Alguém irremediavelmente viciado em escritas e estrelas, projetando palavras interiores em espaços exteriores.
quarta-feira, 8 de junho de 2016
de Lens a Gelsenkirchenbigburgendorf
Da série Infantes e Infames Neo Piadinhas Literalmente Pseudo Literárias
(talvez inspirada em, ou por, Dostoiévski, Nietzsche, Kafka, Carpeaux, Orwell, Huxley e Mazurkievski)
de Lens a Gelsenkirchenbigburgendorf
(versão revisada e reviajada)
Dois velhos amigos escritores, um francês, o outro alemão, em vias de assinarem novos altos contratos com os seus respectivos editores, viajavam juntos pela autovia Lens-Gelsenkirchenbigburgendorf. Um deles, o motorista alemão, se guiava por assumidas tendências Concretistas, enquanto o outro, o carona francês, apreciando a paisagem, se mostrava alegre e flagrantemente mais Abstracionista.
E lá iam eles via afora, na verdade, mas fora do que na via, conversando acalorada e exasperadamente sobre suas novas obras e suas preferências artísticas, inclusive literárias, quando, numa curva mais acentuada, por obra e arte da inaptidão, da divagação e da desorientação (escritores, via de regra, principalmente os sem regra de via, são péssimos motoristas) o motorista concretista perdeu o controle da direção e o carro foi violentamente arremessado contra o guard-rail, constituído de imensos e monolíticos blocos de concreto.
Graças aos cintos de segurança e aos air-bags, ambos saíram ilesos. Mas, ao saírem do carro, o carona, abstraindo-se de maiores broncas, advertiu o motorista:
– Lembre-se sempre, meu caro velho amigo e colega:
O concreto não é abstrato. Caso contrário, o contrato seria abjeto!
(by Brumbe © 2014 – all lefts reserved)
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