quinta-feira, 6 de outubro de 2011

By the afternoon they heard a bloom in the cloakroom

oom & oon rhyme serie

By the afternoon they heard a bloom in the cloakroom

By that afternoon
they heard a big bloom
coming from the cloak-room
by the side of the dressing-room
in front of the front-room.
Immediately came about a great gloom,
as if all the lamps had been destroyed by an harpoon.
Suddenly the loom
of the full moon
at the noon
appeared in the middle of the room.
And soon,
with a gigantic spoon,
the great tycoon
provoked a big typhoon
which crossed the city making a deafen zoom.


Pela manhã eles ouviram uma explosão no toalete

Naquela manhã
eles ouviram uma grande explosão
vinda do toalete
ao lado do vestiário
em frente à sala de estar.
Imediatamente houve uma grande escuridão,
como se todas as lâmpadas tivessem sido destruídas por um arpão.
De repente a assombração
da lua cheia
ao meio-dia
apareceu no meio do quarto.
E logo,
com uma gigantesca colher,
o grande, rico e poderoso homem de negócios
provocou um grande tufão
que cruzou a cidade fazendo um zumbido ensurdecedor.

sábado, 1 de outubro de 2011

Perdidos no Espaço-Tempo

No 53º século da civilização Wanguiwankui, no sexto planeta da estrela Alfa de Centauro, ela era mãe dele. No quarto planeta de Mintaka, no século 9 dos Orioniuns, ele era pai dela. Entre população da Zona NE-38 do nono planeta de Cirius, no século 22, eles foram irmão e irmã. Como casal, marido e esposa, eles viveram no oitavo planeta da estrela 137-XL-68 da constelação de Aquário, no 39º século da civilização dos Tkianuses. Em Andrômeda, estrela 4396-CM, planeta 41-S, no século 12 dos Mnhuintacolquans, eles eram primos em 2º. Grau. Na constelação de Virgem ... Os dois realmente pareciam formar aquilo que se costuma chamar de um perfeito casal de “almas gêmeas” na maioria dos planetas de gente em expiação, isto é, de espíritos errantes pelos espaços-tempo dos universos afora, em busca de boas experimentações carnais, de vivencias corporais mais densas e melhores e, afinal, de real evolução espiritual. Com certeza já haviam vivido – e talvez venham a viver ainda muito mais –, de uma forma ou de outra, juntos ou muito próximos, seja lá em que espaço-tempo tridimensional tenham aportado, pois a força do amor deles era, e é, algo gigantesco, muito poderoso, só comparável a alguma coisa como a força de atração provocada por toda a energia gravitacional de uma galáxia inteira como Andrômeda ou a própria Via-Láctea. Seja como um casal propriamente dito, de homem e mulher, ou coisa parecida, como pai e filha, como mãe e filho, como irmãos, como irmãs, avô e neta, avó e neto, primos do 1º ao 17º grau, tio e sobrinha, sobrinho e tia, retos ou torturantemente tortos, não importa, eles sempre viveram bastante juntos. Porém, reza a lenda que na grande maioria das vezes, por séculos e milênios, pelos universos afora, eles sempre foram mesmo é dessa primeira categoria já citada: um simples casal convencional de homem e mulher. Acontece que pouco antes desta mais recente vez em que se encontraram e viveram bem próximos – parecendo que seriam, de uma vez por todas, “felizes para sempre” –, na hora de acertarem os seus respectivos relógios para o encontro, ocorreu a desgraçada e infeliz desconexão, ou desajuste, temporal (apesar de terem acertado perfeitamente a conexão espacial, marcada para o 3º planeta da estrela 3489-M-761, da galáxia Próxima de Andrômeda, numa civilização de símios avançados, de um mundo conhecido como Terra, onde conseguiram nascer e viver, por quase dez anos – distantes no máximo dois míseros quilômetros! –, no mesmo bairro, da mesma cidade, do mesmo país, do mesmo continente!): Sucedeu-se que, enquanto ele juntou os seus dedos polegar e indicador e fez girar aquela pequena rodinha dentada, localizada no lado direito do seu relógio, de modo a fazer girar os dois ponteiros maiores, o das horas e o dos minutos; ela, também com os dedos polegar e indicador, simplesmente pressionou alternadamente dois botõesinhos, localizados um de cada lado do seu relógio, de forma a ajustar os números que apareciam no visor. Em outras curtas palavras: enquanto o relógio dele ainda era analógico, o dela já era digital! Só que ela, ao invés de ajustar somente a hora e o minuto, sem saber ou sem perceber, também ajustou, ou desajustou, o mês e o ano. Ou, então, o relógio dele é que não tinha regulagem de mês e ano, ou ele não soube acertá-los direito. Não importa qual relógio ficou errado, o fato é que, trágica e irreparavelmente, seus tempos ficaram desajustados, ou defasados, por um expressivo e significativo lapso de tempo de, aproximadamente, trinta e cinco anos locais. O que, considerando o tempo do planeta de destino, significava cerca de um terço de vida humana, ou seja, quando ela estivesse nascendo e fosse apenas um bebezinho, ele já seria bastante adulto, e quando ela estivesse entrando na juventude, êle já teria meia vida vivida – ou seja, êle teria idade biológica suficiente para ser pai dela! Daí porque, apesar de viverem no mesmo tempo e no mesmo lugar, eles, desta feita, se desencontraram irremediavelmente, ou jamais conseguiram se encontrar plenamente – combinaram muito bem o lugar, mas erraram totalmente a hora. Num de seus raros e fortuitos encontros, ambos, acordada e simultaneamente, conjeturaram: quem sabe, da próxima vez, talvez consigamos acertar correta e pontualmente os danados dos nossos relógios?!... (Tudo bem... mas, pela bendita graça e santa benção de todas as divindades desses universos, nós fervorosamente esperamos que se isso realmente vier a acontecer de novo, por ventura neste mesmo planeta Terra, um(a) não resolva nascer na Bolívia e o outro(a) nas Filipinas)