sábado, 19 de dezembro de 2020

convenções & invenções

 convenções & invenções 


não existe um ponto no universo, um lugar cósmico, na órbita da terra ao redor do sol aonde a terra sempre passe e se acende um grande e majestoso sinal divino anunciando: parabéns, você completou mais uma volta! ou: muito bem, você inteirou mais um ano! ou ainda: benvinda a mais um novo ano! 

e muito menos que o vigésimo quinto dia do décimo segundo mês desse ciclo orbital terrestre, é a data de aniversário de um ilustríssimo, famosíssimo e respeitadíssimo senhor supostamente nascido a exatos 2020 anos, contados nos calendários ocidentais. 

tudo isso são meras convenções e invenções sacramentadas e oficializadas ao sabor dos desejos, manias, artimanhas e caprichos de reis, rainhas e papas ao longo da história. 

principalmente, por exemplo, de um tal de papa gregorio xiii, que inventou e nos impôs este seu esquisito calendário gregoriano, que utilizamos até hoje. 

(e por que diabos o tal papa inventou meses de 28, 30 e 31 dias?! não podia descomplicar e fazer, por exemplo, só com 28 ou 30 dias, e compensar as diferenças em apenas um mês ou no ano bissexto?!) 

aliás, horas, dias, meses e anos, também são meras convenções matemático-cronológicas, inventadas apenas para não ficarmos perdidos no tempo, este, também, duvidosamente real. 

assim, natal, ano novo, carnaval, páscoa, etc e tal, temporalmente falando, não têm o menor significado real, são meras invencionices e convencionices mundanas! 

portanto, se você quer celebrar e comemorar um verdadeiro natal e um real ano novo, e inclusive, o que é ainda melhor, os dois juntos, adote a sua própria data de nascimento! este sim é o seu verdadeiro natal, sua data natalícia, e o seu real ano novo, quando você de fato completa e ganha mais um ano de vida! 

esta data, sim, tem todo o significado e toda a importância cósmica e universal, para cada um de nós. 

e torça pra que não nos venha nenhum outro rei maluco querendo mudar os dias, e a órbita, da terra daqui pra frente! 


(foto obtida no facebook: "a persistência da memória", 1931, de Salvador Dalí)

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

relevância

pessoas solitárias, 

pessoas sozinhas, 

sem companhia, 

por própria decisão, 

 por autodeterminação. 

as respeito e admiro profundamente, 

as mulheres, principalmente. 

sua capacidade, sua força, seu poder, 

de conseguir viver assim, 

de seguir vivendo assim, 

muito bem e até felizes! 

às vezes até as invejo, 

e gostaria muito de ter esta capacidade, 

esta interior e superior relevância. 

mas, ai de mim... 

nunca tive e jamais terei 

tal força, tal poder, 

nem vontade. 

por isso, sigo sempre assim 

na distância, 

na saudade. 



 (foto obtida no Facebook)

sábado, 7 de novembro de 2020

Joe

Hey, Joe Biden! 

You're the same old, 

by "them"? 

Or a really brave new Joe, 

for US? 


(Ei, Joe Biden! 

Você é o mesmo velho de sempre, 

por "eles"? 

Ou um novo e corajoso Joe, 

para NÓS?) 


by the way, thanks for getting rid of the estrumpicio! 

(a propósito, obrigado por nos livrar do estrumpicio!)

terça-feira, 20 de outubro de 2020

caminhos II (ou III, IV, V...)

 



"Talvez nos encontremos de novo, mas não me acharás lá onde me deixou" 

Eugen Bertholt Friedrich Brecht 

(foto by brumbe, 

de um caminho, um lugar, 

onde ele sempre se encontra 

caminho que o leva aonde ele é)

quarta-feira, 30 de setembro de 2020

queimadas

 um sol poente acinzentado 

uma lua nascente amarelada 

é fumaça de queimada 

pra todo lado 


 à oeste 

sul 

leste 

ou norte 


não me moleste! 

de novo, lá vens tu 

em velhas vestes 

de morte!




sábado, 12 de setembro de 2020

lembranças





 lembra quando 

minúsculas fibras do seu coração 

ainda vibravam quando viam alguém?! 

menos, muito menos, ainda,

(ou seria mais, muito mais, ainda?!) 

lembra como 

nanomicroscópicos nervos do seu coração,

como cordas vibrantes, 

em breves acordes ressonantes, 

ainda pulsavam 

quando pensavam

numa certa pessoa?! 

