Alguém irremediavelmente viciado em escritas e estrelas, projetando palavras interiores em espaços exteriores.
quarta-feira, 14 de outubro de 2015
Janela Diamantina
Janela Diamantina
Na minha janela em Diamantina
um pedaço picado e recortado
do mar do norte de Minas
Mar... que pena!
no meio do caminho,
meio pra cima, pro lado,
tinha uma danada antena.
E foi numa diamantina janela
que um dia manti na janela
um diamante na janela
de amante só pra ela
E lembrei o que escrevi
da primeira vez que estive aqui:
Depois de uma vida inteira parado no meio do caminho (BH) e de uma década inteira morando no extremo sul (RJ), chego, enfim, ao extremo norte da minha Estrada Real: Diamantina!
Cai uma garoazinha fina, perfeitamente condizente com o clima, o astral, o traçado urbano e as formas arquitetônicas da cidade. Belíssima!
Já piso seus lajeados de pedra, já percorro seus becos e ladeiras, já admiro seu casario magnífico, já sinto seu ar carnavalesco, festeiro, congadeiro, pairando sobre as cabeças das pessoas.
Onde é que eu estava mesmo, quando tudo isso foi fundado e construído?!
Em São Tomé, Madeira, Lisboa ou Cascais? Agora já não importa mais.
Só vale sentir este chão, esta terra, este lugar. Pisar cada pedra, apenas pisar.
É como Ouro Preto: não se sente muito bem com simples turistas, pessoas passageiras, gente que vem e vai. É lugar para uma vida inteira, cidade boa pra gente nascer, viver e morrer.
Já vou indo. Na praça, já pega no violão, Juscelino. E Chica da Silva já atravessa a travessa, pra apreciar a seresta.
(esse post ficou que nem o Samba do Crioulo Doido(*):
"foi em Diamantina, onde nasceu JK, que a princesa Leopoldina arresolveu se casar, mas Chica da Silva tinha outros pretendentes e obrigou a princesa a se casar com Tiradentes, o bode que deu vou te contar...")
(*) de Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto)
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