Alguém irremediavelmente viciado em escritas e estrelas, projetando palavras interiores em espaços exteriores.
terça-feira, 30 de agosto de 2016
eu?!
eu?! há tempos já largei
a política e a engenharia,
a religião e a economia,
e outros tantos ão
e outras tantas ia.
(e que assim vão...
com o seu deus-guia)
hoje sou feliz,
e muito feliz,
só com a poesia!
(só não largo o futebol
que não trás nenhum mal.
aliás, ultimamente,
só alegria!)
by Brumbe (c) 30/08/16
foto by Brumbe:
Igreja da Floresta em BH
(uma bela combinação
de religião, engenharia,
arquitetura e poesia)
domingo, 28 de agosto de 2016
Pai
Pai
Já escrevi sobre irmãos, irmãs e amigos, já poetizei para filhas, netos e tios, já poematizei para mãe, a mamãe, e para namoradas, já textualizei até para cunhados e agregados, pode?!
Mas, escrever sobre pai, para o papai, nosso pai, confesso, foi a escrita mais difícil com que já me deparei até hoje. Falar sobre pai, principalmente o nosso pai, é algo tão grandioso, tão honroso, tão prazeroso e, ao mesmo tempo, paradoxalmente, tão misterioso, tão assustador, tão superior que - desculpem o clichê, mas não é lugar nada comum - faltam realmente palavras para cumprir tal empreitada.
Todos nós, eu e vocês, vivemos aqui no comum nível terreno, nas superfícies da terra, e somos todos plenamente acessíveis, palpáveis, alcançáveis, tratáveis, inclusive as mamães, com aquelas suas doces e plenas disposições amorosas que só as mães têm.
Mas, pai é totalmente diferente.
Pais vivem e reinam em patamares superiores, em níveis divinos, míticos, quase inalcançáveis. São de fato, simplesmente, os nossos entes queridos, os nossos familiares, mais veneráveis e respeitáveis.
O quê falar sobre pai, sobre o nosso pai?!
Eu poderia ficar aqui falando, apenas íntima e domesticamente, sobre o filho e o irmão que ele foi, o caçulinha da grande família Corrêa, o quanto ele era querido, admirado e respeitado por seus pais, irmãos e irmãs. Como ele era bem falado, e bem ouvido, por todos os seus tios, primos, cunhados e concunhados.
Eu poderia passear pelas histórias do "amancinho" viajante, em como ele era benquisto e bem recebido nas viagens que fazia por esse interior de Minas Gerais afora para visitar a parentada - Divinopolis, Luz, Lagoa da Prata, Araújos, Perdigão, Santo Antonio do Monte e outros tantos santos e santas -, onde a sua popularidade e a sua amizade eram imensas e sempre bem saudadas.
Eu poderia escrever páginas e páginas, sem contabilidade, sobre o profissional, o comerciante e negociante que ele era, no São Rafael, no João Bosco & Cia, no São Luis e em outras tantas casas comerciais. O homem sempre correto, justo, sério, ético e moral nas suas atividades comerciais; sempre respeitado e admirado por seus pares, inclusive por seus concorrentes, e por seus fregueses - não só devido aos precinhos mais baratos e justos que praticava, como também pelo tratamento sempre amigável, humano, e muitas vezes humanitário, que dispensava aos seus clientes, principalmente os mais pobres e carentes.
Eu poderia lavrar escrituras sagradas, canônicas, talvez uma bíblia inteira, sobre o homem altamente religioso, piedoso e caridoso que ele era. Sua expressiva e constante atuação na Sociedade São Vicente de Paulo e aqui mesmo nessa casa, nessa igreja. De como o seu espírito de liderança, colaboração e pro atividade no meio religioso e assistencial era tão contagiante, respeitado e acatado junto aos seus confrades nas diversas "conferencias" de que participou e até criou e presidiu.
Eu poderia contar inúmeras, belas, hilárias e tocantes histórias que vivemos com ele ali na Rua Silva Jardim; os seus "causos" com os vizinhos não só de rua, mas de todo o bairro Floresta, bem como de Santa Tereza, Sagrada Família, Horto e adjacências; do quanto ele era apreciado, admirado e respeitado por toda a vizinhança, e até mesmo por meros transeuntes que pouco ou nada o conheciam. Pois é, eu poderia falar de tudo isso: do homem de família, do filho, do homem comerciante, do viajante, do religioso, do confrade, do caridoso, do homem da comunidade, da sociedade, da fraternidade, etc.
Mas, não vou falar de nada disso, pois estou aqui para falar - e esta foi a encomenda que me deram - do Pai, do nosso Pai, o Pai Amâncio Corrêa Filho.
O homem que nos deu a vida e esta família incrível, linda, maravilhosa e grandiosa, não só quantitativa como, também, qualitativamente falando.
