segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

ardente, caliente e transcendente

ardente, caliente e transcendente
(trovinhas saradas em torno do ente)

Dor de dente
Era algo ardente,
feito pura aguardente,
martelando bestialmente,
na boca, bate-estaca batente.
Gengiva, ai, caliente,
logo, logo, fiquei ciente:
uma simples dor de dente,
me deixando louco, demente.
Felizmente e finalmente,
como bem acontece geralmente,
há sempre algum dentista perto da gente.

Placebos (*)
Hemoragiopoliresquiciliente.        
Que é isso? Pergunte ao iminente
Mestre-escola Dr. John Kent.
Não o sabe nem o John Kent?!
Então não há leniente,
apenas placebos para a mente,
a tomar, via oral, antes do sol nascente.  

Sol de verão
E aí aquele sol, onipotente, onipresente,
desabou rumo a seu cotidiano poente,
tão teimosa e absurdamente quente,
como se fossem 16, hora recente,
de tanto que ainda fazia luz reluzente.
Sol saliente, ainda sustente e suspense,
que na boca-da-noite se negava a solvente.

Missão
Algo extraordinariamente transcendente,
se apresentava como missão urgente,
que somente competia aos valentes.

(*) Nota de Esclarecimento:
O nosso aclamado Dr. John Kent, ou João Quente, é mesmo, de fato, ”iminente” e não tem nada de “eminente”, visto que, além de ainda não ser eminência de nada e de forma alguma, nem religiosa, nem parda ou de qualquer outra tonalidade, ele vem ameaçando se tornar em breve – que deus tenha piedade de nós! – um dos maiores psiconeuroanalistas do nosso país. Ou seja, ele está realmente na iminência de cair sobre as nossas pobres cabeças! Aí, sim, depois que essa tragédia acontecer, ele poderá deixar de ser uma mera iminência, pois já terá ocorrido a desgraça, para talvez se tornar, para nosso desespero, uma grande eminência.

Nenhum comentário:

Postar um comentário