas
que rezei
já vivi tantas outras
que errei
que nem sei
já nasci outras tantas
que rezei
já vivi tantas outras
que errei
segunda-feira, 17 de abril de 2017
vão
tudo será em vão
nenhum sermão
nenhum palavrão
nenhuma oração
nenhuma canção
nenhuma exortação
nos salvará da destruição
by brumbe apocalypsing
quinta-feira, 13 de abril de 2017
cardápio animal
Cardápio Animal
Os Elefantes mais elegantes e galantes só bebem água em galões e da própria fonte, a da deles fonte
Camelos não comem cogumelos como guloseimas de marmelo
O Leopardo não come galinha, mas adoraria um frango ao molho e óleo pardo
Rinocerontes comem demais! Não passam mal porque tomam óleo de rícino antes
Hipopótamos em hipótese alguma comem tálamos, nem os que potamos.
Girafas têm pescoço comprido de tanto engolir comprimidas garrafas?
E o Búfalo, quando não encontra comida? Bufa de fulo
Nos primórdios do mundo foi dito aos Marsupiais: só comereis do fruto que mal usurpares de outros animais
Sábio pra galho é o Macaco que só come os frutos do próprio trabagalho
Que pena que “drome” não é comida! Se sim, os Dromedários poderiam comer, sem engasgos, os seus dromes diários
Jacaré, se fosse baiano, só comeria acarajé; como não é, come só do peixe que der
Vacas Aladas preferem o que em vôo produzem: coalhadas bem chacoalhadas
O Peixe-Boi não come capim, prefere tilápia, traíra e surubim
O Peixe-Elétrico? Come volts, ampères e watts? Pra saber, só medindo-o com um multivoltiamperiwattímetro
E o Peixe-Espada? Engoliu uma...?
A Tigresa de Bengala comeu pouco e ficou só magreza, bela magrela. E venceu a ameaça de extinção: morreu velha e banguela
Hienas só comem restos, carniças e ossos; e ainda riem de dar pena
(aliás, a Hiena, se fosse mineira, se chamaria Otorrino)
Ornitorrincos comem mal, pois sofrem muito de nariz, garganta e laringe; deveriam consultar mais os seus ornitorrinolaringologistas
Suricato no mato, pra sucuri é prato
Muito cuidado com a Onça! Pra qualquer comida, pintada ou não, ela avonça
O Leão? O rei da criação? Come de tudo, menos pão e arroz com feijão
E o bicho Homem? Que diabo com quiabo será que eles comem?!
By Brumbe, assistindo, dormindo, programas de "vida selvagem animal" (um dos seus prediletos)
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segunda-feira, 10 de abril de 2017
insônia
Insônia...
Só insoniando com você
Só sonhando com você
Só pensando em você
Só procurando você
Só desejando você
Só querendo você
Só faltando você
Só amando você
Só mesmo você
Só quero você
Só sei você
Só você
Você
Só
...
Só insoniando com você
Só sonhando com você
Só pensando em você
Só procurando você
Só desejando você
Só querendo você
Só faltando você
Só amando você
Só mesmo você
Só quero você
Só sei você
Só você
Você
Só
...