Todos nós, - e só para citar os filhos: Rafael, Tarcísio, Neuma, Luiza, Helena, Zélia, José, Roberto, Celina, Paulo, Sérgio, Regina, Luiz e Viviane, - estamos ou estivemos aqui por causa dele.
Somente ele tornou isso maravilhosamente possível. E isto é o seu legado maior, a sua preciosa e inestimável herança para todos nós: esta família que ele criou e nos dedicou e presenteou.
E hoje, toda vez que vejo as minhas filhas incríveis e os meus netos lindos, sempre penso nos meus queridos avós e nos meus maravilhosos pais. E lembro-me desse fantástico e amoroso ciclo natural da vida (de vida!) aparentemente tão normal, regular e corriqueiro, que é o renascer e o reviver permanente da família, o qual às vezes esquecemos o quanto devemos saudar, honrar, reverenciar e agradecer todos os dias das nossas vidas.
Por isso, eu confesso, de coração, que deveria ter admirado, respeitado, honrado, aplaudido e amado o meu pai muito mais do que o pouco, pouquíssimo, que o fiz.
Quisera poder tê-lo por mais cem, duzentos, mil anos, para dar conta de tudo o que por ele eu deveria ter feito.
Assim, o que eu posso falar para o grande pai que ele foi, é apenas um infinito, eterno e absoluto Muito Obrigado.
Obrigado, meu Pai.
Texto-homenagem ao meu pai por ocasião do centenário de seu nascimento (02/09/1916)
sábado, 20 de agosto de 2016
Que Graça!
Que Graça!
Ah, só podia ser!
Que trem bom!
Minha namorada é sobrinha-prima do Drummond!
Dele mesmo, o Carlos Drummond de Andrade!
Verdade!!!
Mas, eu não a namoro porque ela é prima-sobrinha do Drummond.
Pois, em que pese ela ser parenta do Drummond, eu gosto dela muito mais do que pelo fato de ela ser uma Drummond de Andrade.
É pelo que ela é, por sua personalidade,
sua simplicidade, sua serenidade,
sua força, sua inteligência,
seu charme, sua elegância,
sua alegria, sua beleza,
e, sobretudo, por sua Graça.
Mas, que o Drummond é tio-primo da minha namorada, isso ele é!
Ele mesmo, o Carlos Drummond de Andrade!
E não há pedra no caminho que faça que não é.
Mas, como já falecido, já residente em superior morada,
o Drummond, na verdade, era primo-tio da minha namorada.
Mas, pra mim, o Drummond continua sendo, e sempre será, tio-primo da minha amada.
O que, por sinal, acho a maior Graça!
Se eu fosse português e morasse em Lisboa,
provavelmente estaria namorando uma sobrinha-neta do Fernando Pessoa
que, tenho certeza, também seria uma ótima pessoa, gente boa.
Mas, como sou mineiro e moro nas Minas Gerais,
só posso estar namorando uma sobrinha-prima do Carlos Drummond, uai!
E ela é realmente uma Graça!
Uma Gracinha!
A minha namorada prima-sobrinha
do Drummond.
Que trem bom!
Só podia ser!
Ah, só podia ser!
Que trem bom!
Minha namorada é sobrinha-prima do Drummond!
Dele mesmo, o Carlos Drummond de Andrade!
Verdade!!!
Mas, eu não a namoro porque ela é prima-sobrinha do Drummond.
Pois, em que pese ela ser parenta do Drummond, eu gosto dela muito mais do que pelo fato de ela ser uma Drummond de Andrade.
É pelo que ela é, por sua personalidade,
sua simplicidade, sua serenidade,
sua força, sua inteligência,
seu charme, sua elegância,
sua alegria, sua beleza,
e, sobretudo, por sua Graça.
Mas, que o Drummond é tio-primo da minha namorada, isso ele é!
Ele mesmo, o Carlos Drummond de Andrade!
E não há pedra no caminho que faça que não é.
Mas, como já falecido, já residente em superior morada,
o Drummond, na verdade, era primo-tio da minha namorada.
Mas, pra mim, o Drummond continua sendo, e sempre será, tio-primo da minha amada.
O que, por sinal, acho a maior Graça!
Se eu fosse português e morasse em Lisboa,
provavelmente estaria namorando uma sobrinha-neta do Fernando Pessoa
que, tenho certeza, também seria uma ótima pessoa, gente boa.
Mas, como sou mineiro e moro nas Minas Gerais,
só posso estar namorando uma sobrinha-prima do Carlos Drummond, uai!
E ela é realmente uma Graça!
Uma Gracinha!
A minha namorada prima-sobrinha
do Drummond.
Que trem bom!
Só podia ser!
sexta-feira, 12 de agosto de 2016
anti-Perseidas
Anti-Perseidas
São os ventos alísios que veem soprando lá do sul, alisando e estirando as nuvens da alta atmosfera.
