quinta-feira, 1 de julho de 2010

Desventuras nas ilhas do pais de Maralice

Desventuras nas ilhas do país de Maralice

como uma breve paródia cheia de trocadilhas ou
como uma greve parada chega a todas as vilas ou
como uma lebre pesada checa suas tocas e trilhas.

De repente, devido a um inesperado e inusitado movimento sísmico-tectônico-vulcânico ocorrido em suas profundezas abissais, o Mar de Alice se viu (ou o mar de ali se viu) pontilhado de várias ilhas. Aqui e ali se despontavam muitas ilhas. Ilhas pontilhadas; porém, ilhas sem pontes, ilhadas. E, visto que o seu território nacional constituía-se predominantemente de águas, e não de terras, agora tínhamos, afinal, ilhas no país de Maralice.
Maria Alice ou Mara Alice ou Maralice – tanto faz uma ou outra das três, porque nenhuma delas é real mesmo! – era uma menina muito inteligente, viva e esperta (quase hiperativa), mas vivia muito afastada dos seus pais, como uma espécie de ilha dentro da sua própria casa, como uma ilha (de origem vulcânica) perdida no centro do seu país.
E um dia Maralice decidiu pular pra fora do buraco-ilha em que se metera.
Não sei se enganada pelo espelho, pelo pentelho coelho, ou por ambos, ela lá se foi a comprar gato por lebre, a comer mato por herbe, a sofrer de delírio nato, mesmo sem febre. Mas, apesar de tudo isso, foi também a pegar seu salvador pé-de-coelho no exato ato, antes que o mágico espelho quebre.
Entretanto, entrando no espelho, ela começou a ver tudo invertido, tudo ao contrário, como num imenso, hilário e permanente trocadalho e, por decorrência e conseqüência direta disso, quase se afogou na lagoa de água salgada formada por suas próprias lágrimas.
Numa corrida comprida, de um inesperado surto patriótico se acometeu e quase venceu o histórico Prometeu. Porém, na verdade, na veracidade, na velocidade e na voracidade, ela sabia muito bem que apenas vencera uma homérica corrida que a ninguém prometera. Ou venceu uma corrida que a ninguém prometeu (muito menos eu!)
Não passando pelo correto portão – de chegada ou de largada, tanto faz, pois sua história faz o mesmo sentido tanto quando lida do início pro fim quanto do fim pro começo ou do meio pras beiras –, assim como o Bill, pagou o pato pelo concerto da magna lagarta, pelo conserto da má largada ou da largada mal aconselhada. E enquanto o porco maluco bebia chá com pimenta, a rainha vermelha aprumou seu coque laranja e saiu a campo – campos cinzas, por sinal – pra contar pro polvo a estória da fuga da tartaralsa.
E no meio do banquete real – celebrado e devorado em homenagem póstuma aos derrotados e decapitados na corrida maluca (pois como dizia a rainha sem cor nem dor: “cortem-lhes as cabeças!) – surgiu novamente a fatídica e irritante pergunta que não quer calar: Uma torta de lagosta tem lá gosto de torta?! E isso poderia ser perfeitamente verdadeiro, a menos que não se fizesse o imprudente aliciamento da polícia, pois nem ela sabia ao menos reconhecer se o quadrado de ladrilhos era formado de ladrilhos quadrados – aqueles mesmos que foram roubados pela quadrilha quadriculada (ao sol quadrado já bem acostumada!), a mesma quadrilha que também roubou a torta de Alice e depois foi condenada e deportada para a ilha quadrangulada, onde acabou estrangulada.
