Alguém irremediavelmente viciado em escritas e estrelas, projetando palavras interiores em espaços exteriores.
domingo, 24 de fevereiro de 2019
JULIA
JULIA
Chegou Julia!
Julia, a quarta neta
completando os seis da família
Julia, a irmãzinha da Paulinha.
Julinha, uma segunda rainha,
uma nova princesa,
de Cezar e Aninha,
com certeza!
Julia, nossa nova alegria,
para nossa folia e filosofia,
nossa nova mestra
e sua maestria.
Julinha,
nossa querida
e mui amada
caçulinha
sábado, 23 de fevereiro de 2019
sombras longas
sombras se alongando e sombreando o pátio externo do mosteiro
sol na reclusão, a 52 graus do poente, ainda inteiro,
quente...
memórias se projetando e escurecendo, na ala mais interna da mente,
algo que nunca se sabe direito
nem mesmo a metade
uma viagem?
um encontro ou desencontro?
uma miragem?
uma saudade?
está frio...
no pátio interno
há sombras longas
e o sol segue inclemente
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019
esparadrapo
andando, bricando e parlandando
esse é o trato:
pra sacatrapo
língua de trapo,
na boca, esparadrapo
pra moleque
serelepe
mequetrefe:
pé de moleque
pra mau guri
que buli
sagui:
perna de saci
pra brucutu
que mexe com urutu:
(nada da disso que pensou tu)
casaco de penas de asa de urubu
para todas boas crianças
(pois má é que não há)
somente esperanças
e canções de ninar
domingo, 17 de fevereiro de 2019
desesperança / hopelessness
boas lembranças
mesmo sem esperança
ainda que só desesperança
sempre serão boas lembranças
good memories
even without any hope
even though only hopelessness
always will be, for me, good memories
mesmo sem esperança
ainda que só desesperança
sempre serão boas lembranças
good memories
even without any hope
even though only hopelessness
always will be, for me, good memories
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019
ondas
ondas
grandes ondas
dos mares às montanhas
das montanhas aos mares
nunca se viu energia tamanha
a fluir pelos infinitos ares
questão de ondulações
reverberações
vibrações
ondas
(voltando da Bahia pra Minas)
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019
hippies
Hippies
Tem coisa na vida da gente que a gente não sabe bem com certeza se de fato aconteceu ou não, se foi sonho, delírio, imaginação, desejo, pretensão, ou mera intensão não realizada que ficou como frustração.
Muito disso acontece quando você chega num lugar ou numa situação qualquer e tem a nítida sensação de já ter vivido ou presenciado aquilo - é o tal do dejavú.
Eu tenho um antigo e recorrente caso assim com a Aldeia Hippie de Arembepe - que fica ali, bem pertinho, na praia norte de Arembepe, que, aliás, é uma das praias mais bonitas da Bahia.
Sempre tive, e ainda tenho, um vago e remoto sentimento, uma lembrança bem recôndita, escondida, quase esquecida, nas profundezas da memória, de que já estive lá, talvez por um dia ou mais, nos já longínquos anos 1970, por época da sua "fundação".
Época esta em que eu estive realmente a um passo da aldeia da plena felicidade, a um passo de me tornar um verdadeiro hippie e cair no mundo, ou ficar eternamente em Arembepe.
Mas, essa tal lembrança é meio vaga, sonsa, bêbada, titubeante, e, ao mesmo tempo, forte, marcante, idílica e inebriante.
Talvez porque, então, eu já tenha certamente chegado e entrado lá meio bêbado, chapado, e tenha seguramente saído ainda mais bêbado e chapado do que entrara! Talvez, também, venha daí, inclusive, a razão dessa memória ter se tornado tão fraca, frágil, débil, lesada! rsrsrs
Mas, hoje, enfim, eu "voltei" lá. Entrei e (re)visitei a minha querida, saudosa e utópica Vila dos Hippies de Arembepe. É, porque naquela época a gente chamava ela de "vila" e não "aldeia", como a nomeiam hoje. E esse (re) é porque ainda persiste em mim a dúvida se realmente eu estive lá... (talvez o parágrafo seguinte esclareça isso de vez!)
Encontrei um lugar bem diferente daquele que eu "já conhecia": ao invés de muita gente jovem, bonita, alegre e despojada de tudo, muita festa e alegria, gente "descolada", "desengajada", de menos iate e mais jangada, de menos cidade e mais campo, praia e montanha, gente de paz, saúde, amor e força tamanha!...
O que encontrei foi um lugar decadente, sombrio, desabitado, degradado, abandonado, melancólico... (mas aqueles velhos bangalôs lá me chamaram, já entrei neles, com certeza?!) E os poucos habitantes e frequentadores do lugar, só com muito esforço, imaginação e boa vontade podem ser chamados de hippies (com todo respeito, admiração, e até inveja, aos bravos moradores da atual aldeia)
Que pena, não se fazem mais hippies como antigamente! E quem diria que um dia eu mesmo diria que hippies seriam pessoas,"bichos", de antigamente!
Todas as utopias estão definitivamente mortas!
(Foto obtida no Facebook - Aldeia Hippie de Arembepe)
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