quarta-feira, 31 de outubro de 2012

premier tour en Paris

"A massa rumorosa de uma língua desconhecida constitui uma proteção deliciosa, envolve o estrangeiro (desde que o país não lhe seja hostil) numa película sonora que bloqueia, a seus ouvidos, todas as alienações da língua materna: a origem, regional ou social daquele que a fala, seu grau de cultura, sua inteligência, de gosto, a imagem através da qual ele se constitui como pessoa e pede para ser reconhecido. Assim, no estrangeiro, que repouso! Estou ali protegido contra a tolice, a vulgaridade, a vaidade, a mundanidade, a nacionalidade, a normalidade. A língua desconhecida, da qual capto no entanto a respiração, a aeração emotiva, numa palavra, a significância pura, forma a minha volta, à medida que me desloco, uma leve vertigem, arrasta-me em seu vazio artificial que só se realiza para mim: vivo no interstício, livre de todo sentido pleno"
de Rolando Barthes, em seu livro O Império dos Signos.
Dias atrás, justamente a propósito de viagens ao estrangeiro, recebi de uma amiga esse texto e hoje, andando pelo metrô pelos boulevards de Paris, ouvindo as pessoas falando em francês e em outras línguas ainda mais desconhecidas, me flagrei pensando exatamente assim.     
Agora, você tem uma chance em dez para descobrir qual foi o meu primeiro tour em Paris:
  • Torre Ezequiel
  • Torre de Pizza
  • Torre de Mel
  • Torre da Band
  • Torre Carlos Bruñel
  • Torre de Babel
  • Torre Eiffel
  • Torre do Belvedere
  • Torre do Joaquim Manuel
  • Torre Éiffel
Se você escolheu “Torre Eiffel”, parabéns! Você acertou! Mas, não ganhou absolutamente nada com isso.
 
Esses franceses são muito preguiçosos e relapsos mesmo, né?! Essa estrutura metálica torrificada, aí ao fundo, foi instalada apenas como marco ou símbolo temporário, só para uma Exposição Industrial Mundial que aconteceu aqui em Paris em 1889. Ela deveria ter sido retirada logo após o término da feira. E não é que até hoje, passados mais de 120 anos, eles ainda não a desmontaram!


mais próximo da tal torre


bem mais próximo (pena que o fotógrafo não ajudou, comeu o topo da torre)



quase debaixo da torre (essa o fotógrafo acertou)



no eixo entre os pilares sul e leste


no eixo dos pilares norte e sul (lado sul)


no champ de mars (campo de marte) em frente à torre. onde um avião decolou, voou e pousou pela primeira vez, pilotado por um brasileiro chamado Alberto Santos Dumont.

uma placa ecológica no champ de mars


a placa da alameda do anatole



na entrada do pilar norte da torre: subir na torre nem pensar! filas quilométricas mesmo pra quem já tem pacotes de ingressos comprados com antecedencia de um ano! acho que só é possível subir aí tranquilo no inverno com, no mínimo, 1 metro de altura de neve nas ruas, ou no verão com um calor de 60 graus na sombra.



a estação da torre eiffel: é a estação BH (Bir-Hakeim)



voltando da torre: o belo e tranquilo boulevard em frente ao hotel
 

terça-feira, 30 de outubro de 2012

premier jour en Paris

marche en las alentours de hôtel, seulement pour savoir où je suis
(walking in the hotel´s sorroundings, just to know where I am)

minha metro station en Paris (não dá pra ler a placa, a placa!, mas é a Daumesnil, fala-se "dumení",  e fica logo depois da Bercy (Bercí, mesmo), very close to the Gare de Lyon), que fica bem perto do hotel (um quartier, 100 m)




um monte de placas (eh, mania danada!) na praça da minha metro station


a minha avenue


o meu hotel: Le Quartier Bercy Square Hotel - 33, Boulevard de Reuilly - 75012 - Paris - France - tel 33 01 44 87 09 09 - www.lequartierhotelbs.com


o hotel, vista do pátio interno frontal 


meu quarto (é pequeno, mas é muito bom. tudo muito moderno e prático)


meu banheiro (nem é tão pequeno. quase do tamanho do próprio quarto!)