quarta-feira, 29 de março de 2017
rastros e traços
Rastros e traços
No meu ar ainda paira algo intraduzível,
incomparável, incomensurável, sem nome:
é o seu perfume
E na minha fronha e no meu travesseiro
ainda, travessamente,
se assanha o seu cheiro
Nos meus cobertores
ainda vibram, timidamente,
seus tremores e seus estertores
E no meu lençol
ainda há fagulhas do seu radiante e gratificante sol
Na minha janela ao vento ainda tremula a sua lua
E minhas vidraças e espelhos ainda tremem
por ousarem refleti-la toda nua
Sobre a mesa, numa taça de vinho,
sempre o melhor ou um muito bom
sempre fica o fino, levíssimo, discreto e refinado traço do seu invisível batom
E a minha cama só se declara e declama
realmente cama
quando a gente se ama
O meu quarto inteiro
de canto a canto
pelos quatro cantos
(geométricos e musicais)
só quer você inteira
de terça a terça feira
E às vezes, como um louco,
abro a porta e reviro tudo,
desvairado revirado,
até o tapete e o capacho,
mas, muito triste, nunca te acho
E toda a minha casa,
graciosamente,
agraciadamente,
por você chama, clama e reclama,
repetidamente,
todo dia
dia e noite
noite e dia
No meu ar ainda paira algo intraduzível,
incomparável, incomensurável, sem nome:
é o seu perfume
E na minha fronha e no meu travesseiro
ainda, travessamente,
se assanha o seu cheiro
Nos meus cobertores
ainda vibram, timidamente,
seus tremores e seus estertores
E no meu lençol
ainda há fagulhas do seu radiante e gratificante sol
Na minha janela ao vento ainda tremula a sua lua
E minhas vidraças e espelhos ainda tremem
por ousarem refleti-la toda nua
Sobre a mesa, numa taça de vinho,
sempre o melhor ou um muito bom
sempre fica o fino, levíssimo, discreto e refinado traço do seu invisível batom
E a minha cama só se declara e declama
realmente cama
quando a gente se ama
O meu quarto inteiro
de canto a canto
pelos quatro cantos
(geométricos e musicais)
só quer você inteira
de terça a terça feira
E às vezes, como um louco,
abro a porta e reviro tudo,
desvairado revirado,
até o tapete e o capacho,
mas, muito triste, nunca te acho
E toda a minha casa,
graciosamente,
agraciadamente,
por você chama, clama e reclama,
repetidamente,
todo dia
dia e noite
noite e dia
quinta-feira, 9 de março de 2017
devagaração
diverjo e divirto de frente, de prosa e de verso
do diverso, avesso e transverso
do que vejo, sinto e penso
(página ainda em construção
desejo, que seja, ainda em divagação
ou em mera devagaração
devagar... ação)
do diverso, avesso e transverso
do que vejo, sinto e penso
(página ainda em construção
desejo, que seja, ainda em divagação
ou em mera devagaração
devagar... ação)
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017
show
Show
Show, show mesmo, é quando o show em dvd sai da tela da tv, atravessa a sala, vai e invade os vitrais da sala de tv ao sabor das nuvens ao sol a se por; cantando e tocando canções magistrais, nos vapores do fim do mundo, onde me calo mudo; por essa mesma janela onde a gente os vê e se vê, pra ganhar e viajar os infinitos e eternos espaços silenciosos e sonoros que vagam lá, bem pra lá das terras dos confins da terra, num bólido aero-espacial a novecentos e quarenta e três quilômetros por hora, riscando o profundo céu azul de fina e branca tinta, ou na atmosfera mais rasa onde trinam aves raras, pássaros brancos e negros, passageiros dos planetas primordiais, e para, ao fim de tudo, voltar aos nossos olhos, ouvidos, mente e espírito como som sempre novo, e som novo como jamais, tal e qual se ouvia e se cantava no tempo dos templos dos mundos de nunca mais.
thank you, Dylan, for one more show
Show, show mesmo, é quando o show em dvd sai da tela da tv, atravessa a sala, vai e invade os vitrais da sala de tv ao sabor das nuvens ao sol a se por; cantando e tocando canções magistrais, nos vapores do fim do mundo, onde me calo mudo; por essa mesma janela onde a gente os vê e se vê, pra ganhar e viajar os infinitos e eternos espaços silenciosos e sonoros que vagam lá, bem pra lá das terras dos confins da terra, num bólido aero-espacial a novecentos e quarenta e três quilômetros por hora, riscando o profundo céu azul de fina e branca tinta, ou na atmosfera mais rasa onde trinam aves raras, pássaros brancos e negros, passageiros dos planetas primordiais, e para, ao fim de tudo, voltar aos nossos olhos, ouvidos, mente e espírito como som sempre novo, e som novo como jamais, tal e qual se ouvia e se cantava no tempo dos templos dos mundos de nunca mais.
thank you, Dylan, for one more show
domingo, 5 de fevereiro de 2017
PAULA
PAULA
Com Paula,
minha terceira netinha,
recebo minha quarta aula
minha sexta escola de vida
Sejam bem vindos e bem vindas
todas as alegrias,
todos os sorrisos,
todas as caretinhas,
todos os chorinhos,
todas as baguncinhas
e todo o saber de Paulinha!
