quarta-feira, 31 de maio de 2017

Fronteiras Urbanas

Fronteiras Urbanas
Aqui em BH, assim como nas grandes cidades brasileiras, quando a turma ou a gangue de um bairro de classe "média" ou "baixa", como Floresta e Santa Tereza ou Pirajá e São Benedito, quer delimitar as suas ruas de frequência e influência ou o seu território de domínio, os seus digníssimos integrantes jogam um par de tênis velho na fiação aérea da rua, geralmente numa esquina, o que significa dizer, clara, botineira, chutada e pesadamente falando, que a turma de um lado não gosta e nem se enturma de jeito nenhum com a turma do outro lado, e nem admite invasões de território.
Já aqui nos bairros de classe "alta", como São Bento e Santa Lúcia (interessante: a maioria dos bairros de BH têm nome de santo ou santa, mas isso já é outra estória, pertence a outro território), ao invés de tênis velho, eles jogam é telefone velho! (vide foto) Um telefone permanentemente desligado, descartado, mudo, desconectado! Será que isso quer dizer algo similar ao que aquelas outras turmas dizem, ou seja: aqui a turma de um lado não se comunica de jeito nenhum com a turma do outro lado, e nem se permite que uma entre na conversa da outra?!



segunda-feira, 15 de maio de 2017

duas mães

Primeiro Dia das Mães
com as duas filhas mamães
simplesmente, calorosamente,
singularmente, ruidosamente,
zelosamente, amorosamente,
felizmente e alegremente
como é certo das mães
por conta dos filhos
Obrigado por serem mães!
Obrigado pelos seres netos!
Obrigado eterno e infinito!

terça-feira, 2 de maio de 2017

portal


é o portal,
o frontispício,
a boca devoradora,
da minha lareira,
que estará logo acesa
queimando fogo inteira,
torrando boa e má madeira,
pra incendiar ou acalmar,
arrebatadora, acalentadora,
o meu mental
e invernal
hospício
(como é fim, era meio e princípio)

Belchior

Belchior, bem como muitos outros músicos e músicas daquele tempo, foi assim como uma espécie sublime, divina, poética, harmônica, contagiante e instigante, de algo como um pano-de-fundo, background, alicerce e suporte, que inspirou, motivou, alegrou, alentou, deleitou, incentivou, incendiou e justificou toda uma geração brasileira (a minha) profundamente sonhadora, contestadora, idealista, batalhadora, guerreira, guerrilheira, sofrida, torturada, martirizada e revolucionária.
O que eu sinto com a morte dele?
O mesmo que senti quando morreram recentemente muitos outros assim:
É que toda aquela geração já vai morrendo também.