terça-feira, 23 de janeiro de 2018

maresia


Voando para um porto seguro, a caminho de um arraial de ajuda, só esperando não aportar tão seguramente a ponto de ficar trancoso. (rsrsrs)
Estou morrendo de saudade e desejo do mar e das minhas ensolaradas, quentes, aconchegantes, apaziguantes, calorosas, salinas e arenosas origens trópico-litorâneas.
Afinal, todos nós (mesmo os Mineiros!) somos seres das águas, filhos das águas, e precisamos frequentemente retornar à fonte para renascer, nos rebatizar e reviver.
É preciso se jogar, se perder, soçobrar, submergir, naufragar, emergir e se salvar no mar, sob pena de, perdendo a identidade aquático-marítima, desaprender a nadar e morrer afogado.
É essencial, necessário, vital, renovar-se para poder novamente merecer as bênçãos e as graças dos especiais e superiores espíritos e divindades das águas.
E lá vou eu, depois de quase três longos anos (acho que nunca fiquei tanto tempo assim desmareado e desalinizado!) de separação, secura, destempero, friagem, falta de insolação, solidão e desolação.
Enfim, estou voltando aos mares, nem que seja por apenas quinze dias.
Quinze dias... pra um Mineiro que já viveu dez anos no litoral isso é muito pouco, mas, melhor um pouco do que nada, vamos lá.
Às vezes tenho a leve impressão, como o aroma de uma boa e suave maresia que o vento leste trazia (e que o meu olfato ainda sente de fato), que o fim dos meus dias vai se dar, inescapavelmente, à beira-mar.

(Post no facebook em 09/01/2018)

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