Alguém irremediavelmente viciado em escritas e estrelas, projetando palavras interiores em espaços exteriores.
segunda-feira, 20 de julho de 2015
F-18
F-18
– quando uma máquina dessas voa, todos os sonhos e pesadelos da humanidade voam junto –
Acho fantástico pensar que essas incríveis máquinas voadoras carregam dentro de si e nelas mesmas, nas suas couraças e entranhas de aço, as mais avançadas e perfeitas tecnologias de todas as áreas da ciência, em hardware e software, que o homem já criou. Basta falar de computação e informática: os nossos melhores computadores, em terra, são inferiores a qualquer um que voa dentro delas. Nenhuma outra máquina humana tem o que elas têm.
E absolutamente nada nelas é supérfluo, excedente, alegórico, decorativo ou desnecessário. Elas não têm nenhum parafuso ou rebite a mais ou a menos! Tudo nelas é absolutamente essencial, mínimo, maximizado, robusto, forte, eficiente e extremamente preciso, direto, objetivo, fatal e mortal.
Pena que são máquinas de guerra!
Mas elas são assim por isso mesmo!
Apesar da sua função exclusivamente guerreira, pelo que elas representam de tecnologia, modernidade, eficiência e fatalidade, eu sou total e obsessivamente apaixonado por elas.
Máquinas que concentram e empacotam em si, e somente em si, todo o gênio cientifico humano acumulado em milênios.
Levam consigo todo o apocalíptico poder de dominação e destruição que todos os reis e todos os senhores da guerra, de todos os tempos, sonharam ter só para si.
Quando uma máquina dessas voa, todos os sonhos e pesadelos da humanidade voam junto.
Máxima e mórbida engenharia. Estranha e sublime poesia.
Tudo o que criamos, para o bem e para o mal, vai nela voando louca, famigerada, demoníaca e alucinadamente, apenas para o mal. Paradoxos, dualidades, antagonias, contradições e dicotomias!
Mas o que é a vida humana senão apenas isso!
Maravilhosas máquinas voadoras supersônicas, monocrômicas, insensatas e insanas, espero que voem sobre as nossas cabeças, mas que nunca despejem as cargas mortais da Besta!
Quando eu era menino, sonhava em morrer guerreando dentro de uma delas.
Hoje sonho só em não morrer sem antes entrar numa delas - desde que ela esteja paradinha no pátio ou no hangar.
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