my big office! (este sim, é minúsculo, mas cabe um laptop pequeno, igual ao meu)


A bela Gare de Reuilly, depois da Gare de Lyon, que fica pertinho do meu hotel
 
um bom restaurant, bem ao lado do hotel (comi um steak lá, muito bom)
(os preços dos pratos são parecidos com os de barcelona: Eu$15,00, com uma pequena jarra de vinho e cafezinho) 



e esse é o meu fornecedor de vinhos em Paris, que também fica bem próximo do hotel
(os vinhos são mais caros que os espanhóis de barcelona. Eu$4,50 por um frances similar a um bom chileno. mas, ainda assim, bem mais baratos que em BH!)






segunda-feira, 29 de outubro de 2012

últim die en barça

meu pensamento síntese depois de uma semona em barcelana:
 
às vezes é muito bom caminhar por uma cidade onde o sol sempre bate na cara, na nuca, no peito ou nas costas, mas nunca em cima da cabeça.
 
na entrada do Parc Guell, o grande museu a céu aberto com obras de Gaudí.  

dentro del parc


numa plaça no alto do parc. ao fundo, na linha do mar, as torres de la sagrada família  (esquerda) e as duas torres-quase-gêmeas da praia de barceloneta (direita)


a vista é muito melhor sem eu


em frente ao macba (museu d'art contemporani de barcelona)


painel dentro do macba (eh, mania!) não é isso, não! é que as obras são tão malucas e difíceis de fotografar (e de explicar, nem pensar!), que preferi fotografar só os cartazes. 


um cartaz-obra no macba. este sim, dá pra entender matematicamente!


idem, en catalan.


no último dia em barça, quase ia me esquecendo de registrar!
este é o meu hotel, aliás, apart-hotel, muito bom.


este é o meu apart (vista da "cozinha" pro quarto-sala) 


vista do quarto pra sala-cozinha (a cozinha é um armário embutido. mas é muito boa, tem de tudo: geladeira, fogão, pia, várias gavetas, armários suspensos, panelas, pratos, garfos, facas, colheres, o fundamental saca-rolhas, pano de prato, etc) 



esse é o jaquetão acolchoadão que acabei de comprar lá na zara (lançamento do dia), pra poder aguentar o frio de paris (se aqui já está frio assim, imagine lá!) 
 

domingo, 28 de outubro de 2012

Un diumenge d'sol en Barcelona

na praia de barceloneta (lado sul): meu primeiro verdadeiro contato físico com el mediterranée. só que, apesar do sol maravilhoso, estava ventando e fazendo frio pra caramba e não deu pra por os pés na água de jeito nenhum! 


na mesma praia (lado norte)
mais uma da irresistível série "placas & letreiros"




estudando a arquitetura pós-moderna de Barcelona na praia de barceloneta (dessa meus professores de "estudo da forma", da FAU-UFRJ, com certeza vão gostar)


concluindo os estudos arquitetônicos em barceloneta.

sábado, 27 de outubro de 2012

Picasso Dalí Miró Gaudí

 
Picasso Dalí Miró Gaudí
 
Não, não estou querendo dizer, de forma alguma, que o Picasso dali – daquele lugar, sabe-se lá onde! – mirou, ou mirava, o Gaudí – e muito menos qual teria sido a parte específica do corpo de Gaudí que o Picasso mirara! Nada disso. Isso é apenas uma brincadeirinha com os sugestivos e poéticos nomes desses quatro grandes artistas aqui de Espanya, da Andaluzia à Catalunya: Pablo Picasso, Salvador Dalí, Joan Miró e Antoni Gaudí – até mesmo fonética e sufixalmente falando eles combinam entre si: Picassó, Dalí, Miró, Gaudí (pelo menos em japonês, como já ouvi alguns falando por aqui – principalmente o “picassón, nón?!”)


