sábado, 8 de agosto de 2015

Rosi Macarte


Rosi Macarte

De um longínquo e nostálgico interior veio Rô,
a que mais cedo e profundamente invadiu,
desbravou e povoou
o meu inteiro interior.
Se Si me fez subir feito zumbi
as longas e tortuosas ruas noturnas
da Serra da cidade soturna,
com Ma quase entrei em coma renal
Respirando todo o sal
suspenso em vapor
numa ressaca brava no Arpoador.
E quando eu e Car nos vimos
numa tarde qualquer de 5 de fevereiro,
um prédio pegou fogo ao lado de nós
em Ipanema, na rua Jangadeiros.
Depois encontrei Tê chorando ao telefone
em pleno Posto 9 (nove)
(dos postos de praia, não telefônicos)
e a levei pra casa, pra chorar mais suave,
que praia não é lugar de choros oceânicos
nem lacônicos.
Ro, Si, Ma, Car, Te,
cinco mulheres marcantes
que marcaram-me
a sol e sal,
terra, serra, mar,
fogo e falta de ar.
Pobre de mim que queria – minto,
ainda quero –, insanamente
reencontrar as cinco
numa somente.

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