No chá (mate) dançante de despedida – ou foi no xeque-mate decapitante da desdita? – os representantes oficiais de todas as ilhas estavam presentes:
O chapeleiro maluco, o alfaiate mascate, o mameluco guerreiro, o chapeluco maleiro e todos os piribes do carata; o caxinguelê, o sambista lelê, o ilê-ayê e o saci pererê; a chaleira voadora e o bule de pouca fé; a lebre de março, o coelho de abril, a neve de junho e o sol de dezembro; a rainha alvinegra, o vice-rei verde e rosa, os reis tricolores, o rei de copas, o valete de sala e cozinha, as damas de quarto e o coringa de paus (na verdade, todas as 52 bartas do caralho!); o cavaleiro andante, o cocheiro viajante, o cavalheiro caixeiro, Dom Quixote e os cinco marqueteiros e Dartanhan e os quatro lanceiros; o Dalama Lai e o Beis Dezessento; os cavalos de Tróia, as torres gêmeas, o gato xadrez, as damas de preto, o peão goiabeiro e o dono do tabuleiro; o leórnio e o unicão; o Zé carroceiro e o Zeca roceiro; o gato de bocas e o cachorro vira-casaca; a princesa valente, o príncipe adormecido e a gata bordadeira; o visconde leopoldinense e a saborosa marquesa de sabugosa; Big Foot e Treebeard; o José Russef, a Dilma Serra e a Marina Lima; a branca dos anões e as sete nevascas apocalípticas (devidamente acompanhadas, é claro, dos seus setes respectivos cavaleiros), os setes raios e seus também respectivos sete trovões; Alice Cooper, Ozzi Osborne e Lady Gaga; o coelhinho de natal, o papai pascoal e o professor pardal; Huguinho, Zezinho e Luizinho; o pato patológico e a maga macdonalda; o rato de minie-computador; tio Patovico e tia Ludinhas; os três potetas e os três parquinhos; o gagro, o mordo e o ogro; as cadeiras andantes, as mesas falantes e as pedras rolantes; Didi, Dede, Mussias e Zacarum; a dupla sertaneja Billy The Clinton & Billy The Gate; Mônicão, Cascli e Magaca; Humpty and Dumpty; Tweedledee and Tweedledum; e, claro, a própria Alice.
Mas, finalmente confesso, não estamos aqui para falar dela, Alice, e sua insana e destrambelhada trupe porque disso já bem o disse – de sobra, por lagarto e cobra –, o caro Lewis (por isso pagou caro, o Lewis?). Estamos aqui, sim, para falar das suas maravilhas, ou melhor, das suas mara vilhosas, visadas e ilhadas ilhas. Mesmo porque (dizem as más, topes, sarcásticas e causticas línguas!) tudo isso aconteceu e surgiu simplesmente porque Mara viu Lhosas!
Porém, não falaremos mais nada porque sobre isso tudo já foi dito, tudo disso dito foi, disso tudo já foi dito; tudo disso que já foi, disse todo que já foi dito, disse tudo todo que já foi, disse isso todo que já se foi...

