sexta-feira, 11 de julho de 2014

Hexa, Hepta, Octa, Nona...


Hexa, Hepta, Octa, Nona...

O futebol brasileiro é tão superior ao do resto do mundo, já ganhou tantas copas, já cedeu tantas outras, e está tão acostumado com isso – ganhar, ganhar e só ganhar – que pode se dar ao luxo de vencer copas apenas em terras estrangeiras, e em sua própria casa oferecê-las aos menos dotados de habilidade, talento e proficiência na arte de praticar o maior esporte coletivo da humanidade. O Brasil vem adotando, assim, a prática de, quando sediar as copas, sempre doá-las, gentil, educada e humanitariamente, a irmãos menores, tais como: Uruguai, Alemanha e Argentina.
Daí a explicação do estupendo, inesperado, cabalístico e aparentemente incompreensível 7x1 de 08/7 às 17hs no jogo 61 (6+1=7) que antecede o 7º. e último jogo – observem a quantidade de setes envolvidos no evento, o que tem tudo a ver com as 7 letras de Germany: É que havia um sério risco de irmos novamente para o jogo da final e, pior, ganharmos, já que todos os outros possíveis campeões – Espanha, França, Itália, Inglaterra, Gana e Costa Rica – eleitos por nós para, dessa vez, ganhar em nossa casa, já haviam sido eliminados e a Argh..tina (a pior e eternamente rejeitada opção) vinha correndo e ameaçando por fora.
Por isso tivemos que entregar o jogo pra Alemanha, por que era a nossa última esperança, pois somente ela ainda parecia capacitada a barrar os nossos “hermanos” do sul. E tínhamos que entregar por um placar bem dilatado e feito rapidamente, no máximo em 20 minutos, pra não haver risco de os germânicos perderem o pique e também o jogo – vai que o Frederico, louca e inadvertidamente, resolvesse deitar a fazer gol...
(Tá certo que o nome da nossa ex-província, o Uruguai, também tem sete letras, e que ela poderia ser uma boa opção para nos bater por 7x1. Afinal, numa final, já bateram por 2x1, bastava apenas mais cinco. Mas como ela já abocanhou a copa de 1950 e veio com boca muito grande querendo morder também esta, perdeu a boquinha)
Talvez um dia o Brasil se canse de ganhar tantas copas e venha a querer ganhar uma última em casa para fechar com chave-de-ouro os seus séculos de supremacia no cenário futebolístico mundial.
E isso poderá muito bem ocorrer na próxima copa no Brasil, daqui a no máximo uns vintes anos (temos que aproveitar tantos ótimos estádios sobrando, antes que as florestas tropicais os devorem e não sobre nada), para a colocação da décima e derradeira estrela, a de decacampeão, plagiando o América Mineiro – e aí faremos como em certos vorazes jogos de tabuleiro: trocaremos dez estrelinhas verdes por uma grande estrela de ouro, que valha por dez – aliás, poderia ser uma estrela diferente, tipo estrela de Davi, de seis pontas, ou a Mercedes-Benz de três pontas, pra homenagear os alemães; se eu fosse da FIFA eu padronizaria essas estrelas... mas isso já é outra história completamente diferente.
Mas, antes desta nossa decantada decacopa, ou antes que ela realmente decante, pra não perder o cacoete e o costume, venceremos mais algumas copas fora de casa: o Hexa na Rússia, o Hepta no Qatar (ou onde quer que se possa catar), o Octa em... o Nona em...

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