sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

hippies


Hippies

Tem coisa na vida da gente que a gente não sabe bem com certeza se de fato aconteceu ou não, se foi sonho, delírio, imaginação, desejo, pretensão, ou mera intensão não realizada que ficou como frustração.
Muito disso acontece quando você chega num lugar ou numa situação qualquer e tem a nítida sensação de já ter vivido ou presenciado aquilo - é o tal do dejavú.
Eu tenho um antigo e recorrente caso assim com a Aldeia Hippie de Arembepe - que fica ali, bem pertinho, na praia norte de Arembepe, que, aliás, é uma das praias mais bonitas da Bahia.
Sempre tive, e ainda tenho, um vago e remoto sentimento, uma lembrança bem recôndita, escondida, quase esquecida, nas profundezas da memória, de que já estive lá, talvez por um dia ou mais, nos já longínquos anos 1970, por época da sua "fundação".
Época esta em que eu estive realmente a um passo da aldeia da plena felicidade, a um passo de me tornar um verdadeiro hippie e cair no mundo, ou ficar eternamente em Arembepe.
Mas, essa tal lembrança é meio vaga, sonsa, bêbada, titubeante, e, ao mesmo tempo, forte, marcante, idílica e inebriante.
Talvez porque, então, eu já tenha certamente chegado e entrado lá meio bêbado, chapado, e tenha seguramente saído ainda mais bêbado e chapado do que entrara! Talvez, também, venha daí, inclusive, a razão dessa memória ter se tornado tão fraca, frágil, débil, lesada! rsrsrs
Mas, hoje, enfim, eu "voltei" lá. Entrei e (re)visitei a minha querida, saudosa e utópica Vila dos Hippies de Arembepe. É, porque naquela época a gente chamava ela de "vila" e não "aldeia", como a nomeiam hoje. E esse (re) é porque ainda persiste em mim a dúvida se realmente eu estive lá... (talvez o parágrafo seguinte esclareça isso de vez!)
Encontrei um lugar bem diferente daquele que eu "já conhecia": ao invés de muita gente jovem, bonita, alegre e despojada de tudo, muita festa e alegria, gente "descolada", "desengajada", de menos iate e mais jangada, de menos cidade e mais campo, praia e montanha, gente de paz, saúde, amor e força tamanha!...
O que encontrei foi um lugar decadente, sombrio, desabitado, degradado, abandonado, melancólico... (mas aqueles velhos bangalôs lá me chamaram, já entrei neles, com certeza?!) E os poucos habitantes e frequentadores do lugar, só com muito esforço, imaginação e boa vontade podem ser chamados de hippies (com todo respeito, admiração, e até inveja, aos bravos moradores da atual aldeia)
Que pena, não se fazem mais hippies como antigamente! E quem diria que um dia eu mesmo diria que hippies seriam pessoas,"bichos", de antigamente!
Todas as utopias estão definitivamente mortas!
(Foto obtida no Facebook - Aldeia Hippie de Arembepe) 

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