Ah, que pena...

já não lembram mais 

já não pulsam nem vibram mais, 

quando lembram

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

manacá II


 Minha Dama da Noite 

(também conhecida como manacá. ou será manaqui, manalá, manacolá? rsrs), 

bem na frente do meu avarandado

são duas, uma de cada lado

três ou quatro vezes por ano, florida, linda e perfumosa, de dia e de noite, faça chuva, faça sol, frio ou calor. 

 ah, meu pé de manacá 

perfumoso pra daná



terça-feira, 4 de agosto de 2020

namoradeira

essa Lua... 
anda muito assanhadinha ultimamente! 
começa namoro crescente 
com Júpiter 
depois pula cheinha
pra Saturno 
e acaba minguante 
em Marte

foto by brumbe - ago/04, 01:44h am


domingo, 19 de julho de 2020

distancia

A maior desgraça dessa pandemia,
além de estar matando
milhares de pessoas,
é que ela pode estar matando, também, por isolamento,
por asfixia,
por social anemia,
por tudo que nos distancia,
a última chance que milhares de pessoas ainda teriam
de encontrar uma companhia,
um(a) companheiro(a),
um bom amor,
definitivo ou, que fosse, passageiro(a),
uma contagiosa epifania,
ou uma simples e saudável alegria,
ainda nesta vida!

terça-feira, 14 de julho de 2020

walls


houve tempos
(ouve bem: apenas houve)
em que eu pulava muros
e atravessava quintais,
atravessava muros
e pulava quintais
(meras transposições espaço-temporais)
tempos que não verei jamais
quintais de nunca mais

 (foto capturada no Facebook)

domingo, 12 de julho de 2020

my way

porque,
apesar delas,
por elas e para elas,
continuo meu caminho
rumo às estrélas


sábado, 11 de julho de 2020

possibly

quem vem lá,
no leste horizonte,
trazendo a Lua minguante?
será Marte, será?........?
o planeta vermelho
tão possante?!

possívelmente...


terça-feira, 16 de junho de 2020

Dinah e George

Dinah e George

Uma história de amor eternizada num banquinho do Parque Kelvingrove, e carinhosamente guardada pela torre de vigia da Universidade de Glasgow

 "No jardim da memória é sempre verão"

Caminhar pelas lindas trilhas desse belíssimo parque, há um ano, e encontrar este banquinho, estas florzinhas e esta plaquinha com esta inscrição, foi a coisa mais emocionante, profunda e tocante que me aconteceu nesta viagem, e provavelmente em todas as minhas viagens até então.

Desde então, toda vez que penso naquela viagem, penso muito em Dinah e George... em que linda história de amor viveram... em que linda vida tiveram... e que belo casal foram... ou que ainda vivem, têm e são, quem sabe? 

Mas, as florzinhas, a plaquinha e a inscrição dizem, tristemente, melacolicamente, saudosamente, uma outra história, uma pós-história:

"Amado/a,  saudoso/a,  lembrado/a..."

A Dinah foi embora, e o George a homenageia? O George é quem já foi, e a Dinah o reverencia? Ou ambos já faleceram, e as lembranças ficaram com os filhos, amigos, netos... que todos os anos, em 13, 14 ou 15 de junho vão ali deixar estas florzinhas?

George e Dinah estudaram e se conheceram na Universidade de Glasgow? Namoraram muito naquele banquinho? E se casaram num mês de junho, num lindo e memorável jardim de verão, naquele belo parque escocês, bem no centro de Glasgow?

Quanta coisa imagino da história de Dinah e George! Quanto gostaria de saber da vida de Dinah e George! Quantos e quantas...