fotos que parlam d'avui (27/10)

uma das melhores coisas pra se fazer numa cidade desconhecida é sair andando à procura de um lugar bom pra comer e beber. aqui em barça já achei o lugar no segundo dia. de tão fácil que foi, foi até chato! é El BOCÍ, que fica bem defrente o meu hotel, ou mais ainda, fica exatamente em frente à minha janela! é só atravessar a rua, e olha que a rua é estreitíssima. a comida é ótima! tem cada arroz incrementado com grãos! cada carne! cada salada! cada pudim! cada mourse! vou ver se tiro umas fotos dos pratos.


no alto do Castell de Montjuic. a melhor vista panoramica da cidade e do mediterrâneo(acesso via telefèric de montjuic) pra descer é melhor ir a pé mesmo, pra curtir o belo e grande Parc de Montjuic, até a la Plaça d'Espanya.   


em frente Fundació Joan Miró, dentro do Parc de Montjuic. fique lá dentro umas três horas e vi somente o essencial (exposição permanente de obras de Miró e de muitos outros - vi até dois quadros da Yoko Ono, procurei um Lennon mas não achei) 


da série "placas e letreiros": em todo lugar de barcelona onde ajunta muita gente, principalmente turistas, a generalitat (prefeitura) coloca essa placa.


bem no eixo central da Avigunda de la Reina Maria Cristina, que liga el Montjuic e el Palau Nacional a la Plaça d'Espanya (é uma espécie de eixo monumental dessa parte da cidade)



uma das grandes vidraças do Palau de Congressos, no eixo monumental da Avigunda de la Reina Maria Cristina



un poquito más pierto de la vidraceira 



as duas imensas torres-obelisco que dominam a Plaça d'Espanya o eixo principal da Avigunda de la Reina Maria Cristina  

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Uma catedral numa bolha de sabão

