tráfego aéreo
pela janela de vidro da sala de estar,
aquela mesma onde se está,
de onde se vem, se vai ou se vá
quando algum som está ou não a tocar,
pode-se ver muito bem
lá, bem além,
da lagoa que já não há
e das montanhas do lugar,
que naqueles infinitos e profundos espaços azuis,
nos confins da terra,
alheios à toda ordem local e universal,
sagrada e milenarmente aqui já estabelecidas,
como estranhos e indesejáveis objetos que insistem em profanar os meus céus,
agredindo os meus deuses e as minhas deusas,
os aviões,
silenciosamente,
sistematicamente,
invariavelmente,
regularmente e
geoposicionadamente,
continuam a pousar e decolar
quando algum som está ou não a tocar,
pode-se ver muito bem
lá, bem além,
da lagoa que já não há
e das montanhas do lugar,
que naqueles infinitos e profundos espaços azuis,
nos confins da terra,
alheios à toda ordem local e universal,
sagrada e milenarmente aqui já estabelecidas,
como estranhos e indesejáveis objetos que insistem em profanar os meus céus,
agredindo os meus deuses e as minhas deusas,
os aviões,
silenciosamente,
sistematicamente,
invariavelmente,
regularmente e
geoposicionadamente,
continuam a pousar e decolar
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