quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

sol em cinzas


Sol em cinzas

É sempre assim,
depois do Natal,
do Ano Novo
e do Carnaval:
Cadeiras e mesas
tão brancas e francas,
antes tão vivas, falantes,
festivas, andantes, dançantes,
agora tão rígidas, paradas,
vazias, desocupadas,
silenciosas, abandonadas.
Assim é, principalmente,
nas quartas de cinzas à tarde,
sob este sol inclemente
que aqui ainda arde.
É eu fico aqui assim,
calado, quieto, sossegado,
assim já há muito acostumado
com as melancolias de tais dias.
(quem sabe na Semana Santa
me chegue aqui outra festança?)

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