Uma visão atordoante, estonteante, deslumbrante!
Sua grandiosidade e majestade, sua suntuosidade e sacralidade não se encaixam muito bem em palavras e textos. Essas sete inócuas e ridículas designações que usei até agora, tentando classificar essa obra, dizem o quê?! Nada! Uma descrição condizente e fidedigna, minimamente útil e honrosa, jamais caberá numa folha de papel, numa tela de notebook , ou mesmo numa foto ou num vídeo. Somente a experiência direta, frente a frente, cara a cara, corpo a corpo, espírito a espírito, é capaz de significar alguma coisa.
De qualquer forma vamos lá, vamos tentar falar alguma “coisa” sobre “isso”, a experiência de uma breve visita al Temple Expiatori de La Sagrada Família.
Mas, em primeiro lugar, eu preciso dizer que hoje – tinha que ser hoje – aconteceram as duas coisas inevitáveis, inexoráveis, que sempre ocorrerem em todas as minhas viagens. Primeiro: encontrar um bando de brasileiros, geralmente adolescentes (dessa vez eram sete paulistinhas tagarelando tão alto dentro do metrô que não deu vontade nenhuma de falar com eles), e, segundo: ser parado na rua para dar informação (dessa vez, foi um barcelonês querendo saber... bem, como ele só falava catalão e eu só português ou inglês, infelizmente não nos entendemos). E, claro, essas duas coisas tinham que acontecer a caminho de La Sagrada Família, a rota mais congestionada da cidade em qualquer dia, a qualquer hora, seja via metrô, bus, trem, helicóptero, cavalo ou a pé.
Voltando à catedral: na praça em frente tinha um sujeito fazendo daquelas bolhas de sabão gigantes que a gente vê nos parques de diversão. E os bolhões de sabão, esvoaçando pela praça, estavam literalmente roubando a cena, pode?! Uma insana competição por atenção, entre uma gigantesca catedral e uma mísera bolha de sabão! Uma enormidade de pedra, ferro e concreto contra uma microscópica película de água. Pode?! Mas, pensando bem, nesse caso específico, pode sim! Muito bem que pode sim! Simplesmente porque, observando bem, nota-se que as tortuosas e arredondadas formas arquitetônicas do Gaudi têm muito a ver com a sinuosidade e a maleabilidade das bolhas de sabão (espero que os meus professores de estudos de formas arquitetônicas, da FAU-UFRJ, jamais leiam isso, senão eles vão querer me trucidar!)
De repente – ou o cara fez isso de propósito mesmo –, uma enorme bolha pairou e tremulou no ar, numa altura e num tempo suficientes, para que toda a catedral parecesse inserida, contida, dentro da bolha – que nem aquelas miniaturas de navios que a gente vê dentro de garrafas. E quem, como eu, teve a sorte e o privilégio de estar do lado certo da bolha, de frente pra catedral, pôde testemunhar essa leve, sutil e fugaz magia: uma catedral balançando e dançando dentro de uma bolha de sabão (e juro que eu não bebi, nem fumei, nem ingeri nenhum alucinógeno, antes ou durante essa minha visita à La Sagrada Família). Mas a bolha logo estourou e a portentosa catedral ressurgiu muito bem plantada e alicerçada no chão da praça.
Por outro lado, é até muito bom que haja bolhas de sabão pairando sobre aquela praça, pois para que seja possível ver, admirar e absorver um pouco de todo o esplendor da catedral são necessárias algumas horas, se não dias, de contemplação. E ficar vidrado nela assim pode ser meio perigoso. É bom se distrair com bolhas de sabão pra quebrar um pouco a atenção (e a tensão).
Outra coisa que chama bastante a atenção, além do contraste entre as torres do lado nordeste (mais antigas) e as do lado sudoeste (mais novas), são as estruturas com ferragens expostas (ferros de espera) nas colunas e paredões do lado sudeste, que certamente estão ali esperando novas torres. O único lado supostamente não torrificado, ou não torrificável (não confundir com terrificado, nem terrificável), parece ser somente o lado noroeste. Aqui, vale citar que os eixos principais do monumento estão deslocados 45º em relação às coordenadas geográficas N,S,E,W e, por isso, os seus quatro lados, ou faces, principais estão virados para NE,SE,NW,SW. 
E por falar em torrificar, que lembra mesmo terrificar, o que chama mais a atenção no contraste entre as torres NE e as torres SW é que enquanto as do SW são mais claras, limpas e luminosas, as do NE são mais escuras, apagadas e mortiças. As SW são mais “leves” e as NE são mais “pesadas”. A energia que emana das SW é francamente positiva, e a que vem das NE é carregadamente negativa. É claro que as pedras das do lado NE são mais escuras porque são mais antigas, porque já sofreram mais a ação das tais intempéries. Mas, não é só isso, há mesmo algo de sinistro, tenebroso e temeroso naquelas torres. Mas .... deixa isso pra lá.
E o que é no mínimo curioso, pra não dizer espantoso, é que quando eu estava no lado SW o tempo estava claro, havia sol e fazia calor, e quando, minutos depois, eu fui pro lado NE o tempo fechou, começou a chuviscar e até a fazer frio! (vide fotos). Mas ... deixa isso também pra lá. 
Algo também muito bonito de ver é a dança dos imensos guindastes por cima das torres. São quatro, e eles vão e vem, circulando constantemente, carregando material para as obras. Pois é, o magnífico Templo Expiatório da Sagrada Família, de Antoní Guadi, está em obras até hoje. Começou a ser construído em 1883 e ainda não acabou. E estão prevendo sua conclusão para daqui a 25 ou 30 anos! Acho que os catalães estão com sérios problemas de material, mão-de-obra ou grana. É a crise econômica que assola a Europa!



no lado "claro" da catedral


no lado "escuro" da catedral


a bolha de sabão que engoliu a catedral