terça-feira, 22 de julho de 2014

Mosquito Lunático


Mosquito Lunático

Exatamente 45 anos depois que o homem pousou na Lua,
uma mosca pousou no meu calendário!
Não resisto, tenho que perguntar:
Será aquele velho e lendário,
caleidoscópico,
microscópico
e imaginário,
mosquito lunar?

sábado, 19 de julho de 2014

João Ubaldo


João Ubaldo!
chutastes o balde
não em baldio,
balde literário, digo.
E já chispastes fora?!
João, e agora,
Ubaldo Ribeiro?
Como ficam teus herdeiros?!

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Hexa, Hepta, Octa, Nona...


Hexa, Hepta, Octa, Nona...

O futebol brasileiro é tão superior ao do resto do mundo, já ganhou tantas copas, já cedeu tantas outras, e está tão acostumado com isso – ganhar, ganhar e só ganhar – que pode se dar ao luxo de vencer copas apenas em terras estrangeiras, e em sua própria casa oferecê-las aos menos dotados de habilidade, talento e proficiência na arte de praticar o maior esporte coletivo da humanidade. O Brasil vem adotando, assim, a prática de, quando sediar as copas, sempre doá-las, gentil, educada e humanitariamente, a irmãos menores, tais como: Uruguai, Alemanha e Argentina.
Daí a explicação do estupendo, inesperado, cabalístico e aparentemente incompreensível 7x1 de 08/7 às 17hs no jogo 61 (6+1=7) que antecede o 7º. e último jogo – observem a quantidade de setes envolvidos no evento, o que tem tudo a ver com as 7 letras de Germany: É que havia um sério risco de irmos novamente para o jogo da final e, pior, ganharmos, já que todos os outros possíveis campeões – Espanha, França, Itália, Inglaterra, Gana e Costa Rica – eleitos por nós para, dessa vez, ganhar em nossa casa, já haviam sido eliminados e a Argh..tina (a pior e eternamente rejeitada opção) vinha correndo e ameaçando por fora.
Por isso tivemos que entregar o jogo pra Alemanha, por que era a nossa última esperança, pois somente ela ainda parecia capacitada a barrar os nossos “hermanos” do sul. E tínhamos que entregar por um placar bem dilatado e feito rapidamente, no máximo em 20 minutos, pra não haver risco de os germânicos perderem o pique e também o jogo – vai que o Frederico, louca e inadvertidamente, resolvesse deitar a fazer gol...
(Tá certo que o nome da nossa ex-província, o Uruguai, também tem sete letras, e que ela poderia ser uma boa opção para nos bater por 7x1. Afinal, numa final, já bateram por 2x1, bastava apenas mais cinco. Mas como ela já abocanhou a copa de 1950 e veio com boca muito grande querendo morder também esta, perdeu a boquinha)
Talvez um dia o Brasil se canse de ganhar tantas copas e venha a querer ganhar uma última em casa para fechar com chave-de-ouro os seus séculos de supremacia no cenário futebolístico mundial.
E isso poderá muito bem ocorrer na próxima copa no Brasil, daqui a no máximo uns vintes anos (temos que aproveitar tantos ótimos estádios sobrando, antes que as florestas tropicais os devorem e não sobre nada), para a colocação da décima e derradeira estrela, a de decacampeão, plagiando o América Mineiro – e aí faremos como em certos vorazes jogos de tabuleiro: trocaremos dez estrelinhas verdes por uma grande estrela de ouro, que valha por dez – aliás, poderia ser uma estrela diferente, tipo estrela de Davi, de seis pontas, ou a Mercedes-Benz de três pontas, pra homenagear os alemães; se eu fosse da FIFA eu padronizaria essas estrelas... mas isso já é outra história completamente diferente.
Mas, antes desta nossa decantada decacopa, ou antes que ela realmente decante, pra não perder o cacoete e o costume, venceremos mais algumas copas fora de casa: o Hexa na Rússia, o Hepta no Qatar (ou onde quer que se possa catar), o Octa em... o Nona em...

terça-feira, 8 de julho de 2014

Fireplace


Fireplace

My fireplace on fire,
by the first, and probably
also by the last one, time,
in this our so short winter time.
listening Lana Del Rey’s “Born to die”,
and drinking a good and honest wine.

At the end of the night,
on the fireplace no fire.
But, Lana is still playing
and I have, not hidden,
a last one bottle of wine.

2014, Saturday, 5th July

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Astrolábios


Astrolábios (*)

Segundo a Astrofísica Ocidental:
Cada átomo do seu corpo já foi parte de uma estrela.
Desintegrado, atomizado, em poeiras estelares.
Alpheratz? Arcturus? Antares?
Você veio de qual delas?
Cada elétron, próton, bóson, cada quark-pares,
subatômicas partículas estelares
de pulsantes pulsares.
Energias nucleares.
Ora, pensais sentir estrelas?
Sua luz na cabeça? Seu calor na veia?
Plêiades? Andrômeda? Cassiopeia?
Serão seus braços, majoritários
de um dos braços de Sagitários?
Que constelação toca sua mão?
Que galáxia habita seu cérebro?
Cada célula do seu corpo compõe um universo.
Átomos estelares em moléculas corporais.
Cada asteroide, cada satélite, cada cometa,
cada meteoro, cada sol e cada planeta.
Estilhaços de almas,
de almas estilhaçadas.
Mas, primeiro, a Oriental Metafísica Astral, já havia afirmado:
Cada estrela do universo é parte de espíritos incorporados.
Constituem corpóreas almas imortais.
Mentes e cérebros estrelados.
Estrelas no céu da boca.
Boca nos seus
lábios astrais.

(*) Astrolábio – sm, astr. ant. – instrumento em forma de globo terrestre, que se usava para observar a posição dos astros e medir a latitude e a longitude.

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