Paulinha,
a primeira filhinha
de Cézar e Aninha
Mais uma neta,
como meu presente de níver,
vem no momento certo,
vem na data certa!
quarta-feira, 25 de janeiro de 2017
fora da via
fora da via
Bem que o meu mestre guia
sempre dizia e repetia:
Meu filho, largue essa engenharia,
vá mexer só com poesia,
vê se se acha na vida,
vê se acha a sua via.
Suave via?!
Suave viveria!
Bem que eu queria...
segunda-feira, 23 de janeiro de 2017
dias e dias
cada noite a mais
sem te amar
é um dia a menos
da minha vida que se vai
cada noite a mais
te amando
são dias e dias
que a minha vida vai ganhando
sem te amar
é um dia a menos
da minha vida que se vai
cada noite a mais
te amando
são dias e dias
que a minha vida vai ganhando
segunda-feira, 16 de janeiro de 2017
tráfego aéreo
tráfego aéreo
pela janela de vidro da sala de estar,
aquela mesma onde se está,
de onde se vem, se vai ou se vá
quando algum som está ou não a tocar,
pode-se ver muito bem
lá, bem além,
da lagoa que já não há
e das montanhas do lugar,
que naqueles infinitos e profundos espaços azuis,
nos confins da terra,
alheios à toda ordem local e universal,
sagrada e milenarmente aqui já estabelecidas,
como estranhos e indesejáveis objetos que insistem em profanar os meus céus,
agredindo os meus deuses e as minhas deusas,
os aviões,
silenciosamente,
sistematicamente,
invariavelmente,
regularmente e
geoposicionadamente,
continuam a pousar e decolar
quando algum som está ou não a tocar,
pode-se ver muito bem
lá, bem além,
da lagoa que já não há
e das montanhas do lugar,
que naqueles infinitos e profundos espaços azuis,
nos confins da terra,
alheios à toda ordem local e universal,
sagrada e milenarmente aqui já estabelecidas,
como estranhos e indesejáveis objetos que insistem em profanar os meus céus,
agredindo os meus deuses e as minhas deusas,
os aviões,
silenciosamente,
sistematicamente,
invariavelmente,
regularmente e
geoposicionadamente,
continuam a pousar e decolar
quinta-feira, 12 de janeiro de 2017
dvd na tv
dvd na tv
Das minhas melhores horas do dia
uma é essa
19h inverno ou 20h verão
quando a noite vai comendo o dia
gradativamente, sem pressa
que nem camaleão
e o show em dvd
sai da tela da tv
e invade o vidro da janela
da porta sem tramela
e ganha o espaço
azulado cinzento
de sonhos e tormentos
sobre a lagoa e a montanha
(patos e garças voando pra um lado,
dedos e cordas pro outro lado
aviões pousando ao fundo)
De manhã já será garoa
Pura manha?!
Ah... pois bem antes disso,
(ouve bem, garota)
sem saber o que faço,
já me desintegro em milhões de pedaços
E nem saberei mais qual dvd
colocarei integral na tv
quarta-feira, 11 de janeiro de 2017
se eu souber
eu sempre tive, tenho, e sempre terei, muito medo de saber como se escreve poesia,
pois temo que, se eu souber, nunca mais vou nem ao menos tentar escrever poesia
espero que nunca chegue esse dia
pois temo que, se eu souber, nunca mais vou nem ao menos tentar escrever poesia
espero que nunca chegue esse dia
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domingo, 8 de janeiro de 2017
direções cardeais
Amores Cardeais
De repente,
mirando o poente,
reparei
o que nem bem sei,
lá no mais alto e amplo horizonte
do meu belo horizonte.
É que todos os meus amores principais,
em todos os pontos cardeais,
estavam lá:
do sul ao lado
do médio norte
do próximo oeste,
e até do distante sudoeste
e do longínquo nordeste.
E o principal e atual,
o que quero imortal,
o do mais íntimo leste,
mais precisamente, sudeste,
aquele que todo dia renasce
e que sempre permanece
me reorientando pelas outras demais
direções cardeais
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