Mas, de uma coisa tenho profundo respeito, admiração e veneração: o amor de Dinah e George! E uma grande, saudável e amável inveja de George, por ele ter amado, e ter sido amado por, uma mulher como Dinah!

"No jardim da memória é sempre verão"

 (na plaquinha só não está creditado de quem é esta citação, mas isso pouco importa porque, ali, naquele banquinho, ela sempre pertencerá eternanente aos dois, Dinah e George)

 (lembrança de Glasgow, Escócia - em 15/6/19)


Dinah and George

 A love story eternalized on a stool at Kelvingrove Park, and lovingly guarded by the watchtower of the University of Glasgow

 "In the garden of memory it is always summer"

 Walking on the nice trails of this beautiful park, a year ago, and finding this stool, these little flowers and this plaque with this inscription, was the most exciting, deep and touching thing that happened to me on this trip, and probably on all my trips so far.

 Since then, every time I think about that trip, I think a lot about Dinah and George ... what a beautiful love story they lived ... what a beautiful life they had ... and what a beautiful couple they were ... or who still live, have and are, who knows?

 But the florets, the little plaque and the inscription tell, sadly, melancolically, longingly, another story, a post-story:

 "Beloved, missed, remembered ..."

 Did Dinah leave this life, and does George honor her? George is who has died, and does Dinah reverenced him? Or both have passed away, and the memories have remained with their sons, friends, grandsons ... who every year, on June 13th, 14th or 15th, had leave these little flowers there?

 Did George and Dinah study and meet at the University of Glasgow? Had they dated a lot on that stool? And did they get married in June, in a nice and memorable summer garden, in that beautiful scottish park, right in the center of Glasgow?

 How much I have imagined about the history of Dinah and George! How much I would like to know about Dinah and George's life! How many and how many ...

 But, I have one deep respect, admiration and veneration: the love of Dinah and George! And a great, healthy and lovingly envy of George, for he had loved, and been loved by, a woman like Dinah!

 "In the garden of memory it is always summer"

 (on the plaque it’s just not credited who wrote this quote, but it doesn’t matter because, there, on that stool, it will always belong to them, Dinah and George)

 (a memory from Glasgow, Scotland - june,15 - 2019)




quarta-feira, 3 de junho de 2020

four moons



quatro luas
é a primeira vez que eu passo dois, três,
quatro ou mais
ciclos lunares completos,
consecutivos, diretos,
no meu sitio, nas minhas terras.
haja quarentena!
que venham outras luas, estrelas e sóis,
às dezenas, centenas,
sobre nós.

terça-feira, 5 de maio de 2020

quarentenadas


pra que servem
essas noites frias,
essas madrugadas geladas,
com suas florestas enluaradas?!
só pra pensar nas mulheres distantes,
aquelas longínquas,
quarentenadas,
isoladas
e amadas,
como nunca!

foto by Brumbe: a Lua na Quinta, às 00:30

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Larry Bee

quarenta dias de quarentena
já andam fazendo um efeito legal
na minha memória musical.
esta é a minha "bath version" atual,
ou versão de banheiro,
de Larry B, ou Let It Be:

Larry B, Larry B, ooohhh Larry Bee
China'ontill to Morrow, Larry Bi
In a UEicup of sounds of music
Amor de Mary says to me
Larry Bi, Larry Bee...
Chinorbil tomorrow, Larry B
Amor de Mary says to me, Larry Bi
She's pecking words of Willsdom
Larry Bi, Larry Bee...

(sei não... acho que os esqueletos de John Lennon e George Harrison devem estar chacoalhando de horror nos túmulos. rsrsrs)

domingo, 12 de abril de 2020

idas e vindas


saudade dos dias
que a tudo se permitia
que tudo se fazia
e a gente ia e vinha
vinha e ia

