quinta-feira, 5 de junho de 2014

Em Terra de Ninguém

Da série Copa do Mundo em Vídeo Verso

Em Terra de Ninguém

Em terra de ninguém (*)
a gente não sabe se vai ou se vem,
nem eles, nem você, nem eu também,
bem ou mau, mau ou bem.
Em outros casos se diz, porém,
que em casa de qualquer alguém,
caso a porta esteja aberta num guinem,
(ou seja, caso eles muito bem a guinem)
mas, em centímetros, não mais de 100,
qualquer um pode entrar muito bem.
Seja lá pras bandas de Santarém ou Itanhaém,
lá longe, nos calorentos trópicos, bem além,
em chão onde nunca pisou Matusalém,
onde há meio século é terra de ninguém,
(500 anos mais 14, diga-se bem)
sempre se acha alguém, um sô-ninguém,
(um Luis, uma Dilma, um Zé Dirceu,
que, se não é meu nem seu, é de quem?!)
que compre tudo, mesmo o que não convém,
e que se venda baratinho, por apenas um vintém.
Vá, vai lá, que sempre tem.
Mais um circo, sem pão, aí vem.
E os demônios dizem “amém”!

(*) Na verdade, isso aqui não é terra de ninguém.
O dono se sabe quem é, se conhece muito bem.
Mas a ela, ele nunca vem, há quem por ele vem.
Pois mora longe, bem ao norte do Golfo de Darién.


My comment in the facebook:

Pois Copa pra mim é isto: O espetáculo que ocorre dentro das quatro linhas, no campo de futebol, me interessa muito. Mas, o circo político-comercial-explorador-interesseiro que acontece fora dos gramados, extracampo, não me interessa nem um pouco, me dá náuseas e ânsias de vômito.

Nenhum comentário:

Postar um comentário