sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Luz não apagada


Luz não apagada

Uma varanda calada,
uma única, solitária, isolada
Em vinte e tantos andares,
ela só, só ela, iluminada
Talvez só por isso mesmo
atraiu tantos olhares
(o meu, pelo menos)
Mas, havia alguém ali,
uma pessoa sentada
Talves até sentida
(porém, isso não vi)
Mas muito bem acomodada
estava ela
naquela bela
poltrona almofadada
Gente também isolada,
talvez incomodada
e não tão bem acomodada,
não conformada,
na vida.
Por que? Sabe-se lá,
como saber não há
Ou foi o saber da pessoa
muito bem assentada?
Seu de fato saber da vida?
O fato é que houve lá
uma grande festa
(pois isso se ouvia de cá)
e muitas pessoas lá passaram,
comemoraram, beberam, festejaram
Algumas até sentaram
naquelas poltronas almofadadas
No final ficou só a pessoa isolada
Aquela pessoa iluminada
na varanda solitária
Agora a pessoa também se foi,
talvez sentindo-se abandonada,
e não há mais nada
Além da poltrona almofadada,
apenas uma lâmpada não desligada

E, de repente, toda a solidão do mundo
estava ali, naquela bela varanda
semi iluminada

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