(foto de Paulo Bocks)

sexta-feira, 3 de abril de 2020

reta geométrica


Conjunção Aero-Oftal-Astronômica

abri a porta
segui rumo certo
saí pro espaço aberto
pro céu norturno da meia-noite
de destino incerto
de horizontes escuros e estrelados
de repente, lá pr'aqueles lados,
por frações de segundos,
formou-se um alinhamento perfeito,
uma reta geométrica espacial exata,
sem angulos, curvas
ou qualquer perturbação,
entre os meus olhos,
Júpiter e um avião

segunda-feira, 30 de março de 2020

quarentena

quarentena é quando quatro ou mais quarentonas se isolam por quarenta dias, em novena, num final de quaresma, num quarto quadrado, cada uma no seu quadrante com seu terço, ou 1/4, quadriculado, muito bem enquadrado e esquadrinhado, o que nada mais é que uma tentativa de quantificação, sem nenhuma qualificação, de alguns "quantas" da quadragésima parte do quadrangular restante, ou sextante, na oitava ou quinta dobradura de quadratura da hipergaláxia do quiromante, o que, de quebra, queira ou não queira, pode nos levar, sem querela, à derradeira queda.

 (o que é que não me faz uma quarta semana de quarentena?! rsrsrs) 

sábado, 28 de março de 2020

triste

que tristeza...
agora, mais do que nunca,
a gente não pode se abraçar,
nem se ver, nem se encontrar,
nem ao menos se aproximar,
talvez nunca, nunca mais.
que triste...

terça-feira, 24 de março de 2020

outra vez...

Outra vez ?!

Mais uma vez, e desta vez sob a forma mais dura e cruel possível, pois trata-se, literalmente, de uma luta entre a vida e a morte, o mundo, a humanidade, encontra-se novamente diante do seu velho, triste, decrépito, anacrônico e inescapável Problema! 

A eterna, infame, imbecil e bestial
 guerra entre o Capital e o Social !!!

Será que nunca vamos aprender, será que jamais vamos conseguir, juntar, conciliar, harmonizar e tratar de forma realmente pacífica, equilibrada, humana, produtiva e positiva essas duas Coisas?!

Nunca iremos encontrar, ou construir, um bom e seguro caminho no meio de tudo isso que nos leve de fato a um futuro digno, ou simplesmente a Algum futuro?!

E continuaremos loucamente, por conta e consequência dessa guerra insana e nefasta, a explorar e degradar, até à total devastação, destruição e morte, a natureza, o planeta, todos seres que nele habitam e o próprio ser humano?! 

Vamos, por fim, desistir, sucumbir, e deixar que este perverso, maléfico, terrível, Desequilíbrio entre essas duas Coisas continue nos minando, nos enfraquecendo e nos destrua, nos aniquile, nos mate, de vez??!!!

 Pela última vez...

sábado, 21 de março de 2020

vela


uma vela,
por minhas madrugadas insones, solitárias, bêbadas e belas,
quem vela?

sexta-feira, 6 de março de 2020

machados


Dias atrás o caseiro/roceiro do meu sítio me disse que eu precisava comprar machados novos.
Saí de lá anteontem com esse firme, bem forjado, cabado e amolado propósito: comprar machados novos.
Hoje, cá na cidade grande, resolvi comprar esses machados; porém, não uns tão novos assim, e, sim, uns já bem velhinhos, mas bem repaginados e renovados (os quais há tempos eu não manuseava).
Uns machados que ainda se prestam, e sempre servirão, muito bem para ótimos trabalhos de junção, aglutinação, solidificação, consolidação e revitalização (e não pra cortar, picotar, seccionar, desmembrar e matar).
Quando eu voltar pra roça, comprarei os tais machados novos que o meu caseiro/roceiro precisa.

quinta-feira, 5 de março de 2020

passagens II



toda mulher que tinha de passar
na minha vida já passou
nenhuma ficou

até agora
todas foram embora

mas, uma voltou...
só não sei até que hora

domingo, 16 de fevereiro de 2020

passagens


toda mulher que tinha de passar
na minha vida já passou
nenhuma ficou

até agora
todas foram embora

sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

escadas


minhas escadas de descer e subir
escadas de ir e vir
pra ver quem tá lá encima
minhas escadas de subir e descer
escadas para ir se ver
o que há lá embaixo
minhas escadas bem transitadas
ou escadas mal passadas
e abandonadas
ao passo