Alguém irremediavelmente viciado em escritas e estrelas, projetando palavras interiores em espaços exteriores.
quinta-feira, 8 de dezembro de 2016
tempus ventus II
Tempus Ventus II
(Vento do Segundo Tempo)
Se há demora
o tempo a leva embora
no passar das horas
sem demora.
E fica o mormaço de um nunca mais
e um vento que sopra o jamais
de uma nova brisa nos quintais.
Um vento que não sopra jamais
Um tempo sem mais, de nada mais
Como uma trava em todos os portais.
Tempo que vira vento
Vento que não vira tempo
É um tempo que flui como o vento.
É um vento portador de vagas imemoriais
que se quer inutilmente passar por tempo, e nada mais
E a tua demora
é o tempo que vai embora
deixando apenas um jamais
com gosto de nunca mais.
Quando lhe dei meu tempo
você o levou como vento
sem menos nem mais.
Sim, senhora!
Dona das minhas horas
Deixou os meus aposentos irreais
perdeu a hora e foi embora
para nunca mais.
E agora?
Ficou só o vento frio que trespassa os vitrais.
Calor nessas horas?
Só se eu botar fogo nessa casa sem demora,
queimando mesas e cadeiras,
livros, revistas e jornais!
(na versão I, se bem me lembro,
foi no Leblon, no inverno de 2003, e
quando escrevi
lembrei e entendi
as ruas que percorri
nisso que Adriana diz:
“caminho ao longo do canal
faço longas cartas pra ninguém
e o inverno no Leblon é quase glacial”)
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