Só sei dizer que no final foi muito grande o desapontamento de Alice!
Pois Alice já estava cansada de tanto aliciamento de maluquices!
De tanto pular de ilha em ilha, galho em galho, com tanta macaquice!

E, tudo isso acontecia porque a tudo isso amara Alice?
Ou será que era porque, entre todos, a má era Alice?
Por malícia, a própria má Alice teria imaginado tudo isso?
Mas, por tudo que Alice via não se poderia dizer que ali se delirava.
E, por tudo que ali se fazia não se poderia falar que Alice endoidara.

No fim da história, Alice resolveu ir embora do seu país.
Porque ali se continuava a ver coisas muito estranhas.
Ficaria ali se tão grandes maravilhas pudesse realmente ver.

My shy blue sky

y rhyme serie

My shy blue sky

After four or five days
of pouring rain
I’m beginig to beg and cry
just for a shy
blue sky

Why no goodbye?

Someone can say
but I don’t know why
she went away
without goodbye
One thing she cann’t deny
above of all she likes to fly

Survey to et’s navy

Every hooly day
contemplating
the starry night
my tired eyes
constantly
crazily
and addictly
use to survey
just for one identifyable
and friendly
et’s navy

The boy and the lady

In those large, soft and silky bed where the lady
lazy and insinuantly uses to lay
her beatiful, nude, sweet and warm body
the young, weak and shivery boy
forever would like to stay
and with her, die

The worker guy and the ray

The young worker guy
whom at the old boss doesn’t like to obey
can easily be fry
or fulminated by a ray
mainly if he, the young, is a gay


To buy and to carry

Today
as yesterday
everyday
and anyday
like usually is always
you must pay
to buy
and to carry

The mice and the bats

The little and innocent mice
looking at the sky
thought they could fly
like the nice butterflies
One alerted them they were crazy
and to do a thing like that
they must become bats
or to do like such a thing
they need create wings
Even so to fly
only at night

The yucky funny

A person too much funny
can easily turn just a zany
and laughly thereby
by other’s eyes
apart from be ugly
becomes yucky

The icy city

In a big and nice city
you can very well live
but be careful about the people icy
because in toch with them you can die
totally alone
dry
and frosty
too

The jury in grey

The body of the jury
all of them worn in grey
was stand up and ready
to immediately apply
an uncanny new law
an untoldable lie
All of them lay

The spy’s key

The spy
had the key
for many
supply

May’s ways

In may
the convoy
takes the way
that more easy
can convey

To unify the country

Every holly day
lovely
they claim and pray
to really unify
their country

Weary to essay

Nowadays
well in the morning early
they wake up weary
to essay
and to play
(me too)


Meu tímido céu azul

Depois de quatro ou cinco dias
de chuvas torrenciais
estou começando a implorar e chorar
apenas por um tímido
céu azul

Porque não adeus?

Alguém pode dizer
mas eu não sei porque
ela foi embora
sem adeus
Uma coisa ela não pode negar
acima de tudo ela gosta é de voar

Pesquisa por naves ets

Todo santo dia
contemplando
a noite estrelada
meus olhos cansados
constantemente
loucamente
e viciadamente
costumam procurar
apenas por uma identificável
e amigável
nave et

O menino e a senhora

Naquela larga, suave e sedosa cama onde a senhora
preguiçosa e insinuantemente costuma deitar
seu belo, doce e quente corpo nu
o jovem, fraco e tremulo menino
para sempre gostaria de ficar
e com ela, morrer

O trabalhador e o raio

O jovem trabalhador
que não gosta de obedecer ao velho chefe
pode facilmente ser frito
ou fulminado por um raio
principalmente se ele, o jovem, for gay

Para comprar e carregar

Hoje
como ontem
todo dia
e qualquer dia
como usualmente é sempre
você tem que pagar
para comprar
e carregar

Os camundongos e os morcegos

Os inocentes e pequenos camundongos
olhando para o céu
pensaram que podiam voar
como as belas borboletas
Alguém os alertou que eles estavam loucos
e que para fazer uma coisa como aquela
eles teriam que virar morcegos
ou que para fazer uma coisa assim
eles precisavam criar asas
Mesmo assim para voar
somente à noite

O engraçado chato e inconveniente

Uma pessoa demasiadamente engraçada
pode facilmente tornar-se um engraçado bobo
e agindo risível assim
aos olhos dos outros
além de feio e repelente
vira chato e inconveniente

A cidade gelada

Numa grande e bela cidade
você pode viver muito bem
mas tenha cuidado com as pessoas geladas
porque em contato com elas você pode morrer
totalmente sozinho
seco
e congelado
também

O júri de cinza

O corpo de jurados
todos vestidos de cinza
estava de pé e pronto
para imediatamente aplicar
uma misteriosa nova lei
uma incontável mentira
Todos eles mentiam

A chave do espião

O espião
tinha a chave
para muitos
suprir

Caminhos de maio

Em maio
o comboio
pega o caminho
que mais facilmente
pode pegar

Para unir o país

Todo santo dia
amorosamente
eles clamam e oram
para tentar unificar
o país deles

Cansado de ensaiar

Hoje em dia
bem de manhã cedo
eles acordam cansados
para ensaiar
e para tocar
(eu também)