quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

broombee


broombee

Vez em quando as pessoas me perguntam qual é origem, a procedência, e o significado do meu enigmático, meio místico, quase mitológico e pseudo-sobrenome “Brumbe”. Depois de anos, décadas, de polêmicas, especulações, invencionices, deturpações e falsas interpretações, resolvi contar e real, única e verídica história por trás, ou na base, nos alicerces, desse nome.
É certo, e é fato, que as primeiras vezes que tal nome foi pronunciado em alto e bom som, literalmente gritado e exclamado, aqui na superfície do hemisfério sul desse planeta, foi lá nos campos graníticos de futebol de rua, as famosas e dolorosas “peladas”, sobre as pedras irregulares, cascalhadas e lascadas da rua Silva Jardim no bairro Floresta em BH, pelas crianças da rua, meus amigos e companheiros de joelhos, pernas e pés constantemente ralados e esfolados.
Em primeiro lugar, contrariando e desmentindo o que muitos imaginam, e que eu mesmo já cheguei a “aceitar” e propagar como verdade, não foram aqueles meninos que inventaram tal nome. Fui eu mesmo que mencionei e confidenciei isso a eles, como sendo o meu verdadeiro, ancestral e milenar sobrenome, o nome da minha família em sua origem e formação mais remota que se tem notícia, a maior e mais profunda raiz da sua árvore genealógica.
Acontece que “Brumbe” é a simples forma aportuguesada e abrasileirada da expressão em inglês britânico “Broom Bee”, que significa “Abelha Vassoura”. E acontece também que “Abelha Vassoura” é a tradução literal e real do duplo, estranho e estrangeiro nome “Put’k’ris Tsotskhi” (talvez, hoje, fala-se: Putikris Totiski ou Sotiski), da língua georgiana da Geórgia (aquela vizinha da Rússia, e não aquele Estado dos USA).(e por sinal, e talvez não por coincidência, na grafia da língua georgiana este nome parece com um monte de abelhinha voando em carreirinha).
É que a minha tal família ancestral originou-se e estabeleceu-se nos confins da Geórgia, quase em território russo (o qual, aliás, o Putin, que não tem nada a ver com Putikris, anda querendo invadir e tomar pra Rússia).
Ocorre que esta família georgiana-quase-russa sempre foi, e ainda é, grande criadora de abelhas e produtora de mel e derivados, e sempre teve especial predileção pelas abelhas da espécie Tsotskhi (Vassoura), que produzem o mel mais puro, saudável e delicioso do planeta, talvez de toda a galáxia (dizem que é porque elas têm esse rabinho em forma de vassoura, daí seu nome, e que varrem cuidadosa e meticulosamente as suas colméias todos os dias, e que por isso o seu mel e de melhor qualidade – mas isto é mera especulação, crendice e folclore, ainda não há comprovação científica e “apiculturística” disso).
Assim, em homenagem às abelhas-vassoura, o casal primordial da família, o Olaf e a Elza, o “adão e a eva” dos atuais Brumbies euro-americanos, meus quaquaravós, resolveu adotar, inclusive com registro passado em cartório, o sobrenome Put’k’ris Tsotskhi.
Séculos mais tarde, quando grande parte da família – talvez temendo a ameaça da forte concorrência “apiculturista” czarista, e, depois, comunista –, migrou, ou se exilou, para a Europa Ocidental e até para toda a América (inclusive para a Geórgia americana), o nome Putkris Tsotskhi teve que ser obviamente alterado e amenizado para uma versão um pouco mais legível e palatável – até mesmo por questão de respeito à saúde e à integridade física da língua e da boca de quem ousasse pronunciá-lo.
Optou-se pela nomenclatura mais mundialmente aceita e entendível do inglês britânico, e, assim, este putz-trostki-nome adquiriu a bela, doce e sonora forma de Broom Bee, ou Broombee.
Para a versão hispano-portuguesa, especialmente a brasileira – que jamais poderia ter nada relacionado a Put ou Putz, devido às óbvias conotações pejorativas, obscenas e sexistas que acarretaria, inclusive a seus portadores –, chegou-se a pensar em coisas do tipo Abelhoura ou Vassorelha, mas, convenhamos, isto seria tão danoso quanto qualquer nome que contivesse Put ou Putz.
Assim, aqui no Brasil, o Broombee assumiu a forma reduzida de Brumbe, e aqui estou eu a representá-lo como único sobrevivente da família em território brasileiro (Já andei pesquisando no Google e afins, e não encontrei mais ninguém. Se souberem de mais alguém, me avisem)

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