arroz, milho e trigo
Num
fim de semana desses lá em casa, o meu genro, o Bê, no meio de uma conversa
sobre comida – onde falava-se de milho, pamonha, mingau e outros derivados desse
cereal –, levantou uma bola pra mim chutar (uma bola que, na verdade, eu já
tinha passado pra ele meses atrás):
–
E aí, Robertinho, e aquela história do milho... conta aí.
Acontece
que eu não sou muito bom contador de histórias, principalmente com muita gente
ouvindo, e muito menos sou bom de bola, ou bom da bola, sei lá. Tenho essa
coisa de não gostar de falar muito, e nem muita paciência pra falatório. Abrevio
muito as coisas que quero ou preciso falar, como se tivesse preguiça da
oratória, e vai ver tenho mesmo.
O
meu negócio é escrever. Bem ou mal, mas, escrever. Quando a gente escreve, há mais tempo para pensar no
que se quer dizer, e o risco de falar asneira é bem menor, não é mesmo?! Não
que escrevendo, a pessoa esteja totalmente imune a dizer besteiras, mas que
assim procedendo reduz sensivelmente a probabilidade dessas ocorrências.
Daí
que eu respondi ao passe de bola do B, simplesmente dizendo que o milho é um
cereal estranho, transgênico ou artificial mesmo, e que a capa do seu grão é a
prova disso – e a prova dágua, também –, pois é feita de um material plástico.
Claro que ninguém entendeu muito bem a minha colocação, pois a questão exige
explanação bem mais longa, detalhada, e profunda.
Vi
e ouvi isso, há alguns anos, numa dessas matérias de assuntos ufológicos ou extraterrestres
– que costumam me deixar, vidrado, fascinado – num canal de TV (NatGeo,
Discovery ou History), e as argumentações e “provas” da tese apresentada me
pareceram bastante interessantes e plausíveis:
Dizia
que todas as antigas e primordiais civilizações humanas do planeta Terra não
têm origem no próprio planeta, mas, sim, em outros planetas, de outras
galáxias, ou seja, que o nosso planeta foi, na verdade, colonizado por
civilizações extraterrestres, e que, portanto, todos nós somos descendentes de
povos oriundos do universo extra-planetário.
E
que tal colonização foi dividida – por acordos e tratados ou por mera
casualidade ou por questões de oportunidade e interesse, inclusive econômico,
envolvendo até guerras – entre três grandes civilizações humanas
extraterrestres, bastante semelhantes entre si, mas de culturas, sociedades, filosofias,
políticas, tecnologias, etc, significativamente diferentes.
E
que então, de fato, foram fundadas três colônias em três grandes regiões
geográficas do planeta: a primeira nas Américas (Norte, Central e Sul), a
segunda abrangendo a Europa e o Oriente Médio, e a terceira englobando todo o
restante da Ásia e a Oceania – não necessariamente nessa ordem de fundação. O
que não ficou muito claro é a situação da África: se os africanos, ou a raça
negra, são também “extras”, de uma quarta civilização, ou se são originários,
únicos, do próprio planeta.
Estas
colonizações teriam ocorrido logo após o grande cataclismo planetário que
extinguiu os gigantescos animais que predominavam na Terra até então, os Dinossauros.
Uma
das principais “provas” apresentadas diz respeito às diferenças fisionômicas,
ou de biótipos, das populações originais dessas regiões do planeta: os
vermelhos americanos, os brancos europeus, os negros africanos e os amarelos
asiáticos. Sem falar das gritantes diferenças de modos de associação coletiva, princípios
éticos, morais e sociais, hábitos, costumes, técnicas, crenças, etc.
Outra
“prova” mostrada são as diferenças arquitetônicas das moradias e dos monumentos
desses povos: as cabanas americanas, os pagodes chineses, as casas de bambu e papel
japonesas, as pirâmides egípcias (em que pese haver ruínas de pirâmides também
na América Central e na Ásia; o que é outra história, talvez de “intercambio
cultural” entre os povos).
Mas
a “prova” que eu achei mais interessante, e aqui entra o caso do milho, foi a
das diferenças na agricultura e na alimentação, mais precisamente na diversidade
dos grãos básicos, os cereais fundamentais, para produção de alimentos nas três
regiões: o milho nas Américas, o trigo na Europa e Oriente Médio, e o arroz na
Ásia. Afirmaram que três agriculturas tão diferentes somente poderiam ser
cultivadas por povos também bastante diferentes, geograficamente isolados não
só no planeta como também oriundos de pontos diferentes do próprio espaço
interplanetário.
E
o que eu achei ainda mais interessante foi o que eles disseram sobre o milho: que,
ao contrário do arroz e do trigo, era um cereal “estranho”, não muito adaptável
às condições terrenas, climáticas e ambientais do planeta, e que foi, por isso,
de cerca forma “adaptado” ou manipulado geneticamente para poder ser cultivado
aqui.
Mas
que, mesmo assim, o milho não se adequou perfeitamente ao metabolismo dos seres
descendentes coloniais, no caso, os índios americanos, visto que a “capa
plástica” que envolve o grão nunca é absorvida satisfatoriamente pelos órgãos
digestivos dos humanos terráqueos – disso eu sempre desconfiei, tanto que nunca
gostei de comer milho em grão, assado ou cozido ou de qualquer outro jeito.
Milho, pra mim, só se for mingau, pamonha ou coisa assim, sem casca; assim como
procedo com o camarão, que só como retirando a carapaça que também é
“plástica”, mas isso é, também, outra história – ou será que o milho e o
camarão vieram do mesmo planeta? Pode ser! É o planeta dos seres plastificados!
E
fiquei pensando comigo mesmo: será que essa falha ou defeito do milho tem algo a
ver com a misteriosa extinção das civilizações que o plantavam e o comiam
regularmente? Pobres Mayas, foram dizimados por intoxicação no milharal! Isso é
o que dá comer coisas sem confirmar a procedência!
E
já que começamos falando de bola e terminamos falando de Mayas, sabiam que quem inventou o futebol foram eles e não
os Ingleses? Pois é, vi isso também num desses programas do History Channel: os
Mayas praticavam um esporte, também jogado por duas equipes, muito parecido com
o atual futebol, só que era um futeredi, ou foothead em inglês. Era assim: depois
das batalhas, eles decepavam as cabeças dos inimigos, colocavam-nas em um campo
aberto e plano, e chutavam as mesmas em direção a duas metas opostas (duas
traves e uma espécie de pano ou rede formando um “gol” com cerca de três metros,
em cada extremidade do campo), e o time que juntasse mais cabeças dentro desse
gol era o vencedor!
O
que é que isso tem a ver com o nosso assunto principal, o milho? Nada! A não
ser, talvez, que o fato dos Mayas terem comido muito milho extraterrestre transgênico
possa ter lhes afetado tanto a cabeça a ponto de levá-los a praticar esportes
tão sinistros e macabros como esse futeredi, e até induzi-los a cometer suicídio
coletivo, provável razão da sua extinção!