Quem se preocupa com a vida?!
Desenvolvimento econômico, retomada do crescimento, industrialização, competitividade, câmbio monetário, distribuição de renda, redução da miséria, inclusão digital, exploração do pré-sal, bolsas sociais, ... é o que mais se ouve e se vê nos programas eleitorais.
Pouco ou nada se fala de crescimento sustentável, agricultura orgânica, desequilíbrio ecológico, recuperação e preservação dos recursos hídricos, degradação ambiental, poluição em geral, e nem mesmo de saúde e educação ... ou seja, das coisas mais elementares e fundamentais para a manutenção da Vida propriamente dita!
Estes assuntos são, na maioria das vezes, tratados como secundários, de menor importância, como sonhos, quimeras, e até como fantasias, loucuras, utopias! E é simplesmente da vida, da vida do planeta, da vida animal, da vida vegetal, da nossa própria vida, o que se trata nestes assuntos!
É absurdamente incrível, inacreditável, como ainda maltratamos e desrespeitamos tanto a terra, as águas, o ar, os animais, o planeta! Como ainda achamos que os recursos naturais, e mesmo os artificiais, que criamos, são eternos, abundantes, fartos, infinitos! Como não nos preocupamos com a qualidade (e quantidade) de vida – não só da que deixaremos pros nossos filhos e netos, mas também da nossa própria, aqui e agora! Como ainda pensamos de forma tão egoistamente imediatista, sem a mínima preocupação não mais apenas com o próximo século ou milênio, mas nem mesmo com o ano que vem! Como ainda não concordamos que tudo, absolutamente tudo, deste planeta – que ainda é o único que temos! – tem que ser muito bem usado, explorado, renovado, e minimamente bem distribuído e compartilhado, sob pena de não ter, e muito menos “sobrar”, pra ninguém! E tudo tem a ver com tudo. Tudo e todos somos inescapavelmente interdependentes!
Esta situação me lembra muito algo que apreendi, décadas atrás, de alguma sábia ciência filosófico-existencial de alguma milenar civilização oriental: Em todo planeta onde há vida, há sempre um ser inteligente dominante. E este ser é O Responsável pela manutenção da qualidade da vida – devendo manter, no mínimo, como recebeu – de Todo o planeta, inclusive da dos seus irmãos “menores”, animais, vegetais e minerais. Isto seria uma graça ou um legado “divino” dado, como responsabilidade, em contrapartida à dádiva da inteligência maior. (nesta mesma época, cheguei a pensar: que pena que o bicho homem não deu certo, talvez os dinos tivessem se saído melhor!)
A escassez de chuva já está nos secando; a falta d'água vai pouco a pouco nos desidratando; o ar, há muito, está nos sufocando; a terra sob nossos pés, rachando; rios e lagos evaporando; oceanos inundando.
E alguns cientistas ambientalistas vêm dizendo até que tudo isso é devido a “ciclos naturais climáticos e de intempéries” a que o planeta periodicamente está sujeito (como as eras glaciais. vamos ter mais?), e que as ações do ser humano não interferem em nada disso! Será mesmo?! E ainda que assim seja, será que não estamos agravando os problemas?! Não deveríamos tentar fazer algo para minimizar isso para passar razoavelmente bem por estes “ciclos naturais”?! Não temos conhecimento e tecnologia para isso?!
Não dá pra colocar uns filtros anti partículas sólidas nas chaminés da China?!
Não dá pra instalar umas usinas termo-solares no sul dos EUA?!
Não dá pra praticar agricultura sem agrotóxicos no Brasil?!
Não dá pra fazer carro elétrico pra todo mundo?!
(ou, pelo menos, só os ônibus?!)
O que falta é atitude, desejo real, ação e, principalmente o tal do “interesse político”. Ou será que, agindo assim, não estaríamos contrariando outros “grandes interesses maiores”?!
Mas não, não é importante se preocupar com a vida! Importante mesmo é se preocupar com a competitividade da indústria nacional ou em aumentar o valor da bolsa social.
E, muito pior, esta situação não é exclusiva do Brasil; é, sim, global, mundial. Todos os países, principalmente os “subdesenvolvidos” e os “emergentes”, estão atrelados a ela. Aliás, vem se impondo muito mais de fora para dentro do país, através das “políticas econômicas globais”, e nós nos subjugamos completamente a ela.
Infelizmente, a imensa maioria dos governantes e políticos, em qualquer lugar do mundo atual, não se preocupa de fato com isso. Quando, mal e mal, colocam isso nos seus papéis programáticos, ainda assim sob pressão política, é por mera, inconfessável e indisfarçável intenção eleitoral.
Pouquíssimos políticos se preocuparam, ou ainda se preocupam, realmente com a Vida propriamente dita – e invariavelmente são “derrotados” nas urnas. Só para citar dois bons exemplos, ambos candidatos à Presidência da República em dois grandes e importantes países, nos últimos 15 anos: Albert Al Gore nos Estados Unidos e Marina Silva no Brasil.
Mas, ambos foram vistos como sonhadores, idealistas, utópicos, foras-da-realidade, e até como malucos, loucos. Foram mal recebidos, mal tratados, desrespeitados, descartados, ridicularizados e humilhados. Foram tidos até como figuras de historinhas de magos e fadas, contadores de contos da carochinha, druidas, duendes (doentes?), ets e seres de outros planetas!
Se você preocupa-se com a Vida, seja lá em quem você votou ou ainda vai votar, faça com que o seu candidato inclua, de fato, na sua agenda legislativa ou executiva, questões diretamente ligadas à salvação, melhoria e manutenção da(s) vida(s) do planeta Terra.
Lute, primeiro, pelo que realmente importa, hoje e sempre! Lute pela Vida!
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