Será a última frente fria que lá vem chegando, fechando o inverno e chamando a primavera?
Ou é uma chuva de anti-meteoros de água e gás, então,
uma torrente de anti-Perseidas, contra-Aquáridas Austrais, riscando pro norte do sul,
que lá vem subindo na contra-mão, da terra pro céu,
já pronunciando e desenhando um chuvoso e estrelado verão?
São os ventos alísios que veem soprando lá do sul, alisando e estirando as nuvens da alta atmosfera.
Será a última frente fria que lá vem chegando, fechando o inverno e chamando a primavera?
Ou é uma chuva de anti-meteoros de água e gás, então,
uma torrente de anti-Perseidas, contra-Aquáridas Austrais, riscando pro norte do sul,
que lá vem subindo na contra-mão, da terra pro céu,
já pronunciando e desenhando um chuvoso e estrelado verão?
terça-feira, 9 de agosto de 2016
junta de dilatação
da série Poesia na Engenharia
ou Engenharia com Poesia
(é mão-dupla em qualquer via)
Junta de Dilatação
Junta de dilatação
no chão,
é chão que dilata junto,
é chão que chega junto
de outro chão.
Junta de dilatação
na parede,
é onde toda ação e reação
termodinâmica se dá
e se mede,
pra ver se não se excede.
Junta de dilatação
no teto,
sai debaixo,
nem chegue perto,
tá fora do eixo,
saiu dos caixilhos.
Todas as minhas estruturas fixas
foram abaladas
e desencaixilhadas.
Sigo futuro incerto,
de perspectivas desconjuntadas.
Juntando ou dilatando,
hoje ando,
com ou sem ação,
preferindo outra variação.
A que nos junte em eterno deleite,
no chão, no teto ou na parede
e até mesmo onde
a lei da gravidade não aceite,
em conjunção hipersensível,
numa bela, completa e flexível,
junta de divagação.
by Brumbe © Ago/2016, juntando dilatações
foto: uma junta de dilatação num chão
quinta-feira, 4 de agosto de 2016
florões e brasões
da série adorajar: an old gate ajar
O velho e misterioso portão,
da casa em frente à minha,
na rua onde nasci e cresci.
Tá bem novinho, diferente,
mudaram trincos, posição,
porta, rebites e até batente.
Mas aqueles enigmáticos,
mágicos, emblemáticos
e velhos quatro "florões",
que mais parecem brasões,
continuam firmes bem ali,
desafiando o sol, a chuva,
o tempo e as interpretações.
Foto enviada pelo brother Jose Correa
terça-feira, 2 de agosto de 2016
adorajar
adorajar
(a propósito de peleumonias e outras celeumanias)
inda trazanteontem eu inventei e escrevi a palavra "adorajar" em referência, sem nada a ver, à expressão inglesa "a door ajar" (uma porta entreaberta), no cantinho dum continho meu a respeito da porta do meu social banheiro.
vou adorar usar já já o meu adorajar como titulo de um novo escrinhavar, à guisa de escrevinhar ou escritar, provavelmente a respeito de algo que eu adoro ou adoraria adorar já ou jadorar.
a propósito 1: trazanteontem é o atrás de anteontem, ou seja três dias atrás.
a propósito 2: nunca entendi a língua inglesa usar "ajar" pra significar "entreaberto", que pra nós tá certo pois entreaberto é uma posição que está entre o fechado e o aberto. certo?! mas, ajar não tem nada a ver no inglês! parece palavra árabe, tipo jarra (ver a propósito 3). invés de ajar, they could use "middopen" ou "littclosed" como aglutinações de middle open (meio aberto) ou little closed (pouco fechado). mas, ajar?! never!
"a littclosed door", pra ouvidos ingleses, deveria soar bem melhor que "a door ajar"
a propósito 3: ou então os anglo-saxões não tinham nada melhor que jarras dágua pra escorar as portas pra elas ficarem entreabertas, e ficou assim: "bota lá a jarra tráis da porta, ou escorando a porta, pra ela ficar meio que meio aberta e a gente daqui poder ispiá o que vai do lado de lá", ou seja, uma porta ajarrada, bem arranjada, uma jarra na porta, uma porta com jarra, a door with a jarra, a door à jarra, a door ajar.
a propósito 4: a propósito de palavras inglesas estranhamente mal aplicadas e aparentemente inapropriadas às suas significações e funções, vale lembrar o caso da famosa "handerkerchief", uma palavra extremamente elegante, fina, sofisticada e exótica, e que é utilizada para designar o objeto usado em uma ação, uma providência fisiológica, tão baixa, impura, deselegante e repulsiva como assoar o nariz: um simples lenço! mas isso já é proposição para outras propostas ou propósitos de discurssão (taí outra, agora em português mesmo: será que "discurssão" é um polêmico discurso que acabou virando uma grande discussão ou é simplesmente um discurso grande?!)
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